quarta-feira, 11 de abril de 2007

Diversidade mundial X Realidade do Terreiro de Umbanda

O cientista Phillip M. Harter, MD, FACEP Stanford University publicou um artigo visando tangibilizar os números que envolvem pessoas no mundo.Destacamos este pequeno trecho para reflexão.

“Se pudéssemos encolher a população do mundo a uma vila de 100 pessoas, mantendo todas as proporções, o resultado seria o seguinte:
57 Asiáticos, 21 Europeus, 14 do Hemisfério Ocidental (Américas do Norte e do Sul), 8 Africanos;
52 mulheres, 48 homens;
70 não-brancos (amarelos, vermelhos ou negros), 30 brancos;
70 não-católicos, 30 católicos;
6 pessoas deteriam 59% de toda a riqueza, e todas elas seriam dos USA;
80 morariam em casas abaixo do padrão desejável;
70 seriam analfabetos;
50 seriam desnutridos, 1 estaria à beira da morte, e 1 prestes a nascer;
1 (sim, só um) teria nível superior e 1 teria um computador.

Quando se considera o mundo de uma perspectiva tão comprimida, a necessidade de aceitação, compreensão e educação se torna absurdamenteaparente, não?"

Depois desta feliz analogia, gostaríamos de colocar algumas indagações.

Por que a Umbanda é vista como uma religião de negros e mestiços?
Por que a Umbanda possui tantas sacerdotisas, praticamente equiparando-se ao número de sacerdotes homem?
Por que a Umbanda é percebida como crença de gente pobre e com pouca instrução?
Por que a Umbanda é vista como cultura de periferia?
Por que a Umbanda é tão aberta, includente e compreensiva?

Os números estatísticos mostrados pelo cientista respondem. A Umbanda funciona como um verdadeiro espelho da humanidade, refletindo seu estado atual. Aponta suas falhas, mas não deixa de ressaltar suas qualidades. Além disto, a Umbanda procura mostrar a realidade de nosso orbe da forma mais adequada a cada pessoa que freqüenta nossa religião. Ou seja, além das mudanças emergenciais tão necessárias, o movimento umbandista trabalha a Responsabilidade Social.

Analisem bem meus amigos. Se os nossos irmãos espirituais nas mais diferentes roupagens fluídicas – caboclo, preto-velho, criança, exu,boiadeiro, marinheiro, entre outros – trabalham diariamente em diversos templos do Brasil pensando no futuro, quebrando paradigmas, apontando soluções calcadas na ética e na sinceridade de seus sentimentos...

Adivinha o que eles fazem? Política! Quando dizemos política, não nos referimos as "politicagens" que o brasileiro está acostumado. Falamos da arte de aproximar os antagonistas.

Exaltamos a ciência do agir para a coletividade. Esta ação espiritual reflete diretamente em nós médiuns e simpatizantes da Umbanda. Precisamos, cada vez mais, estar cônscios sobre nossas responsabilidades perante a sociedade em todas as áreas do saber.

O verdadeiro terreiro de Umbanda é o nosso planeta Terra. Os pontos de firmeza são os sítios vibratórios da natureza que nos cerca. O congá éformado por todos os corações bem intencionados e voltados para o bem da humanidade.

O movimento umbandista é um grande pano de fundo utilizado pelos nossos maiorais sidéreos para a definitiva instalação da Paz e o Amor.

(mensagem enviada para as listas através do e-mail oficial do CONUB em 22/10/2006)

3 comentários:

  1. Fazer da Umbanda o espelho das desigualdades é o pior erro da sociedade brasileira (principalmente através de seus pensadores, é claro), pois formar uma opinião dessa é estrangular e abafar uma tentativa solene e caritativa de ajuda ao próximo, e quem vivencia a nossa Umbanda sabe que este próximo muitas vezes é o centrista e não o periférico.
    Uma certa vez um amigo me disse ter ouvido isso de outro (desculpe irmão não lembrar quem foi), que pela sua percepção experencial no terreiro pode concluir que 100% das pessoas, principalmente no Brasil, são umbandista ou no mínimo universalistas, porque 'quando o bicho pega todo homem, mesmo aquele mais religioso (dentro da sua religião, é claro) vai bater seu tambor lá no terreiro!', logo...

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  2. Olá João, parabéns pela iniciativa.Desejo muito sucesso pra vc.Um grande abraço

    Fárida

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  3. A política a que você se refere no artigo aproxima os antagonistas na esfera social, na esfera religiosa e dentro da própria seara umbandista, unindo todos em nome do amor, o combustível cósmico tão preconizado pelo Cristo Jesus. Ao invés de ficarmos criticando o que é empregado em um terreiro ou em outro, devemos nos ater ao amor com que todos trabalham. Se utilizamos nosso senso crítico para analisarmos esses detalhes, devemos considerar que a ritualística mínima ou em excesso está ligada, entre outros fatores como tradição e determinação dos Benfeitores Espirituais, à trajetória do espírito imortal de cada cidadão e conseqüentemente às suas necessidades.

    Josiane

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