domingo, 26 de julho de 2009

Umbanda é uma idéia que se expressa em diversas linguagens


O Movimento Umbandista é uma Unidade Aberta em contínua construção. Dentro deste conceito, reconhecemos a existência de uma enormidade de ritos conduzidos por uma diversidade de Escolas Umbandistas. Lembrando que Escolas são formas de entender e praticar a Umbanda.
Observando na forma características muito diferentes entre as Escolas, alguns poderiam perguntar o porquê de todas serem igualmente reconhecidas como uma forma legítima de Umbanda. Afinal, o que nos une em torno da idéia Umbanda?
Pai Rivas afirma que "apesar do aspecto mosaico que esse movimento adquiriu durante sua formação, pouco a pouco, sua real função foi-se delineando a partir da constatação de que alguns conceitos passaram a se apresentar de forma universal em todos os segmentos da Umbanda"*. Sim meus irmãos. Apesar de diversidade da forma, existe uma essência que é una. Mais a frente do texto transcrito por nós, o autor demonstra quais seriam alguns destes conceitos comuns a totalidade de Escolas: Culto às Potestades Divinas sob o nome de Orixás; Louvação aos Ancestrais que se manifestam através de formas específicas na Umbanda; Doutrina da Reencarnação; Ligação Sagrada com a Natureza e seus Espíritos, entre outros.
São estes conjuntos de conhecimentos que constituem a interdependência das Escolas Umbandistas. É esta Essência que mantém viva a idéia Umbanda em cada uma de suas linguagens que são as próprias Escolas. Por outro lado, a variedade de expressão destas idéias em comum, permite que o Movimento Umbandista abarque em si não só todas as etnias que fazem parte da Raça Planetária como também não excluem nenhuma camada social da mesma.
Todos têm voz e vez no Movimento Umbandista. Por isso mesmo, não podemos aceitar cursos de finais de semana que privilegiam uma visão sobre todas as demais. Em contrapartida precisamos reforçar todas as nobres iniciativas que buscam valorizar a diversidade e promover a aproximação das Escolas de Umbanda. Que venha o II Congresso de Umbanda do Século XXI!
* Extraído dos Excertos Finais do livro "Sacerdote, Mago e Médico – Cura e Autocura Umbandista". Pág. 450 . Ed. 2003. Publicado pela Ícone Editora.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Movimento Umbandista e as etnias que a construíram


Em nossos textos reforçamos a importância de construirmos bens socializáveis que contemplem todas as Escolas sem privilegiar uma visão sobre as demais (etnocentrismo). Este raciocínio é um desdobramento natural da própria história do Movimento Umbandista e como a Escola de Síntese exemplificou a relação Universalidade e Diversidade dentro do templo.

O Movimento Umbandista possui caráter filosófico e religioso que carrega a valência de todas as raças e suas respectivas vivências com o Sagrado. Desta forma, as várias heranças étnicas são expressas em seu seio pacificamente. Sem guerras ou confrontamentos. Por ser uma Unidade Aberta, logo sem conceitos engessados, o Movimento Umbandista conseguiu traduzir em uma enormidade de ritos as inúmeras contribuições das quatro etnias: Vermelha, Amarela, Negra e Branca.

A Escola de Síntese, aprofundando-se na teoria e prática, instituiu no início deste novo milênio a realização de 7 ritos que encerram em si uma amostragem fidedigna da realidade umbandista. Para cada rito em questão existe um conjunto de cultos e expressões religiosas dentro da Umbanda que se afinizam com o mesmo. Assim, a Escola de Síntese contempla todas as Escolas mostrando seus profundos imbricamentos, sem solução de continuidade.

Ao contrário de querer prevalecer uma forma única de Umbanda, suas iniciativas consolidadas na Faculdade de Teologia Umbandista e, mais recentemente, no Centro de Cultura Viva das Tradições Afro-brasileiras apresentam ao Movimento Umbandista e a sociedade civil como um todo, uma forma mais justa e igualitária de tolerar, respeitar e, principalmente, viver pacificamente as diferenças inerentes as características plurais da humanidade.

Nesta abordagem, a identidade umbandista é enxergada como exemplo vivo e fundamental para alcançarmos a tão propalada Paz Mundial, passando pelos seus vários níveis de diálogo.

Observação. Todo o texto foi baseado em dois excertos do livro "Sacerdote, Mago e Médico – Cura e Autocura Umbandista" encontrados respectivamente nas páginas 449 e 463 da edição de 2003 publicado pela Ícone Editora.

domingo, 12 de julho de 2009

Cursos exclusivistas prejudicam a diversidade umbandista

O conceito de Escolas realmente estimula uma visão muito mais pacifista e convergente da diversidade umbandista. Neste sentido, entender Escolas como formas de interpretar e manifestar o Sagrado é respeitar esta tão propalada pluralidade, pois ficam estabelecidos relacionamentos harmoniosos com o outro (alteridade).
Aqueles que pensam que seus grupos estão em um patamar maior, ou melhor, imputam uma visão exclusivista. A pluralidade é trocada pela singularidade. Deixamos de ser unos e passamos a estarmos únicos. Normalmente estes grupos traduzem estas visões distorcidas da Umbanda como um todo em cursos para a comunidade, mas prevalecendo uma forma única sobre as demais. Para este tipo de curso, mesmo que fosse gratuito, o prejuízo à união do nosso movimento religioso é evidente.
Academicamente sabemos que quanto maior a extensão, menor será a profundidade. Ou, analogicamente, quanto maior a escala do mapa, mais espaço eu enxergo com menor especificidade. O inverso é verdadeiro. Quanto menor a escala de um mapa, maiores detalhes da região são coletadas. Dado este conceito, fica fácil entender que esta profusão de cursos oferecidos por aí com uma carga horária pequena pouco ou quase nada conseguem passar mesmo dentro de um escopo exclusivista. A questão sai do aprendizado e entra no clientelismo. Sai o foco da informação da qualidade e preza-se pela quantidade de pessoas que farão o curso.
Pior do que estes cursos são os cultos pagos. Sim meus irmãos, existem pessoas que estão divulgando cultos "umbandistas" cobrando ingresso, como se fosse um show ou teatro.
Para estes não basta utilizarem o rótulo "Umbanda". Querem utilizar o mote dela. Por isso, afirmam em um curso específico de um grupo que o mesmo será dado em caráter universalista e panorâmico. Já comentamos isto, mas o que era para ser vivido dentro do terreiro e discutido com outras Escolas passa a ser visto como uma relação clientelista. Quer aprender sobre um assunto específico? Não precisa bater cabeça no congá, basta colocar a assinatura em um cheque.
Estes grupos andam mudando subitamente de opinião. Até ontem achavam a idéia da Umbanda produzir conteúdo acadêmico e respeitoso com a diversidade equivocado. Agora falam como se possuíssem a primazia. Longe estamos de disputar quem falou ou quem pensou primeiro. Para nós, as boas idéias vêm de Aruanda e ponto. Cabe a nós, filhos de fé do terreiro exercitá-las no dia-a-dia.
Felizmente existem casas espirituais espalhadas pelo mundo que não se deixam levar por esta propaganda vazia. O que vale para esses inúmeros cavalos de Umbanda é fazer valer a vontade do Caboclo, do Pai-Velho, da Criança, do Boiadeiro, do Baiano, do Marinheiro, do Exu, do Cigano, enfim do Ancestral Ilustre. Neste sentido, o Astral orientou a construção de uma faculdade que possua em seu bojo não só o respeito, mas principalmente a vivência da diversidade. Para estes irmãos abnegados damos o nosso Paó e rogamos aos Orixás que as construções socializáveis e inclusivas continuem!

domingo, 5 de julho de 2009

Curso de Teologia Umbandista



Apesar de ser um assunto relativamente conhecido, acreditamos ser sempre bom frisar alguns fatos. A Faculdade de Teologia Umbandista(FTU) é uma Instituição de Ensino Superior devidamente credenciada e autorizada pelo MEC(Ministério da Educação) através da portaria 3864 de 18 de dezembro de 2003.

Seu corpo docente é composto por Especialistas, Mestres e Doutores em inúmeras áreas do conhecimento acadêmico que ministram aulas de português, inglês, sociologia, ética, hermenêutica, administração templária, filosofia, metodologia científica, psicologia, ciências políticas, botânica, biologia, teologia, entre outras cadeiras disciplinares.

Com isto, entendemos como é traduzido na prática o mote principal da faculdade: Educando para uma Cultura de Paz, aproximando o Saber Religioso do Acadêmico e o Acadêmico do Religioso. Não excluindo o saber popular tradicional.

Atente o irmão planetário ao fato de que a FTU é a única instituição que forma teólogos umbandistas. Infelizmente observamos alguns cursos pagos de finais de semana insipientes que tentam induzir seus alunos a participarem destes em troca de títulos que não tem validade perante a Academia. Quanto a isto, reconhecemos que a mudança de comportamento depois que a FTU iniciou a divulgação das vídeo-aulas. Que bom! O papel transformador da faculdade está dando frutos socializáveis para toda a comunidade.
Maiores informações: www.ftu.edu.br