segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Enjuremação de nossa filha espiritual (texto + fotos)

Na publicação de hoje, vamos comentar sobre um importante processo iniciático que está ocorrendo em nossa casa, o Ilê Funfun Awooshogun. Trata-se da iniciação na Jurema, ou enjuremação, de Mãe Fabi (Yamaosilê), nossa filha espiritual.

Importante lembrar que um dos primeiros registros literários vem de Câmara Cascudo no início do século XX. Em sua abordagem, dava grande ênfase ao Catimbó, hoje denominado culto de Jurema, como algo folclórico, por vezes pejorativo.

De certa maneira, esta perspectiva foi amenizada pela missão folclórica de 1938. Especialmente pela pena de Mário de Andrade. Não podemos deixar de registrar também a pesquisa de Luiz Assunção (UFRN) que contribui bastante para a disseminação da Jurema no meio acadêmico.


Aranauan, Saravá, Axé,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)


 
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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Orô Axé Exu

Orô Axé Exu

Gostaríamos de aproveitar a publicação de hoje para divulgarmos excertos em vídeo do rito conduzido por nós. O Orô Axé Exu em Itanhaém - SP, mais especificamente na casa de nossa filha espiritual Fabíula (Yamaosilê). Trata-se de Fundamento do Axé de Exu Odara - Ekodidé. Axé!

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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Mais uma vitória para o campo teológico afro-brasileiro!

Mais uma vitória para o campo teológico afro-brasileiro!

Ontem tivemos, em Itanhém, o Orô Axé Exu fechando nosso ciclo ritual, celebrando a vida e compartilhando axé com nossa e outras comunidades de santo. Imbuídos da alegria e das vibrações positivas recebidas no ritual, recebemos, hoje, a notícia alvissareira de que uma de nossas filhas-de-santo foi aprovada, em primeiro lugar, para ingressar no doutorado acadêmico em Ciências Humanas e Sociais na Universidade Federal do ABC.
A notícia ganha relevância por alguns elementos. Primeiramente, ela vem se juntar com tantas outras notícias e realizações que temos publicizado em nosso blog de nossa comunidade de santo. É sempre motivo de regozijo quando nossos filhos espirituais realizam suas conquistas. Como sempre mencionamos, a vitória de um é um grande acréscimo para o axé coletivo da casa, em vários âmbitos. Muitos acadêmicos falam sobre família-de-santo, mas, é apenas na vivência ritual, no contato constante no terreiro que aprendemos a ver nas vitórias alheias, nossas próprias vitórias.

 



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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Texto + Vídeo novos! Iniciação afro-brasileira só existe se vivenciada no terreiro!

Iniciação afro-brasileira só existe se vivenciada no terreiro!
Na publicação de hoje, gostaríamos de relembrar um vídeo que postamos há alguns meses. Fizemos esta escolha pela atualidade do mesmo. Nele discorremos sobre a demonização da divindade/ancestral Exu das Religiões Afro-brasileiras por outras tradições. Mencionamos também a relevância da mídia para formar opinião pública a favor de alguns grupos favorecidos, sempre excluindo grupos sociais tais como os negros, as religiões afro-brasileiras, os indígenas, entre outros. Em uma das notícias standartizadas, uma emissora elitizada publicizou um determino grupo religioso afro-brasileiro que vendia cursos de iniciação, usava de entidades espirituais para extorquir outrem. O fato é que esses grupos não representam as religiões afro-brasileiras, mas, infelizmente, a mídia se interessa em ridicularizar o campo como um todo. Quanto à questão dos cursos, é evidente que trata-se de um estratagema mercantil que faz uso da fraqueza da mente humana, a qual procura sempre as facilidades, poder e dinheiro. Tornar-se pai e mãe de santo é reduzido, nesses cursinhos, ao pagamento bancário. Mantemos nosso repúdio aos grupos que não valorizam o sacerdócio vivenciado e que encontram-se amarrados nas teias da homogenia e hegemonia. E aos que se interessam e valorizam diariamente pelo sacerdócio, pelo contato constante com seus pais, mães-de-
santo e comunidade-terreiro, nosso profundo axé!

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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Novo livro sobre Teologia Afro-brasileira no prelo pela Editora Vozes!

Novo livro sobre Teologia Afro-brasileira no prelo pela Editora Vozes!

Ao final deste ano, gostaríamos de dar o nosso Ibá aos Irunmalés (Orixás e Ancestrais Ilustres) por permitir tantas realizações à nossa comunidade de Axé. São vitórias no âmbito espiritual e acadêmico que merecem uma retrospectiva, algo que faremos tão logo.

Na publicação de hoje poderíamos citar vários de nossos filhos e filhas espirituais que, de alguma forma, contribuíram significativamente para isso. Entretanto, vou citar uma importante conquista que soubemos a pouco tempo e que terá uma ótima repercussão para a sociedade.

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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Cursos de habilitação para pais e mães de santo e “cursos de formação teológica”: a prática da clandestinidade no universo afro-brasileiro

Cursos de habilitação para pais e mães de santo e "cursos de formação teológica": a prática da clandestinidade no universo afro-brasileiro

Nossas publicações mais recentes tem procurado enfatizar a diferença entre um curso de teologia reconhecido pelo Ministério da Educação e outros que se intitulam cursos livres de teologia. Além disso, discutimos também sobre os cursos de habilitação para pais e mães de santo que se proliferam, especialmente na capital do estado de São Paulo.  Sobre este último tópico, gostaríamos de comentar que, recentemente, conversamos com um rapaz que frequentou um desses cursos que "forma" sacerdotes. Ele nos disse que recebia dos "aplicadores" dos cursos algumas orientações:
O "aluno" é orientado a não seguir nenhum pai ou mãe-de-santo. Deve seguir conselhos, única e exclusivamente, dos seus guias ou conselhos que surgirem na cabeça da pessoa, a qual não precisa nem ao menos ser médium.

Saiba mais em: 

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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Teologia Afro-brasileira: legitimidade e legalidade para o povo de santo já!

Na publicação de hoje, em nome da dignidade das Religiões Afro-brasileiras, gostaríamos de retomar a questão da teologia e suas implicações para o povo de santo em geral.
Em várias oportunidades já comentamos sobre isso, mas vale a pena posicionarmos o que é e qual o papel da Teologia. Podemos compará-la analogamente ao corpo humano. Em um braço a religião. No outro a ciência. A Teologia, por possuir estas características, pode aproximar ambas respeitando os seus saberes e fazeres. Ou seja, possui o conhecimento religioso (senso crítico) e por outro lado possui também as crenças religiosas (confessional).
Para realizar tão importante processo, lança mão de um mecanismo duplo e complementar: "decodificação e tradução". Decodificar um conteúdo é compreender o que ele expressa. Traduzir é articular duas realidades distintas sem promover substituição, ou seja, imposição de um lado sobre o outro. Sendo assim, ela pode interfacear ambas de forma harmonizada.

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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Encantaria de Mestre Canindé: Terapia da Brasilidade (texto e fotos)

Encantaria de Mestre Canindé: Terapia da Brasilidade

No último dia 30 de novembro, realizamos no Ilê Funfun Awooshogun, toque de Jurema, Encantaria do Mestre Canindé. Gostaríamos de aproveitar o ensejo para passar a "pena" à nossa filha de santo Yacyrê sobre sua experiência ritual. Axé!

"Considero complexa a missão de, em poucas linhas, expressar meus sentimentos com relação ao Toque de Jurema de Mestre Canindé, realizado no Ile Funfun Awooshogun, Casa da Cura e do Destino, em Itanhaém, SP.
Infelizmente, não pude participar do preparo do ritual ao longo da semana passada. Sei que muitos dos fundamentos e awos são vivenciados na construção do ritual, dos elementos, assentamentos. Trazer a "Jurema" não é algo trivial, simplório. Não basta beber jurema e entoar uma ou duas louvarias. Vivenciar a Jurema, cujas raízes remontam ao nordeste brasileiro, exige que o sacerdote esteja aberto a este universo, adentre nas correntes espirituais, no imaginário coletivo, na memória ancestral e, inclusive, na própria história da constituição do que é ser brasileiro.

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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A posição da FTU sobre cursos livres e cursos de habilitação para pais e mães-de-santo.

A posição da FTU sobre cursos livres e cursos de habilitação para pais e mães-de-santo.



No último texto problematizamos a questão dos cursos de habilitação para pais e mães-de-santo, os quais pretendem substituir a Iniciação. A discussão já foi densamente apresentada. Na publicação de hoje, gostaríamos de pontuar algumas questões que envolvem a Teologia e suas relações com o universo religioso afro-brasileiro.


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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Curso de habilitação para pais/mães de santo não é Iniciação!

Curso de habilitação para pais/mães de santo não é Iniciação!


Hoje nossa publicação visa retomar, de forma esquemática, o que temos discutidos nos textos anteriores. Muitas pessoas nos solicitaram que esclarecêssemos alguns pontos. Nesse sentido, pensamos em exposar nossos argumentos item a item para que eles ficassem mais claros.


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terça-feira, 26 de novembro de 2013

Sobres cursos "fast foods"

Axé, meus irmãos,

Como o mundo dá voltas e as tentativas fracassadas de mercantilizar o santo sempre são as mesmas, gostaria de publicizar minhas palavras de 17/01/2009:

Cada terreiro tem sua magia. Cada terreiro possui uma forma específica de transmitir seus conhecimentos. Cada terreiro possui meios próprios de exercitar a mediunidade ou mesmo formar sacerdotes e sacerdotisas, através dos amacis, feituras de cabeça ou quaisquer outros ritos e práticas que servem para tais finalidades. Partindo destas idéias básicas e fundamentais do Movimento Umbandista, questionamos os cursos que tentam vende-las privilegiando a visão de um grupo sobre os demais.

Será que só as pessoas que dão cursos de magia ou desenvolvimento mediúnico são capazes de trabalhar estes e outros fundamentos básicos da Umbanda?

Esqueceram-se dos humildes e honestos pais e mães de santo que, independentemente do número de filhos espirituais ou da localização do terreiro, fazem a sua magia, dão passagem para o Pai-Velho, Caboclo, Criança, Exu e tantas outras formas de apresentação. São estes mesmos senhores e senhoras ilustres que seguram na mão de seus filhos e os preparam para incorporar os Ancestrais que possuem uma ligação íntima com as suas vidas ou mesmo abrem alguns erós sobre outras modalidades mediúnicas conforme as necessidades individuais de cada um. Tudo isso em respeito às características de cada indivíduo, sem formatar médiuns padronizados em ideologias de massa.

Não meus irmãos, este conjunto de valores não é exclusivo a um grupo restrito de pessoas. O acesso ao mesmo não é feito mediante pagamento de inscrições ou apostilas. Muito pelo contrário, é dentro do terreiro que aprendemos de forma segura e objetiva a aperfeiçoar a nossa mediunidade, a magia e tantos outros elementos que nos remetem ao Sagrado.

Assim como meus outros irmãos de santé ou confrades umbandistas de outras Escolas, estamos cônscios e satisfeitos com o trabalho desenvolvido pelos nossos respectivos pais e mães de cabeça. Não precisamos de cursos "fast foods" que tentam colocar os bens socializáveis da Umbanda em uma linha de produção. Todos nós aprendemos e vivenciamos a Umbanda não assinando lista de presença ou cheques para pagar cursos, mas batendo a cabeça no Congá.


Aranauan, Saravá, Axé,
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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A Iniciação se transforma em uma apostila

A Iniciação se transforma em uma apostila


Nos últimos textos temos discorrido a respeito de algumas situações que aconteceram na formação das religiões afro-brasileiras e outras que acontecem ainda hoje neste universo. A publicação escrita pelo nosso filho de santo Aratish abordou o processo de sincretismo e hibridismo ocorrido quando do encontro do catolicismo e das religiões afro-brasileiras. Como foi discorrido, o cristianismo foi bastante perspicaz ao associar a divindade exu ao demônio, pois foi uma estratégia capaz de deturpar o conceito e tudo que envolvia essa divindade. Essa questão do sincretismo, da hibridização não foi tão espontânea e natural como algumas correntes históricas propagam, ao contrário, havia um processo anterior, seja como plano teórico, doutrinário ou prático que visava a hegemonia das religiões provenientes do cristianismo e, consequentemente, instaurar a homogenia. O cristianismo sendo o único responsável e apto a fazer a comunicação entre os dois mundos estava nos planos da colonização, uma vez que o discurso religioso assegurava formas de domínio e exclusão.
Continua em: http://sacerdotemedico.blogspot.com.br/2013/11/a-iniciacao-se-transforma-em-uma.html

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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A proliferação das agências mercantis nas Religiões Afro-brasileiras

A proliferação das agências mercantis nas Religiões Afro-brasileiras



No último domingo entregamos a pena a nosso filho de santo Aratish, o qual discorreu, magistralmente, sobre a ação intencional proveniente do cristianismo em demonizar o Exu das religiões Afro-brasileiras a fim de ser a única responsável e capaz em fazer a comunicação entre dois mundos, dois sistemas cambiáveis, o transcendente e o imanente.
Na publicação de hoje gostaríamos de continuar a discorrer sobre algumas facetas da figura de exu e sua importância para o campo religioso brasileiro, tendo em vista a já pluralidade de visões e práticas mencionada no texto anterior. Nosso filho Aratish pontuou as ações da Igreja quando esta sentiu-se desafiada e ameaçada em perder fieis quando da maior visibilidade de inúmeras práticas religiosas afro-brasileiras, até então não nominadas como conhecemos hoje, mas perfeitamente vivenciadas. A associação da então divindade Exu com o demônio, com tudo que fosse negativo, ruim, desordeiro vem somar com outros pontos que gostaríamos de colocar. Isso continua acontecendo atualmente, porém, com o discurso e práticas neopentecostais cujos agentes incorporam a ideia de "guerra santa" ou "batalha do bem contra o mal".

Aranauan, Saravá, Axé,
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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Fwd: [apometria_umbanda] Federalização e estelionato

Axé,

Seguem as palavras do meu irmão de santo Aratish. Palavras necessárias e importantes sobre o tema!

Aranauan, Saravá, Axé,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
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---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Aratish <aratish@uol.com.br>
Data: 20 de novembro de 2013 13:43
Assunto: [apometria_umbanda] Federalização e estelionato
Para: "apometria_umbanda@yahoogrupos.com.br" <apometria_umbanda@yahoogrupos.com.br>


 

O Jornal Nacional mostrou em cadeia nacional, no dia de hoje (19/11/13) uma matéria intitulada "Polícia prende três suspeitos de praticar 'golpe da cartomante'". Trata-se de uma modalidade de estelionato em que os criminosos, fazendo-se passar por médiuns, extorquem das vítimas dinheiro, durante uma encenação de consulta espiritual. No caso em questão, os pais queriam que o filho rompesse o namoro e para isso os estelionatários cobraram quase R$400 mil (sic) e mais uma outra de "sete maços de R$7.777" (sic). Um detalhe importante: está envolvido no golpe, não só a estelionatária (que se fazia passar por médium de uma certa "vó"), mas também o presidente do "Conselho mediúnico do Brasil" da "Federação Paranaense de Umbanda e Cultos Afro-Brasileiro", o Sr. Dorival Simões. A tal Federação ministra cursos de: "cap acitação de sacerdotes das religiões de matriz africanas", introdução à teologia, língua ioruba, parapsicologia, que são certificados por um tal IAB – Instituto Afro-Brasileiro de Pós Graduação e Extensão.

As imagens da estelionatária dão algumas indicações: gravadas numa casa (e não num templo) com imagens católicas de fundo, com um adereço de guia, numa linguagem que simula a linguagem de terreiro, com roupas cotidianas e falando de dinheiro. A postura, os gestos e a voz sugerem um simulacro de práticas de umbanda e de arremedo de mediunidade.

Diante dos fatos, é importante relembrar que Pai Rivas, há muito tempo, tem alertado que o sacerdócio se faz na vivência, de anos, do discípulo com o seu Pai de Santo, no espaço sagrado do terreiro, como preceitua a trad ição. O sacerdócio é forjado num processo ininterrupto de compromisso com sagrado, em muitas vidas. Não é um fast track course de consumo imediatista, como muitos cursinhos, à semelhança de franquias, propagam. Não dá diplomas, seu selo é impresso na alma.

Retomando o fato. Não vamos entrar no mérito ético da conduta dos pais para com o filho. Porém, não podemos deixar de ressaltar que este caso policial mostra uma clara conexão entre federação, cursos de extensão e prática do estelionato. Pior, infelizmente, associando o nome das Religiões Afro-Brasileiras e da Umbanda, em particular, a este tipo de conduta criminosa. Ressaltamos, que não existem controles sobre as federações e sobre estes cursos, faz-se o que bem se entende (ou não).

Precisamos lembrar que as Federações deveriam ser não apenas órgãos de intermediação entre as comunidades do Povo do Santo e a sociedade, mas baluartes daqueles terreiros que representam a s verdadeiras tradições de nossa comunidade. No entanto, este exemplo, mostra que além de servirem de espaço para políticos oportunistas, também servem de espaço mercadológico para cursilhistas de codificações (de carta-magna, inclusive exposta no site da dita federação) e, também, de porta de entrada para charlatões e, neste caso, de guarida a estelionatários.

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Atividade nos últimos dias:
Umbanda: Uma forma inteligente e espiritualizada de se bem viver
por Pai Rivas
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terça-feira, 19 de novembro de 2013

Deu no Jornal Nacional...

Axé,
Acabo de assistir no Jornal Nacional uma reportagem sobre suspeitos de praticar "golpe da cartomante". Para quem assistiu a matéria, fica clara a associação às religiões Afro-brasileiras com as guias utilizadas pela impostora e a entidade "Vó" que faz uso de linguajar e trejeitos de um preto-velho. O que certamente de Preto-Velho e mediunidade não tem nada. De apenas um casal de clientes, os suspeitos cobraram mais de R$400.000,00.
Isso é lamentável. Realizar uma associação de crime com o nosso movimento religioso é inadmissível. Ao buscar maiores informações sobre a dita instituição "Conselho Mediúnico do Brasil" conduzida pelos suspeitos, chegamos ao site da "Federação Paranaense de Umbanda e Cultos Afro-brasileiro". Os absurdos não param por aí.
Na capa do site da dita "federação" está divulgação de cursos de capacitação sacerdotal e introdução à Teologia. Ambos os cursos ligado às religiões afro-brasileiras.
Sobre o curso de sacerdotes, não é de hoje que a minha comunidade de santo, do Axé de Pai Rivas, a própria Faculdade de Teologia Umbandista (FTU) são claramente contrárias as tais práticas. Formação distante do terreiro, forma qualquer coisa, menos pai e mãe de santo. No caso específico dessa instituição, levou ao crime. Os fatos falam por si só.
Quanto ao curso de introdução à teologia, lembramos que Teologia no nosso país é algo sério. A disciplina é regulamentada pelo MEC (Ministério da Educação) e seus cursos são ministrados em IES (Instituições de Ensino Superior). No caso das Religiões Afro-brasileiras, apenas a FTU tem tal autorização, credenciamento e reconhecimento para ministrar tais cursos teológicos. Aliás, cursos que tratam da diversidade religiosa afro-brasileira e não tem qualquer pretensão de formar médiuns, muito menos sacerdotisas e sacerdotes. Na FTU formam-se bacharéis e pós-graduados devidamente diplomados após cumprirem todas as exigências acadêmicas.
Posto isso, fica claro o caráter criminoso desta federação de umbanda e cultos afro-brasileiro do Paraná. Porque não bastasse o que já foi dito, eles emitem certificados sem qualquer valor acadêmico por um tal "Instituto Afro-brasileiro de Pós Graduação e Extensão", que não tem vínculo junto ao MEC ou qualquer faculdade teológica. Um absurdo que precisamos deixar evidenciado o nosso repúdio a tais práticas. 
Concluindo...
Quer ajuda espiritual? Procure um terreiro com fundamento. Com pais e mães espirituais capacitadas e formados no terreiro, dentro de sua Raiz. Graças aos Orixás, Voduns, Inquices e Encantados, existem inúmeros pelo Brasil.
Quer estudar teologia afro-brasileira? Procure a FTU, única organização que tem respaldo acadêmico e social para ministrar cursos teológicos afro-brasileiros. 
E deixa a Gira girar!

Aranauan, Saravá, Axé,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Publicação nova no Blog de Pai Rivas

Exu e a Diversidade

Muitos foram os desdobramentos do IV Congresso Internacional de Sacerdotes e Sacerdotisas e do XXIII Rito de Exu, ambos no último mês de outubro nas dependências da Faculdade de Teologia Umbandista (FTU). Indubitavelmente ambas as atividades reforçam nossa postura a favor da diversidade nas Religiões Afro-brasileiras, portanto contrária a qualquer forma de codificação do nosso movimento religioso. Somos avessos à homogeneização e hegemonização de quaisquer tipos, a começar pelo espiritual.

Sendo assim, gostaríamos de  passar a "pena" ao nosso filho espiritual Antônio Luz (Aratish) que usou do senso crítico (acadêmico) para discutir a diversidade usando como símbolo central Exu.  Reflexões naturais pós-rito. Axé!


Aranauan, Saravá, Axé,
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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Diversidade afro-brasileira em pauta: na academia e no terreiro!

Diversidade afro-brasileira em pauta: na academia e no terreiro!


Nas últimas publicações apresentamos aos colegas do blog algumas realizações. Primeiramente, falamos sobre o Simpósio Internacional Associação Brasileira de História das Religiões – ABHR, cujo evento, sediado na Universidade de São Paulo (USP), contou com a participação da Faculdade de Teologia com ênfase nas Religiões Afro-brasileiras (FTU) como coordenadora de um Grupo de Trabalho intitulado Escolas das Religiões Afro-brasileiras e diálogos. No último domingo, apresentamos excertos do Congresso Internacional de Sacerdotes e Sacerdotisas das Religiões Afro-brasileiras que é um evento que concretiza, presencialmente, as discussões alimentadas no Fórum Internacional Permanente de Sacerdotes e Sacerdotisas (http://religiaoediversidade.blogspot.com.br/) em prol da diversidade religiosa. Além do congresso, foram apresentados no vídeo trechos do ritual de Exu em que várias comunidades de santo vivenciaram o mito de Odé e de Exu e celebraram a vida e o axé!

Aranauan, Saravá, Axé,
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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Excertos do vídeo "IV Congresso Internacional de Sacerdotes e Sacerdotisas" e "XXIII Rito de Exu"

Excertos do vídeo "IV Congresso Internacional de Sacerdotes e Sacerdotisas" e "XXIII Rito de Exu"

Na publicação de hoje, disponibilizamos vídeo com excertos do IV Congresso Internacional de Sacerdotes e Sacerdotisas. A proposta do congresso foi dar voz aos pais e mães espirituais sobre a diversidade nas religiões afro-brasileiras e como ela é vivenciada dentro e fora do terreiro. Após o congresso, o terreiro ficou lotado e, juntos, realizamos um xirê, principalmente em homenagem ao grande caçador Odé! Nossa casa estava em festa! Celebramos com os exus a vida!


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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Parcerias que dão certo!

Axé! 

Como boas ideias saem do terreiro e penetram na Academia e na sociedade civil? 

Saiba mais em: http://t.co/Fyt6GsOFxf

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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A FTU no Simpósio Internacional da Associação Brasileira de História das Religiões na USP: a participação da nossa comunidade de Axé!

A FTU no Simpósio Internacional da Associação Brasileira de História das Religiões na USP: a participação da nossa comunidade de Axé!


Dando continuidade à publicação anterior, gostaríamos de apresentar vídeo com excertos da participação de alunos e professores, filhos e netos espirituais da nossa comunidade de Axé no I Simpósio Internacional da Associação Brasileira de História das Religiões (ABHR). O evento ocorreu nas dependências da USP entre os dias 29 e 31 de outubro. Gostaríamos de comentar questões importantes antes de passar ao vídeo.
Reiteramos o que já afirmamos na publicação passada. A Faculdade de Teologia Umbandista (FTU), primeira faculdade com ênfase nas Religiões Afro-brasileiras, autorizada, credenciada e reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC), coordenou o primeiro grupo de trabalho com enfoque na teologia afro-brasileira. O nome do GT foi "Escolas das Religiões Afro-brasileiras e Diálogos", tema pesquisado há muito tempo por nós, que fora discutido amplamente na FTU e que deu origem, inclusive, ao nosso livro de mesmo nome lançado durante o Simpósio da ABHR.


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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Blog de Pai Rivas: Nossos filhos e filhas-de-santo na academia: FTU no Simpósio Internacional da Associação Brasileira de História das Religiões na USP!

Nossos filhos e filhas-de-santo na academia: FTU no Simpósio Internacional da Associação Brasileira de História das Religiões na USP!

Esta semana a Faculdade de Teologia Umbandista foi representada no I Simpósio Internacional da Associação Brasileira de História das Religiões (ABHR) na USP por vários dos meus filhos e filhas-de-santo. A começar pela primazia da FTU conquistar a coordenação do primeiro grupo de trabalho (GT) com enfoque exclusivo para a teologia afro-brasileira. Apesar dos trabalhos apresentados contemplarem metodologias e abordagens de outras disciplinas acadêmicas como sociologia, antropologia e ciências da religião, podemos dizer que a força era proveniente da teologia uma vez que o nome do GT intitulava-se Escolas das Religiões Afro-brasileiras, cujo conceito foi elaborado por nós teologicamente.
O conceito de escolas foi pensado na tentativa de apontar academicamente alguns princípios que norteiam o pensar-fazer afro-brasileiro, a saber: uma epistemologia, uma ética e um método próprios. Cada terreiro pode, portanto, ser ou fazer parte de uma Escola afro-brasileira desde que tenha elaborado esses princípios e vivenciem-nos. Temos várias Escolas como, por exemplo: umbanda branca, umbanda traçada, candomblé de caboclo, jurema, tambor de mina, jarê, tore, babassuê, batuque do sul, xangôs do nordeste, umbanda iniciática entre tantas outras. O que há em comum a todas elas? Por estranho que possa parecer, há muitas semelhanças! Há o processo iniciático, a vivência do transe, a transmissão de conhecimentos via oralidade, a família ou comunidade-de-santo, a crenças em divindades, em ancestrais etc.

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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Texto novo no Blog: Nossa relação com acadêmicos e religiosos: amizade em favor da diversidade!

Axé,

Nossa relação com acadêmicos e religiosos: amizade em favor da diversidade!

Observamos recentemente algumas pessoas, filhos(as)-de-santo e mesmo outras que não fazem parte de minha comunidade de axé,  veicularem via redes sociais parte de nossa história e vínculo com professores acadêmicos reconhecidos. Achamos justo e importante, mas gostaríamos de esclarecer como tudo isso começou, afinal de contas, é sempre importante utilizarmos da história para demonstrar os traços do presente.
Somos sacerdote há mais de 45 anos, percorremos várias tradições espirituais, tivemos contato com muitos pais e mães-de-santo, filhos e filhas de santo, muitas histórias, muitos rituais, muito axé compartilhado. São anos de formação espiritual unicamente no terreiro, sem uso de cursos, apostilas ou qualquer outro engodo que, por ventura, exista no meio afro-brasileiro para se vender Iniciação. A nossa foi única e exclusivamente feita sob os auspícios de pais-de-santo cujas responsabilidades coletivas me faziam ter convicção na força e valência espiritual. Depois de muito viver no santo, fizemos medicina (ou seja, éramos sacerdote antes de cursar medicina), exercemo-la e, sempre, em crescente atividade espiritual. Sempre dizemos que fizemos medicina para que não nos chamassem de charlatão! Mas, o fato é que a medicina sempre nos proporcionou contato humano e um olhar apurado para o que significavam as doenças e os processos de cura, tão bem explicados no terreiro, com suas várias terapias.

Aranauan, Saravá, Axé,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)


 
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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Os fatos são fatos

Axé,

No último sábado escrevemos sobre o livro "Escolas" que chega na segunda edição em evento de relevância da ABHR (Associação Brasileira de História das Religiões) nas dependências da USP neste final de mês. Tal livro, apresenta um conceito que nasceu dentro do terreiro por um sacerdote preocupado em criar pontes de diálogo com vários setores da sociedade, inclusive o acadêmico.
Contudo, esta relação não é de hoje. Desde que fundou a primeira (e única) faculdade de teologia com ênfase nas religiões afro-brasileiras, a FTU, Pai Rivas tem construído articulações importantes com vários acadêmicos de várias especialidades e localizações. Tanto do Brasil, como fora dele.
Como esquecer o prof. Dsc. José Flávio Pessoa de Barros (in memoriam)? Seus laços de amizade e afinidades de ideias com Pai Rivas produziram o último artigo acadêmico de sua vida. Tal artigo, em dupla, fora apresentado no congresso da SOTER (Sociedade de Teologia e Ciências da Religião). O professor e também sacerdote fora várias vezes à Faculdade de Teologia Umbandista e eu mesmo o entrevistei.http://www.youtube.com/watch?v=Dkmh67-XZdg
Pai Rivas e Faculdade de Teologia Umbandista também construíram relacionamentos importantes com acadêmicos durante os Congressos realizados no mês de novembro. No campo da Teologia e Ciências da Religião, muitas parcerias foram estabelecidas com a profa. Dsc. Irene Dias. Ela deixou suas palavras registradas em entrevista também: http://www.youtube.com/watch?v=Vj5-ZwpeFxM
Diretamente da Colômbia, o prof. Dsc. Olympo Morales ficou literalmente encantado com a proposta da FTU. Conversou longamente com Pai Rivas durante o nosso último congresso e registramos suas impressões neste vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=diLRiw824TA
O prof. Dsc. Luiz Assunção que participou de vários eventos na FTU, recentemente publicando o livro "Da Minha Folha" como organizador e tendo Pai Rivas como um dos articulistas, é um importante entusiasta do projeto. No último congresso trouxe o Mestre Juremeiro Cleone. O mesmo foi enfático ao dizer que gostaria de mudar para São Paulo para conviver e aprender um pouco mais do fundamento com Pai Rivas. Vide vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=YyD6xusrl0A
O prof. Dsc. Norton Figueiredo, especialista na pesquisa dos Batuques localizados especialmente na região Sul do país, ficou admirado com a sabedoria do Pai Rivas. São palavras dele, que podem ser ouvidas neste vídeo... http://youtu.be/fWkM3mQgIcc
Poderíamos citar, muitos e muitos outros acadêmicos, mas gostaria de encerrar este ciclo de vídeos com um em especial. Trata-se do diálogo que tivemos com os professores doutores Mundicarmo Ferretti, Sérgio Ferretti, Volney Berkenbrock e Wagner Sanches sobre a relação com Pai Rivas e FTU. As palavras dos professores falam por si só: http://www.youtube.com/watch?v=bwXM7Wv7g44

Tudo isso sem deixar o discurso sacerdotal de lado. Muito pelo contrário. Dentro do pensamento de Pai Rivas e da proposta da FTU, o povo de santo tem vez e voz. E nada melhor que o(a) sacerdote/sacerdotisa para transmitir isso. Seja pelo Blog: http://religiaoediversidade.blogspot.com.br/onde mais de 400 pais e mães de santo se pronunciaram, seja o Congresso Internacional de Sacerdotisas e Sacerdotes das Religiões Afro-brasileiras/Americanas que este ano, antes do início do rito de Exu, chegará na sua quarta edição. O vídeo do Congresso do ano passado pode ser acessado aqui:http://www.youtube.com/watch?v=nE9lYaLBaW0
Diante do exposto, fica bem fácil entender porque alguns ainda tentam ataca-lo. A inveja, o despeito é grande. Mas, reitero que os poetas sabem o que dizem...

O Sapo e o Vagalume

Entre o gramado do campo, modesto, em paz se escondia,
Pequeno pirilampo que sem o saber, luzia,
Feio sapo repelente sai do córrego lodoso
Cospe a baba de repente sobre o inseto luminoso
Pergunta-lhe o vagalume: "Por que me vens maltratar?"
E o sapo com azedume: "Porque estás sempre a brilhar"

Autor: J. Ribeiro

Aranauan, Saravá, Axé,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)


 
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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Entidades das Religiões Afro-brasileiras: um olhar sobre estados “prisionais” e marginalização

Entidades das Religiões Afro-brasileiras: um olhar sobre estados "prisionais" e marginalização

Em nossa última publicação comentamos sobre o enredo do ritual de exu que será com Odé, senhor da caça, provedor e protetor da família. Este ano dramatizaremos um dos mitos e o vincularemos ao Orixá de Exu. Se Odé foi capaz de vencer o poder maligno do passáro das feiticeiras, Exu vem com sua valência mostrar a força,  axé e destino em ação. Daí o nome do ritual Exu: Guardião do Destino, Vencedor da Morte.
Recentemente, estive conversando com uma de minhas filhas que está inserida no meio acadêmico sobre uma de suas aulas no Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais. A aula versava sobre sistema prisional, exclusão e desigualdade social. Segundo ela mesma me contou, uma série de teorias e debates de autores estavam sendo articulados por mais de 20 pessoas na ocasião. Todos aparentemente muito engajados no "problema" colocado. Minha filha, como não poderia ser diferente, começou a se questionar sobre a verdadeira eficácia da discussão, já que muitos dos que lá se encontravam jamais pisaram sequer em um colégio público. O debate que parecia caloroso ficava em âmbito das paredes da sala de aula porque do ponto de vista prático, nenhuma das pessoas parecia engajar-se com a proposta para além de uma disciplina de pós-graduação. Com este comentário de minha filha, logo fiz minhas associações com as religiões afro-brasileiras e, especialmente, com os exus, os quais em breve estaremos louvando (26 de outubro).

Aranauan, Saravá, Axé,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)


 
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sábado, 19 de outubro de 2013

O sapo e o vagalume

Axé,

Não faz muito tempo, Pai Rivas divulgou em seu blog Espiritualidade e Ciência o lançamento da nova edição do livro "Escolas das Religiões Afro-brasileiras – Tradição Oral e Diversidade". Além da obra ser citada em vários textos do meio, o que denota a sua ampla aceitação pelo meio acadêmico, importante destacar o que foi escrito na ocasião do Blog: a 4ª capa do livro está assinada pelo incontestável pesquisador prof. Dsc. Reginaldo Prandi (USP).

Antes de continuar o raciocínio, gostaria de justificar minha afirmativa. Em menos de um ano da obra lançada, teremos nos dias 29, 30 e 31 de outubro um GT acadêmico na USP pela ABHR que discutirá exatamente este conceito do sacerdote Pai Rivas: Escolas das Religiões Afro-brasileiras. GT que terá pesquisadores de vários lugares do Brasil, inclusive a renomada profa. Stela Caputo. Ou seja, não é um sacerdote afro-brasileiro dentro do espaço acadêmico. Mas sim, as ideias de um sacerdote afro-brasileiro na Academia

Retomando. Não é de se estranhar que dias depois, muitos despeitados e invejosos da capacidade de Pai Rivas vociferaram e destilaram o veneno contra Ele, pois em Suas obras e de seu Mestre (W. W. da Matta e Silva), existem críticas ao Catimbó e suas entidades. Também não é de se estranhar. Na falta de contribuir para o coletivo, procurando ações que beneficiem o povo de santo, resta criticar de quem faz.

De quem faz? Sim, explico-me. Qual o único terreiro das Religiões Afro-brasileiras que fundou uma faculdade de teologia que privilegia  todas as Religiões Afro-brasileiras (inclusive o Catimbó)? Aliás, a única do Brasil e do mundo, sendo autorizado, credenciado e reconhecido pelo Ministério da Educação? Como boas perguntas sempre são bem-vindas para esclarecermos os fatos como são, quem é o sacerdote que teve a competência, a capacidade, a coragem de trazer à luz, fundar esta mesma faculdade, privilegiando todas as vozes do povo de santo, todas as formas de praticar a tradição do Orixá, Vodun, Inquice e dos Encantados? Ou seja, uma proposta que não codificou, mas sim reconheceu a liberdade, a diversidade do Axé.

Claro que me refiro ao Pai Rivas e ao terreiro fundado por ele há mais de quatro décadas. Daí, o despeito. Não bastasse a faculdade ser referência, suas obras religiosas serem referência, agora sua mais nova obra teológica nasce referência acadêmica. É assim que esses detratores tentam ofuscar o trabalho de um Pai de Santo com tantas realizações?

Não bastassem os fatos, entendo a importância de outras linguagens simbólicas. Uma que mais fala à alma é a poética. Portanto, que aprendamos com os poetas:


O Sapo e o Vagalume

 

Entre o gramado do campo, modesto, em paz se escondia,

Pequeno pirilampo que sem o saber, luzia,

Feio sapo repelente sai do córrego lodoso

Cospe a baba de repente sobre o inseto luminoso

Pergunta-lhe o vagalume: "Por que me vens maltratar?"

E o sapo com azedume: "Porque estás sempre a brilhar"

 

Autor: J. Ribeiro


Aranauan, Saravá, Axé,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

 
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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Preparativos para o Rito de Exu: Guardião do Destino, Vencedor da Morte

Preparativos para o Rito de Exu: Guardião do Destino, Vencedor da Morte

Em nossa última publicação comentamos sobre alguns rituais preparatórios que foram realizados no Ile Funfun Awoshogun – Casa de Axé da Cura e do Destino em Itanhaém. Basicamente, tratava-se de dinamizar o axé coletivo de nossa comunidade, atentando-se, obviamente, para as particularidades de cada um de meus filhos e filhas espirituais. Nesta publicação gostaríamos de comentar sobre outro ritual importante que envolve nossa comunidade, o ritual anual de Exu. Este ano, a celebração ganha o nome de Exu: Guardião do Destino, Vencedor da Morte e faremos uma importante reunião com tantas outras comunidades de axé.

Aranauan, Saravá, Axé,
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Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)


 
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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Porque é sempre bom conversar sobre o Axé

Axé,

Axé, destino e equilíbrio nas Religiões Afro-brasileiras


Estamos nos aproximando de um ritual importante para nossa comunidade de santo e, como sempre, fazemos determinados rituais preparatórios. Alguns deles foram realizados semana passada e tiveram a finalidade de manter o equilíbrio e higidez da nossa comunidade. Equilíbrio para nós é estar no caminho certo do seu destino, ou melhor, é cumprir o seu destino. Claro, cabe ressaltar, que o destino nas religiões afro-brasileiras não é pré-determinado ou estático, ao contrário, estamos fazendo destino constantemente. Porém, quando a pessoa não está ciente e responde por outros destinos, não os que lhe eram afins, isso gera um desequilibro. Daí a necessidade de restituição de axé. Qualquer desequilíbrio no banco do axé precisa de uma restituição para que o axé possa, novamente ser absorvido, condensado, multiplicado e potencializado. Deixo, então, nas linhas a seguir um breve depoimento de uma de minhas filhas-de-santo sobre sua vivência em um desses rituais. Sua palavra, certamente, expressa o sentimento de toda a comunidade:

Aranauan, Saravá, Axé,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)


 
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