Aranauam, Saravá!
A Umbanda possui um conjunto de idéias que são vivenciadas diuturnamente nos terreiros e estas são completamente diferentes dos valores invertidos exercidos na sociedade hodierna. Não poderia ser diferente. Somos um movimento religioso que prefere a Convergência ao invés da Concorrência.
Pois bem, um dos conceitos que exemplificam bem a idéia Umbanda é a compreensão de sua universalidade, dito de outra forma, na busca da essência que é comum a todos os Saberes da humanidade.
Recentemente lemos em uma revista que a característica universal da Umbanda poderia implicar no afastamento da mesma de seu berço e contexto brasileiros considerando que a busca pela essência necessariamente afasta-se da forma.
Nós pensamos por outro ângulo, pois buscar a Essência da nossa Sociedade é estar em consonância com a alma do brasileiro que é universalista por excelência. Isto está nos seus pensamentos e sentimentos que de uma forma geral construíram uma cultura que ressalta a diversidade e que foi tão bem expressa no nosso DNA mestiço.
Quanto ao fato da Umbanda buscar a universalidade das coisas, isto não quer dizer que ela é elitista. Muito pelo contrário, o que ressaltamos é que a Umbanda não fica presa no Centro desdenhando de quem está na periferia e nem mantém a miséria espiritual e material do mundo estancada na periferia. Como afirma F. Rivas Neto, a Umbanda oscila do centro à periferia de nossa sociedade buscando diminuir esta distância.
Lembremos que no processo máximo de fragmentação da gnose humana, o homem criou necessidades de ordem espiritual, cultural, social, política e econômica. Com o avanço da dialética umbandista, acreditamos que estes valores entram em um processo natural de aproximação que culminará na Convergência. Com isto afirmamos existir uma lógica muito séria que objetiva diminuir as desigualdades do mundo.
A mídia plutocrata não pode simplesmente trazer uma visão reducionista desde fora da nossa religião sem que nós possamos exercer nosso direito de reflexão desde dentro.
Boa Mano, em 2002 apresentei um estudo na UFAL onde demonstramos que a mídia televisiva nas décadas anteriores as de 90 e 80, influenciava completamente a população, no tocante a linguagem e aprendizagem da língua materna, porém num recontato na década de 2000 verificamos que essa influência não ocorria mais pois o aumento da oferta de bancos nas escolas regulares, supriu esse veículo formador de opinião que acabava por transmitir a norma culta padrão à população brasileira em especial.
ResponderExcluirO que quero dizer é que se hoje a mídia influencia de maneira negativa a religiosidade, creio que não o fará mais algum dia, seja por processos naturais e temporais, como ocorreu no relato acima, ou através de trabalhos como o realizado pela FTU e Pai Rivas.