Após assistir a 1ª parte do vídeo sobre o Centro de Cultura Viva das Tradições Afro-brasileiras, conversarmos com Pai Rivas por telefone sobre o assunto e esse contato permitiu desdobramentos interessantes dos quais gostaria de dividir e dar continuidade nas listas.
Todo o trabalho do Centro de Cultura Viva é fruto direto da percepção da humanidade como uma realidade plural em todos os seus sentidos. As afinidades espirituais e materiais, suas relações sociais, suas histórias definem como as comunidades se formam e habitam os dois lados da vida. Assim, para o Centro de Cultura Viva reunir a Pajelança, Caatimbó, Toré, Encantaria, Terekô, Mabassa e tantos outros elementos ligados a Tradição Afro-brasileira é necessário refletir sobre o convívio pacífico de todos.
Para ajudar essa reflexão, Pai Rivas lembra que não é de hoje que temos no conceito de "Tolerância com as Diferenças" uma referência para a busca da Paz em seus diversos e complementares aspectos. Todavia só ela não é suficiente para atender nossa necessidade coletiva de harmonia, equilíbrio e estabilidade seja espiritual ou material.
Assim Pai Rivas identifica três níveis de compreensão sobre o assunto.
Androgônico. Tolerar a Diferença. Cabe ao indivíduo entender e admitir o outro com seu arcabouço de pensamentos, sentimentos e ações. É uma percepção positiva.
Cosmogônico. Respeitar a Diferença. Mais do que tolerar, o indivíduo compreende que o conjunto pensamento/sentimento/ação do outro faz parte da diversidade humana e do ângulo de interpretação de cada um. Encontramos a percepção relativa.
Teogônico. Viver a Diferença. Nesse estágio, o indivíduo se integra harmonicamente à pluralidade sem perder suas características ou, dito de uma outra forma, reforçando o elo pelas semelhanças. Estamos falando de uma percepção superlativa.
Essa visão didática também demonstra que os níveis androgônico e cosmogônico estão mais relacionados ao "estar" tolerante e respeitoso. São condições passíveis de mudança a qualquer momento. Já o nível teogônico se relaciona ao "ser", pois afinal viver é algo inerente ao Espírito.
Quando citamos as diferenças, não nos referimos as desigualdades. A "diferença" nos leva a pensar em elementos dentro de um mesmo plano. A "desigualdade" remete elementos em planos diferentes. Pai Rivas exemplifica através das cores. Dizer que o azul não é igual ao amarelo demonstra uma diferença. Afirmar que o azul é melhor que o amarelo incita a desigualdade.
Uma outra forma de entender o conceito é observar que a Diferença gera Diversidades e a Desigualdade gera Adversidades.
Talvez alguns irmãos listeiros estranhem esses conceitos. Podem até mesmo vir a perguntar se Pai Rivas está se contradizendo, pois até ontem defendia com segurança o conceito de Tolerância com as Diferenças.
Com naturalidade respondemos que estas palavras estão complementando o entendimento inicial. Não é a toa que Pai Rivas afirma para seus filhos espirituais pararem de ouvi-lo no dia que ele começar a repetir as mesmas coisas. Afinal, a Umbanda é uma Unidade Aberta e em constante construção.
Olá João
ResponderExcluirMeu saravá fraterno!
Adorei o blog! Está de parabéns pela iniciativa de levantar a bandeira da Umbanda!
Jaque
Tenda Espírita Luz da Umbanda
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Abraços
Concordo totalmente com o Pai Rivas. Estamos em constante evolução, somos seres pensantes e só não muda quem não pensa.
ResponderExcluirLuz e Força irmão!
Eleia