domingo, 29 de março de 2009

Mídia tendenciosa




Aranauam, Saravá!

A Umbanda possui um conjunto de idéias que são vivenciadas diuturnamente nos terreiros e estas são completamente diferentes dos valores invertidos exercidos na sociedade hodierna. Não poderia ser diferente. Somos um movimento religioso que prefere a Convergência ao invés da Concorrência.

Pois bem, um dos conceitos que exemplificam bem a idéia Umbanda é a compreensão de sua universalidade, dito de outra forma, na busca da essência que é comum a todos os Saberes da humanidade.

Recentemente lemos em uma revista que a característica universal da Umbanda poderia implicar no afastamento da mesma de seu berço e contexto brasileiros considerando que a busca pela essência necessariamente afasta-se da forma.

Nós pensamos por outro ângulo, pois buscar a Essência da nossa Sociedade é estar em consonância com a alma do brasileiro que é universalista por excelência. Isto está nos seus pensamentos e sentimentos que de uma forma geral construíram uma cultura que ressalta a diversidade e que foi tão bem expressa no nosso DNA mestiço.

Quanto ao fato da Umbanda buscar a universalidade das coisas, isto não quer dizer que ela é elitista. Muito pelo contrário, o que ressaltamos é que a Umbanda não fica presa no Centro desdenhando de quem está na periferia e nem mantém a miséria espiritual e material do mundo estancada na periferia. Como afirma F. Rivas Neto, a Umbanda oscila do centro à periferia de nossa sociedade buscando diminuir esta distância.

Lembremos que no processo máximo de fragmentação da gnose humana, o homem criou necessidades de ordem espiritual, cultural, social, política e econômica. Com o avanço da dialética umbandista, acreditamos que estes valores entram em um processo natural de aproximação que culminará na Convergência. Com isto afirmamos existir uma lógica muito séria que objetiva diminuir as desigualdades do mundo.

A mídia plutocrata não pode simplesmente trazer uma visão reducionista desde fora da nossa religião sem que nós possamos exercer nosso direito de reflexão desde dentro.

domingo, 22 de março de 2009

A Umbanda produz Harmonia, Estabilidade e Equilíbrio de forma interdependente

(1) O Poder Operante ou Volitivo dos Arashas Virginais aplicado à Substância Etérica conferiu-lhes ciclos e ritmos que se expressaram através de: Luz, Som, Movimento Cósmicos.
(2) O Poder Operante ou Volitivo dos Arashas Solares aplicado à Substância Solar conferiu-lhes ciclos e ritmos particulares. Estes se expressam através de: Equilíbrio, Estabilidade e Harmonia Planetárias.
(3) O Poder Operante ou Volitivo dos Arashas Planetários ou "Ancestrais" aplicado à Setessência da Matéria confere-lhe ciclos e ritmos particulares. Sua expressão dá-se através dos: Organismo Mental, Organismo Astral e Organismo Etéreo-Físico.


Aranauam, Saravá meus amigos,

No último texto abordamos como a Umbanda se relaciona com a Ecosofia citando a interdependência entre o Cosmos, o Planeta e o Homem. Estes conceitos foram retirados do livro "Sacerdote, Mago e Médico – Cura e Autocura Umbandista" do autor Francisco Rivas Neto.

Visando outros desdobramentos dentro contexto, gostaria de pedir Agô ao referido escritor e transcrever um trecho do livro em questão situado na "Parte II – Medicina de Síntese", mas precisamente no Capítulo "Fisiologia da Energia Sutil: Canais – Chakras":

A Medicina de Síntese, o médico ou o curador tântrico procuram harmonizar o Homem com sua essência, não se esquecendo, porém, que o mesmo possui Organismos Dimensionais. Não fragmenta o binômio Espírito-Corpo; ao contrário, procura incrementar-lhe a unidade.

Lendo o excerto, pediria a atenção do atento leitor às idéias de Equilíbrio, Estabilidade e Harmonia Planetárias. Seguindo o raciocínio de interdependência, e considerando a existência no Homem com seus Organismos Etéreo-Físico, Astral e Mental, temos:

· Harmonia de Pensamentos (Mental)
· Estabilidade de Sentimentos (Astral)
· Equilíbrio de Ações (Físico)

Esta é a proposta da metafísica umbandista: relacionar o Cosmos, o Planeta e o Homem.

domingo, 15 de março de 2009

Umbanda e Ecologia


Pai Rivas trouxe nas vídeo-aulas produzidas na FTU* o termo Ecosofia. Lembramos que este conceito significa filosofia ecológica que leva em consideração não só aspectos do meio ambiente físico, mas do homem e da sociedade que está inserido. A Ecosofia é um termo cunhado por Félix Guattari, pensador marxista francês.

Paralelamente temos nos Altos conceitos da Teologia Umbandista uma visão interessantíssima sobre a Cosmogênese, Planetogênese e Antropogênese. Dentro desta dialética física e metafísica, aprendemos que existe uma interdependência entre estas três manifestações.

Continuando o raciocínio, somos regidos por Ciclos e Ritmos imprimidos pelo Poder Volitivo do Orixá na substância escura desde nossa primeira manifestação no Universo Astral. O que se repetiu no planeta que habitamos e está expresso analogicamente na formação dos nossos corpos Mental, Astral e Físico.

Onde queremos chegar com isto? Que Respeitar a Natureza, Preservá-la e buscar novas formas de relacionamento com Ela é uma consequência natural da maneira como lidamos com nós mesmos. E no instante que assumirmos uma postura de Harmonia, Estabilidade e Equilíbrio, naturalmente estaremos mais próximos das Origens das Origens.

A Ecosofia busca compreender o Homem dentro da Sociedade e como ele se relaciona com a Natureza. A Umbanda preconiza que o Espírito, responsável pela Vida nos diversos níveis da matéria, se relaciona no Mundo Natural com a Natureza e com o Homem e no Mundo Sobrenatural com os Orixás e os Ancestrais Ilustres.

A Umbanda é ecosófica em sua Essência e a Filosofia da Ecologia encontra fundamentos importantes na Teologia Umbandista. Mais uma vez a FTU demonstra como podemos aproximar o Saber Acadêmico do Religioso, respeitando suas diferenças e - principalmente - unindo pela Essência.

* maiores informações, acesse: www.ftu.edu.br

quarta-feira, 11 de março de 2009

A Diversidade Umbandista




Aranauam, Saravá meus irmãos,
"A Umbanda é a própria diversidade". Neste importante conceito desenvolvido por Pai Rivas conseguimos compreender que a força da Umbanda está em sua pluralidade.

Neste blogue já escrevemos alguns rudimentos sobre Escolas Umbandistas. Estamos convictos que a compreensão desta simples, porém profunda idéia facilitará substancialmente o entendimento do DNA plural que a Umbanda carrega em seu próprio Movimento.

Outro assunto que está intimamente ligado com o que escrevemos até aqui é a própria FTU(Faculdade de Teologia Umbandista). Para entender esta interdependência, gostaria de transcrever algumas palavras do livro "Sacerdote, Mago e Médico – Cura e Autocura Umbandista" do autor Francisco Rivas Neto (Pai Rivas), o qual sinceramente peço seu Agô:

"Escolas ou Segmentos Umbandistas
Na Umbanda, pela diversidade dos seus adeptos, há também uma diversidade de ritos e de formas de transmissão do conhecimento. A essas várias formas de entendimento e vivência da Umbanda denominamos escolas ou segmentos.
As várias escolas correspondem a visões, umas voltadas mais aos aspectos míticos e outras mais voltadas à essência espiritual, abstrata. Embora não haja consenso quanto à ritualística, que são várias formas de interpretar e manifestar a doutrina, a essência de todos é a mesma e todos são legitimamente denominados umbandistas.
A Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino apresenta uma variedade de rituais que pretende representar uma amostragem fidedigna dos vários segmentos umbandistas, proporcionando desde as formas mais míticas até as formas mais internas de contato com o Sagrado. Em função disso a OICD assumiu para si a responsabilidade de enfrentar a tarefa de promover a convergência, fundando a Faculdade de Teologia Umbandista.
A fundação da Faculdade em si talvez importe menos que o impacto que a mesma encerra. Talvez não tenhamos percebido, no momento, a mudança de rumo que provocaremos na história, primeiro em nosso país, depois no mundo. Com o movimento oscilatório que a Umbanda tem, variando entre o centro e a periferia e, agora, estabelecendo-se mais consistentemente no foco das manifestações culturais, intelectuais, sociais, políticas e econômicas, a revolução que podemos esperar é a de uma mudança pacífica mas profunda de paradigmas, arrastando toda a periferia ao centro e promovendo uma nova ordem social, mais igualitária e baseada em valores mais humanos.
O ineditismo e a coragem desta empreitada umbandista ficará indelevelmente registrada na história planetária e se constituirá como um dos fatores mais marcantes do início do século XXI.
A Faculdade, além de suas propostas pedagógicas, pretende exercer uma função de transformadora social, reduzindo as desigualdades em todos os âmbitos, acabando com as exclusões, promovendo a tolerância consignada na convivência pacífica, construindo a legitimidade paulatina do consenso livre.
Assim como a sociedade internacional reclama consenso no político e diplomático, também reclama no nível do Sagrado, alcançando todos os seres em busca de convivência pacífica que nos remeta à Paz Mundial."

Este trecho foi extraído dos Excertos Finais do livro, mais precisamente do item "A Faculdade de Teologia Umbandista", páginas 459 e 460 da edição publicada em 2003.

Seis anos depois constatamos os benefícios que a FTU ofertou e continua produzindo para nós umbandistas ou não em níveis emergenciais e – principalmente – estruturais. A Faculdade é um bem coletivo do qual todos nós, filhos de Pemba, temos a satisfação de saber da sua existência e conhecer seus frutos que cheiram a Arruda e Guiné.

Mais uma vez reitero meu convite aos irmãos que residem próximo da capital paulista à prestarem o vestibular 2009 da FTU, onde serão verdadeiros protagonistas das transformações profundas e atraumáticas que a Umbanda tem para o Mundo.


Salve a UMBANDA!

quarta-feira, 4 de março de 2009

A Umbanda do amanhã

Aranauam, Saravá meus irmãos planetários,
O conceito de Escolas Umbandistas foi apresentado à Sociedade Civil por Pai Rivas através de livros publicados no início deste século como o "Sacerdote, Mago e Médico"ou mesmo as recentes vídeo-aulas produzidas pela FTU. Escolas são formas de compreender e praticar a Umbanda.
Além de permitir um novo olhar para a Umbanda do passado e do presente, este mesmo conceito pode ser utilizado para vislumbrar o futuro de nosso movimento religioso. Desta forma, o gráfico acima é uma representação do símbolo desenhado por Pai Rivas na lousa da FTU durante a gravação da vídeo-aula de número 14: "Terapia e Liturgia dos Minerais, Vegetais e Animais - Parte II"*
Considerando a circunferência uma representação do Todo, entenda-se Unidade, temos cada Escola umbandista representada por uma cor específica no Gráfico. No entanto, perceberemos que só metade da circunferência está preenchida. O que isto significa?
Para Pai Rivas, e nós concordamos, o não preenchimento de toda a Gnose umbandista pelas atuais Escolas é a prova cabal de que a Umbanda é uma Unidade Aberta que está em construção. Isto se deve ao próprio mundo estar em constante construção. Além disso, esta demonstração nos conduz a um processo lógico de raciocínio que não permite aceitarmos a codificação da Umbanda. Afinal, parafraseando Pai Rivas, não temos a última resposta, pois não sabemos a última pergunta...
Observem meus amigos que este gráfico realmente permite uma série de desdobramentos.
No entanto, voltemos ao tema "Umbanda do futuro". O não preenchimento de boa parte da Unidade representada na circunferência nos leva a vislumbrar algumas possibilidades. A primeira é que novas Escolas surgirão e permitirão aos cidadãos planetários penetrar neste Espaço não desvendado. A outra e não menos importante é a reformulação de algumas das Escolas Umbandistas, o que aumentaria sua abrangência e abarcaria estes pontos ainda velados da Umbanda. Também não podemos negar que ambas podem acontecer mutuamente. A quarta via seria uma fusão inicial de Escolas que fomentaria a inexorável Convergência entre Elas.
Independente destas ou outros inúmeros meios de desenvolvimento do Movimento Umbandista, temos certeza que o maior ou menor aprofundamento deste processo de condução do Homem à harmonia, estabilidade e equilíbrio de seus pensamentos, sentimentos e ações dependerá essencialmente de como nós agiremos daqui para frente.
A Umbanda trouxe ferramentas de aproximação dos Saberes Acadêmicos e Religiosos visando o Saber Popular. A Faculdade é uma Institucionalização desta Vontade do Astral. Com pensamento humilde, sentimento puro e ação efetiva teremos um belíssimo futuro pela frente. Viva a Era de Aquário!

*Maiores informações, acesse: http://www.ftu.edu.br/