sábado, 19 de outubro de 2013

O sapo e o vagalume

Axé,

Não faz muito tempo, Pai Rivas divulgou em seu blog Espiritualidade e Ciência o lançamento da nova edição do livro "Escolas das Religiões Afro-brasileiras – Tradição Oral e Diversidade". Além da obra ser citada em vários textos do meio, o que denota a sua ampla aceitação pelo meio acadêmico, importante destacar o que foi escrito na ocasião do Blog: a 4ª capa do livro está assinada pelo incontestável pesquisador prof. Dsc. Reginaldo Prandi (USP).

Antes de continuar o raciocínio, gostaria de justificar minha afirmativa. Em menos de um ano da obra lançada, teremos nos dias 29, 30 e 31 de outubro um GT acadêmico na USP pela ABHR que discutirá exatamente este conceito do sacerdote Pai Rivas: Escolas das Religiões Afro-brasileiras. GT que terá pesquisadores de vários lugares do Brasil, inclusive a renomada profa. Stela Caputo. Ou seja, não é um sacerdote afro-brasileiro dentro do espaço acadêmico. Mas sim, as ideias de um sacerdote afro-brasileiro na Academia

Retomando. Não é de se estranhar que dias depois, muitos despeitados e invejosos da capacidade de Pai Rivas vociferaram e destilaram o veneno contra Ele, pois em Suas obras e de seu Mestre (W. W. da Matta e Silva), existem críticas ao Catimbó e suas entidades. Também não é de se estranhar. Na falta de contribuir para o coletivo, procurando ações que beneficiem o povo de santo, resta criticar de quem faz.

De quem faz? Sim, explico-me. Qual o único terreiro das Religiões Afro-brasileiras que fundou uma faculdade de teologia que privilegia  todas as Religiões Afro-brasileiras (inclusive o Catimbó)? Aliás, a única do Brasil e do mundo, sendo autorizado, credenciado e reconhecido pelo Ministério da Educação? Como boas perguntas sempre são bem-vindas para esclarecermos os fatos como são, quem é o sacerdote que teve a competência, a capacidade, a coragem de trazer à luz, fundar esta mesma faculdade, privilegiando todas as vozes do povo de santo, todas as formas de praticar a tradição do Orixá, Vodun, Inquice e dos Encantados? Ou seja, uma proposta que não codificou, mas sim reconheceu a liberdade, a diversidade do Axé.

Claro que me refiro ao Pai Rivas e ao terreiro fundado por ele há mais de quatro décadas. Daí, o despeito. Não bastasse a faculdade ser referência, suas obras religiosas serem referência, agora sua mais nova obra teológica nasce referência acadêmica. É assim que esses detratores tentam ofuscar o trabalho de um Pai de Santo com tantas realizações?

Não bastassem os fatos, entendo a importância de outras linguagens simbólicas. Uma que mais fala à alma é a poética. Portanto, que aprendamos com os poetas:


O Sapo e o Vagalume

 

Entre o gramado do campo, modesto, em paz se escondia,

Pequeno pirilampo que sem o saber, luzia,

Feio sapo repelente sai do córrego lodoso

Cospe a baba de repente sobre o inseto luminoso

Pergunta-lhe o vagalume: "Por que me vens maltratar?"

E o sapo com azedume: "Porque estás sempre a brilhar"

 

Autor: J. Ribeiro


Aranauan, Saravá, Axé,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

 
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