segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Um vídeo, uma nova fase!

Aranauan,

O vídeo que compartilho (https://www.youtube.com/watch?v=KUFcRo1uR4E) é o registro de algo histórico que guarda uma paradoxal relação: trata-se de algo concomitantemente inovador e tradicional

Primeiro vamos ao fato: Mestre Araphiagha (F. Rivas Neto), Mestre-Raiz da Umbanda Esotérica (UE), anuncia os elementos centrais do seu Mestrado: ifá.

Diante do exposto, vejamos os aspectos tradicionais, ou seja aqueles que valorizam e mantém o núcleo duro da UE, tornando sua raiz forte e firme para continuar dando frutos. O Ifá não é novo na nossa Raiz. Já é algo desenvolvido por nosso avô de santé, Mestre Yapacani – W. W. da Matta e Silva durante toda a sua vida por dentro da Umbanda Esotérica. Ele mesmo cita em suas obras questões importantes (vide vídeo) e, mais, como conta Mestre Araphiagha, a principal forma de atender a população de Itacurussá que acorria a T.U.O. era por este método/sistema oracular.

Ao dar realce ao  Ifá, trazendo como fundamento primeiro e primevo, Mestre Araphiagha torna-se o mais tradicional possível se considerarmos a etimologia da palavra "tradição". Ela vem do latim, traditio e significa "passar a diante". Nosso Mestre passa a diante algo que ficou por muito tempo velado, até mesmo por outros Iniciados de Mestre Yapacani.

Além disso, é interessante ilustrar como os Sacerdotes de Orunmilá Ifá repetem as histórias de suas vidas como um grande itan. Da mesma maneira que o vô Matta sai da Pavuna para aprofundar sua doutrina em Itacurussá construindo a T.U.O., pai Rivas desloca-se de São Paulo para Itanhaém e revive a mesma casa em pleno século XXI.

Quanto aos aspectos inovadores, precisamos antes de mais nada contextualizar. Não podemos negar que muitos que optaram seguir apenas os livros de meu pai quanto do meu avô, assumiram uma postura elitista nas religiões afro-brasileiras. Mais do que colocar a Umbanda como "superior" ao Candomblé e outras doutrinas de forte influência africana, quiseram fazer da Umbanda Esotérica melhor do que a própria Umbanda. Um discurso que na política nem de direita seria, mas de extrema direita!

Pois bem, no exato instante em que a Raiz de Guiné (termo africano), uma menção ao Preto-velho Pai Guiné de Angola (só referências africanas) recebe o contraste, o realce em Ifá (também africano), sem alarde, Mestre Araphiagha dá isonomia às influências religiosas africanas com as demais indo-europeias e ameríndias na UE. Aliás, vai além: mostra a senioridade e  anterioridade. Porque se até a pemba (africano) veio de Ifá e tudo na nossa doutrina é decorrência disso; logo...

Não existe espaço para desigualdades, se consideramos os aspectos do grande público. Aliás, para quem quer a palavra do Caboclo, Pai Velho, Criança e Exu, nada muda. O santuário com chão de areia, com o peji da Umbanda Esotérica e com os Mestres Astralizados continua exatamente como sempre foi. Mas quem quer iniciação nela... Há, isso mudou bastante!

Não adianta decorar os sinais adâmicos, decodificar no arqueômetro. Tudo isso foi, friso foi, muito importante e tem seu valor. Mas de onde veio tudo isso? São reflexos pálidos de uma tradição jeje genuinamente africana. A segunda fase prevista por Mestre Yapacani e concretizada por Mestre Araphiagha está dada. Que os interessados mostrem seus reais interesses procurando o Mestre. Lembre-se que só existe Iniciação verdadeira com Mestre vivo e ativo. Aos seguidores do livro, fiquem no livro. O terreiro da UE, verdadeiro Santuário do Destino, não cabe em páginas, mas sim em nozes de dendê habilmente manipuladas pelo Babalawô no Oponifá. Bom vídeo a todas e todos!


Yabauara
​Discípulo de Mestre Araphiagha​

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