quinta-feira, 28 de abril de 2011

Uma homenagem à Umbanda

Aranauan, Saravá, Axé!


Escrevemos ontem sobre a experiência que nós das Religiões Afro-brasileiras temos acesso e isto é fruto direto das possibilidades oferecidas pelo sacerdote. Sendo assim, gostaríamos de homenagear esta função espiritual importantíssima na sua rica diversidade optando por lembrar uma das várias e legítimas Escolas Umbandistas que é a Umbanda Branca. Neste sentido, uma casa importantíssima para este setor é a histórica Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade (TENSP) que tem dentro dela um ícone importantíssimo: Zélio Fernandino de Moraes.


Mais do que falar da TENSP, gostaríamos de apresentar o que seus dirigentes têm a dizer sobre ela. Portanto, é com grande satisfação que anunciamos o vídeo:

 

Pesquisa de Campo: Pesquisa sobre Umbanda Branca - "A Umbanda do Caboclo das 7 Encruzilhadas nunca formou sacerdote em cursos"

Entrevistado: Dirigentes da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade

Data: Junho de 2009

 

Esta entrevista com o Sr. Jorge, dirigente da sessão de pretos-velhos, e a Dona Laudelina, dirigente da sessão de desenvolvimento mediúnico, ambos da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade (TENSP) é clara sobre a formação do médium e do sacerdote.

Para acessar: www.ftu.edu.br, depois clique em "Produções Acadêmicas" - > Áudio-visual -> Pesquisas.

 

Ou acesse diretamente: http://www.ftu.edu.br/ftu/producoes-academicas/audio-visual/pesquisas/211-pesquisa-de-campo-pesquisa-sobre-umbanda-branca.html

 

A entrevista foi conduzida na época por mim e fui muitíssimo bem recebido pelos entrevistados. Com naturalidade contaram o processo de formação mediúnica e sacerdotal da TENSP, marcando com clareza como se deu e se dá este importante processo iniciático.


Aranauan, Saravá Fraternal,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

Blog "Espiritualidade e Ciência" publica texto "Religiões Afro-brasileiras: O Sacerdote, Mago e Médico - Parte II"

Aranauan, Saravá, Motumbá, Kolofé, Mucuiú, Salve, Axé!


É com grande alegria que divulgamos texto inédito publicado no Blog "Espiritualidade e Ciência":

O Espírito, como é imaterial, não tem limites, não esta atrelado ao tempo e ao espaço. Isso significa que não há, nos termos do universo que conhecemos, separação entre os espíritos. O que existe é, na Eternidade Relativa que chamamos de Reino Virginal, uma distinção virtual dos espíritos como pares vibratórios emConsciência-Una. Na Eternidade Absoluta o que existe é a Unidade de Consciência, não há qualquer forma de dualidade. Já no Universo Astral ao qual estamos afeitos, existe a aparência de pluralidade como função do ângulo de interpretação da realidade dos espíritos. Um exemplo poderá esclarecer essas afirmações: nós todos apreendemos o mundo em função das experiências que obtemos com nossos cinco sentidos; se imaginarmos, porém, um ser capaz de enxergar não cores e formas, mas partículas atômicas, seu universo será muito mais uniforme, como uma malha tridimensional com diferentes pontos de concentrações de partículas, tudo em movimento. Esse ser perceberá sem dificuldades a identidade que existe entre os seres e entre as coisas.

Continua em: http://espiritualidadeciencia.wordpress.com


As publicações do blog têm como proposta fomentar a terapia do diálogo ou diálogo como terapia.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Limpeza física do templo: uma experiência viva do Orixá

Aranauan, Saravá, Axé!


Somos adeptos de uma Religião de transe, que prima pela tradição Oral e que encontra na experiência a melhor forma de viver o Sagrado. Este assunto é encantador e igualmente explorado pela academia. A experiência dos Orixás já virou tema de tese na Alemanha, por exemplo. Gostaria aqui de compartilhar ideias vivas e vivenciadas, comentando como ações simples, porém sob os auspícios de um pai ou mãe de santo consumado, despertam claramente esta experiência com o Orixá.


Todos nós que estamos no terreiro possuímos funções e certamente muitos ficam responsáveis pela higiene física e astral do ambiente. Esta é uma das funções que ocupo no Centro de Cultura Viva das Tradições Afro-brasileiras que é dirigido pelo Pai Rivas, nosso Mestre Espiritual. Para minha feliz surpresa, acompanhando a limpeza do Centro com o Pai José Roberto (mestre Yamatiara – iniciado por Pai Rivas), fui convidado por ele a limpar os assentamentos de quatro Orixás: Ogum, Ossaim, Oyá e Obaluaiê.


Confesso que foi um momento de profunda alegria receber agô do Pai Rivas estendido ao Pai José Roberto para limpar fisicamente os assentamentos compostos por elementos da natureza, utensílios domésticos (panelas, pratos, colheres) e outros que quando ritualizados incorporam, ou para usar uma expressão mais adequada, assentam de fato o Orixá naquela representação manifesta.


Aprendi com Pai Rivas que limpar fisicamente o templo, desde o salão ritualístico até os sanitários, é um exercício de limpeza da sua mente e do seu corpo físico também. Com o Sr. Urubatão da Guia incorporado em Pai Rivas ouvi também palavras preciosas que não esqueço mais: Em Aruanda você será observado não pelo cargo que ocupou, mas pelo quão bem você cumpriu com o que lhe foi confiado.


Bem, diante destes simples e profundos ensinamentos peguei o balde com as águas de oxalá, um pano branco limpo e seco e fui ao encontro das representações simbólicas destes quatro poderesos Orixás. Ao chegar em Ogum, comecei a passar o pano úmido para retirar a poeira que naturalmente acumula e para minha surpresa o assentamento "reagia", utilizo esta palavra por falta de outra melhor, como que oferecia suas ferramentas, suas armas para serem limpas. O assentamento exigia uma limpeza delicada, sem pressionar muito os pratos sobrepostos, caso contrário desconfiguraria o mesmo.


Apenas um ponto importante. No fundamento do Orixá, as Escolas que bebem mais da tradição africana, via de regra, não fazem usos de imagens católicas para assentar o Orixá. São utilizados exclusivamente os elementos supracitados. Todo Babalawô conhece o orô (fundamento) e sabe como selecionar e encaixar estes elementos fazendo uso das rezas e outras ferramentas que fogem ao objetivo do texto para fixar uma imagem própria, indissociada do Orixá venerado em questão.


Completando o ciclo da vida, saí do assentamento de Ogum e penetrei no espaço de Ossaim. Certamente é outra vibração, outro tipo de hierofania igualmente importante. Ao limpá-lo, parecia que o assentamento estava me abraçando, recebendo minha atitude honesta e sincera com alegria. A textura dos pratos componentes do assentamento que tocava por meio do pano úmido era diferente das de Ogum. No primeiro, firme e forte. No segundo, "suculento" (como são algumas folhas) e "flexível". Pode parecer estranho isto, mas de fato a sacralização daquele espaço, a ritualização daquele momento modifica o nosso ângulo de interpretação. O relatado só é estranho para quem não possui esta vivência, os irmãos que são responsáveis em suas casas pela limpeza de objetos rituais devem certamente possuir experiências parecidas.


Transitando do lado da "vida" para o lado da "morte", sem deixar de saudar exu presente no meio da composição, chegamos ao assentamento de Oyá. Oyá possui muitos elementos metálicos e justaposição dos pratos não permitiram contatá-los com toda a superfície das minhas mãos. Por isto, precise usar a ponta dos dedos que enconstavam de forma rápida e pontual. Interessante que este gesto parecia que o assentamento estava vivo e quente... De fato, estava mesmo...


Finalmente chegamos ao assentamento de Obaluaiê. Uma vez nele, os recipientes eram profundos, por isto precisava entrar bastante com a minha mão no assentamento para limpá-lo. De alguma forma estava penetrando no lado inconsciente simbólico e, portanto, dentro de mim mesmo. Na menor desatenção minha, era tocado por pontas bem agudas de ferro que fazem parte do assentamento, lembrando-me da convicção, atenção e disposição de percorrer a senda iniciática e esta é a própria cura e auto-cura.


Enfim, foi uma experiência marcante que ficará para sempre na minha alma. Percebam meus irmãos que todo o exposto foi possível com uma "simples" limpeza física de elementos ritualísticos. Lógico que isto não acontece do nada. Graças à sabedoria do Pai Rivas que trouxe estes fundamentos que eu, na condição honrada de seu discípulo, pude experenciar isto. Tenho certeza que todas as casas com sacerdotes sérios podem oferecer experiências tão importantes para seus filhos como as que Pai Rivas me direciona diariamente.


Nós como filhos espirituais devemos abraçar estas oportunidades maravilhosas que nos são ofertadas e expressar para a sociedade fazendo uso das virtudes espirituais que adquirimos independente do estágio que elas se encontram. Novamente pegando carona nas palavras de meu Pai, se é importante incorporar o Caboclo, é necessário mais ainda incorporar os valores que Ele trás...

Meu Pai, sua benção, axé babá mi.


Ps: Quem conhece Pai Rivas, sabe que Sua proposta abrange aproximar as várias Escolas. No caso deste assentamento, focou-se o culto de nação africana. Porém, todos que estão ligados na vida iniciática com Pai Rivas passam pelas mais variadas expressões do Orixá, como ouvimos Dele uma visão de "360º' sobre o assunto nas manifestações das Religiões Afro-brasileiras. 

Aranauan, Saravá Fraternal,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Blog "Espiritualidade e Ciência" publica texto "Religiões Afro-brasileiras: O Sacerdote, Mago e Médico - Parte I"

Aranauan, Saravá, Motumbá, Kolofé, Mucuiú, Salve, Axé!


É com grande alegria que divulgamos texto inédito publicado no Blog "Espiritualidade e Ciência":

Diz o adágio ocultista que, no passado, o Sacerdote, o Mago e o Médico eram o mesmo, ou melhor, que a mesma pessoa "acumulava" as três funções. A visão antropológica moderna vê essa assertiva como uma condição própria das culturas primitivas, onde as doenças eram tidas como fruto de intercessões malignas e, pela falta de ciência, se atribuíam poderes mágicos à fitoterapia, que era associada a encantos e feitiços para afastar as influências negativas do indivíduo acometido por moléstias. É familiar a todos a figura mítica do pajé ou xamã; em vários povos ele executa os serviços do contato com o Sagrado, com os espíritos da Natureza por meio da Magia e cuida das enfermidades que comprometem os integrantes da comunidade.

Veremos nas próximas linhas o que significa, em sua real essência, a afirmativa de que o Sacerdote, o Mago e o Médico são a mesma pessoa. Compreenderemos, pela visão da Tradição de Síntese, que as separações entre Filosofia, Ciência, Arte e Mística provém da fragmentação do conhecimento imposta pelas academias da Idade Média em diante, tendo seu apogeu com a consagração do paradigma cartesiano. Este, embora afirmando a existência do Sagrado, negava sua relação com a Ciência estabelecia uma separação nítida entre o Corpo, ou Matéria, e o Espírito, garantindo a supremacia política sobre os dois campos do conhecimento estabelecido, respectivamente, a Ciência florescente e a Igreja dogmaticamente estabelecida.

Palavras-chave: Mago, Médico, Religiões Afro-brasileiras, Sacerdote, Síntese.


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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Blog "Espiritualidade e Ciência" publica texto "Doenças do sistema imunológico na visão das Religiões Afro-brasileiras"

Aranauan, Saravá, Motumbá, Kolofé, Mucuiú, Salve, Axé!


É com grande alegria que divulgamos texto inédito publicado no Blog "Espiritualidade e Ciência":

Penetrando nos fundamentos da autocura (1º aspecto) e cura (2º aspecto), estudemos à luz da Roda da Vida a manifestação do desequilíbrio dos "elementos", a Patologia dos Elementos (na verdade a consciência) e subsidiado nela demonstraremos as bases da Terapia das Religiões Afro-Brasileiras.

Os medicamentos sejam das Religiões Afro-Brasileiras, homeopáticos, alopáticos, não podem por si só curar as doenças, muito menos os doentes. O paciente estará curado somente quando houver autocura.

Mas o que fazem os medicamentos? São importantes no auxílio da erradicação da doença, pois auxiliam o Sistema Imunológico a combater o desequilíbrio, fazendo-o atuar sem embargos, propiciando a homeostasia (o retorno ao equilíbrio).

Para melhor entendermos a teoria, vejamos o esquema:


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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Blog "Espiritualidade e Ciência" publica texto "Religiões Afro-brasileiras – Abordagem das doenças humanas - Doenças provocadas pela atuação e atração espiríticas"

Aranauan, Saravá, Motumbá, Kolofé, Mucuiú, Salve, Axé!


É com grande alegria que divulgamos texto inédito publicado no Blog "Espiritualidade e Ciência":

Nas Religiões Afro-brasileiras a Medicina Integrativa ou de Síntesepreconiza que a personalidade é a expressão do "Eu Superior" – o Ser Espiritual. É manifestada por meio de três organismos dimensionais diferentes. Além das diferenças vibracionais e estruturais, há também as funcionais.

Após estas ligeiras incursões introdutórias na Psique Humana, vejamos como o indivíduo pode atrair sobre si mesmo a influência ou atuação de outra consciência, de outro indivíduo e isto produzir doenças várias, ser causa de enfermidades.

Pensamentos desequilibrados, sentimentos instáveis e ações desarmônicas são a base para o rebaixamento vibratório da freqüência aurânica, que por si só produz doenças, o que é ainda mais agravado pela atração e atuação de seres espirituais que vibram nas freqüências mais baixas da vida, que por sintonia se comprazem de estranha e insólita amizade morbosa.

Palavras-chave: Atuação espirítica, Doença, Inconsciente, Organismos, Religiões Afro-brasileiras.


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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Blog "Espiritualidade e Ciência" publica texto "Religiões Afro-Brasileiras resgatando o Sagrado"

Aranauan, Saravá, Motumbá, Kolofé, Mucuiú, Salve, Axé!


É com grande alegria que divulgamos texto inédito publicado no Blog "Espiritualidade e Ciência":

Às Religiões não competem somente os patrimônios da fé, esperança e consolação, mas principalmente de remir e re(unir) o Homem consigo mesmo e com o Sagrado, e Esse está em toda as coisas, inclusive, nas várias formas doutrinárias, em todas as Religiões. Portanto, não podemos dizer ser esta ou aquela Religião melhor que outra; quem tem uma, em geral, nega as demais; quando se é praticante de uma Religião, mesmo que de forma velada, discrimina-se as outras... O que há é Religião, (re)união com o Sagrado, e não Religiões. As Augustas Hierarquias Constituídas, os Espíritos Planetários – Os Orixás Ancestrais e todos seus enviados, (ancestrais ilustres) quando têm oportunidade, afirmam que a Umbanda tem necessidade de se expressar como Religião -uma visão direta e imediata do Sagrado.A Umbanda afirma que as Religiões, embora louváveis em seus princípios, são visões particularizadas do Sagrado, ressaltando e realçando as diferenças entre as Coisas Divinas, algo que deveriam refutar, pois como admitir serem as religiões promotoras de desavenças, cizânias que podem culminar em lutas fratricidas, na abominável e inconcebível guerra?

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terça-feira, 12 de abril de 2011

A Teologia e os cursos de teologia livre novamente em foco na sociedade

Aranauan, Saravá, Axé!


Nesta última segunda-feira Pai Rivas apresentou em seu Blog "Espiritualidade e Ciência" o texto "As Religiões Afro-brasileiras lamentam o etnocentrismo e demais enganos" acompanhado do vídeo "Olodumarê abençoa a humanidade", ambos disponíveis no site: http://espiritualidadeciencia.wordpress.com


O texto e o vídeo tratam de assuntos importantes e atuais, mas para não deixar o texto muito extenso, gostaríamos de abordar um aspecto em específico: as afirmações do pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) sobre a condição espiritual da África.


Vamos ler o que aconteceu:

Feliciano tuitou: "Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato". Antes dessa mensagem, ele já havia escrito: "Entre meus inimigos na net (sic), estão: satanistas, homoafetivos, macumbeiros…"

As mensagens geraram uma série de protestos online contra ele, que já havia afirmado na quarta-feira, também pelo Twitter, que os negros africanos sofrem com pestes, pobreza e fome por descenderem, supostamente, desse ancestral amaldiçoado, neto do personagem bíblico Noé. "A maldição de Noé sobre Canaã (o neto) toca seus descendentes diretos, os africanos", afirmou. Segundo o deputado, Canaã teria sido amaldiçoado porque seu pai teria cometido um ato homossexual, referindo-se a uma passagem bíblica em que Cã (pai de Canaã) ri da nudez de Noé. "Alguns eruditos afirmam que a palavra rir aponta para prazer, então o filho abusa da nudez do pai", disse. Em seguida, Feliciano conclui que esse seria "possivelmente o 1º Ato de homossexualismo da história".

No twitter, Feliciano postou que africanos seriam "amaldiçoados". A ÉPOCA ele afirmou que não se referia à cor, mas à religião dos povos da África.

A ÉPOCA, Feliciano disse que tudo não passou de uma "infelicidade". "Sou professor de teologia, e uma vez por dia posto no meu twitter uma pergunta bíblica para meus alunos. A questão do dia tinha sido essa: 'por que Noé ficou furioso com o filho, que o viu nu, e amaldiçoou o neto e não o próprio filho?'" Segundo a explicação que ele deu à reportagem, Noé, enfurecido, teria lançado uma praga sobre o neto para machucar mais o filho, e esse neto, Canaã, teria dado origem aos povos africanos.

Fonte: http://tiagolinno.wordpress.com/2011/04/01/marco-feliciano-sera-investigado-na-camara/

 

Sinceramente não vou discutir sobre o conteúdo em si, pois é óbvio que está errado. Mais do que errado é absurdo, etnocêntrico, racista, eugênico, homofóbico, intolerante com outras religiões, enfim inadmissível. Vamos explicar melhor isto.


Primeiro por ele ser deputado federal. Como representante do povo, fiscal do poder executivo e corresponsável pelas leis do nosso país, precisa resguardar o espírito laico em nossa sociedade agregando e promovendo o diálogo entre todos os credos, inclusive aqueles que crêem em nada (ateus). Não pode fomentar a desigualdade, mas sim a defesa pela igualdade vis-à-vis o respeito às diferenças.

Como líder religioso de uma comunidade, não deveria suscitar a cizânia, a hierarquização de povos. Isto denota uma clara influência do evolucionismo social de Spencer, onde se distinguem sociedades melhores que outras. A história é fiel depositária de como isto representeou uma chaga difícil de curar até os dias de hoje, pois concretizou guerras das mais horrendas.


Por último e não menos importante. O pastor e deputado federal Marco Feliciano se intitula professor de teologia. Ao procurar na internet, encontramos a instituição dele. Trata-se do Instituto Teológico Carisma que busca ensinar uma "teologia" pentecostal. O problema é que tal instituição não é regulamentada pelo MEC, ou seja, "teologia livre" e como tal pode lecionar o que bem entender sem nenhuma preocupação com a teologia cristã, de onde teoricamente extrairia suas questões.


Os irmãos se não perceberam, agora percebem o problema das "teologias" livres. Pode tudo, vale tudo. No final do curso emitem um certificado com nenhum valor perante a sociedade, apenas para a instituição que forneceu o mesmo. Esta doutrina transmitida por professores sem formação, sem infraestrutura pedagógica, entre outros vários itens omissos por falta de regulação do MEC é perigosa e pode produzir aberrações como esta afirmação do pastor "professor" (sic).


Mas não basta falar da religião dos outros, precisamos refletir sobre a nossa fé também. Devemos cobrar de nossos representantes políticos, aqueles mesmos que foram pedir voto para o povo do santo, uma postura exemplar sobre este caso. Mais do que isto, fazer uso do poder de mobilização dos nossos sacerdotes para não nos calarmos diante destes fatos. Vide a ação do Pai Rivas em seus canais digitais.

Não podemos também olvidar a questão educacional calcada na teologia. A teologia bem feita permite um diálogo entre Ciência e Religião. A boa formação universitária é uma necessidade para que este se realize e as instituições de ensino superior regulamentadas podem promover isto.


Já a teologia livre não. Ela trás ao público conceitos dos mais absurdos e que não passam pelo senso crítico, gerando aberrações como as do pastor em questão e outros erros científicos básicos cometidos pela teologia livre também são observáveis em outros setores religiosos, inclusive o nosso. 


Aranauan, Saravá Fraternal,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Blog "Espiritualidade e Ciência" publica texto+vídeo "As Religiões Afro-brasileiras lamentam o etnocentrismo e demais enganos"

Aranauan, Saravá, Motumbá, Kolofé, Mucuiú, Salve, Axé!


É com grande alegria que divulgamos texto+vídeo inédito publicado no Blog "Espiritualidade e Ciência":

O Saber Religioso faz a interface com o Saber Acadêmico (do livro que deve ser respeitado). A outra vertente é a das crenças, rituais ou experiência-vivenciada, fazendo a conexão com a religião. Este foi o primeiro tema que abordamos no vídeo disponibilizado no final deste sumário

O segundo foi à infeliz declaração de um pastor neopentecostal, que também é deputado federal (que deveria legislar pelo e com o povo) que afirmou que todos os problemas e embaraços da África são devidos à Maldição Divina, algo preconceituoso e descontextualizado da uma cultura de paz e cooperação entre os povos. Seu exemplo eugênico e etnocêntrico deve ser um sinal de alerta no ensino da Teologia e pregação religiosa.

O terceiro foi a ignóbil violência à sociedade brasileira, a mais de uma dezena de crianças que foram mortas por um infeliz franco atirador, ativista de seita fundamentalista e que fez grassar o terror, o bizarro e como corolário a morte homicida e suicida. Será esta a proposta das seitas? São necessárias as seitas? Quantos que dizem propagar uma religião e em verdade estão engendrando uma seita?

Palavras-chave: Africa, Etnocentrismo, Religiões Afro-brasileiras, Seitas, Teologia

Continua em: http://espiritualidadeciencia.wordpress.com


As publicações do blog têm como proposta fomentar a terapia do diálogo ou diálogo como terapia.