domingo, 21 de junho de 2009

O SACERDÓCIO UMBANDISTA - Entre a Tradição e a Massificação


Aranauan, Saravá meus amigos,

Estamos colocando a introdução do nosso artigo acadêmico publicado na Faculdade de Teologia Umbandista(FTU): "O SACERDÓCIO UMBANDISTA - Entre a Tradição e a Massificação". O trabalho foi orientado pelo professor da FTU Antonio J. V. da Luz.

INTRODUÇÃO
É inegável a importância do sacerdote e a sua formação em qualquer religião e para a Umbanda, bem como as Tradições Afro-brasileiras, não poderia ser diferente. Principalmente se levarmos em conta a oralidade existente em ambas. A transmissão do conhecimento, da iniciação e também a comunicação interdimensional se dá por meio dela. Na Umbanda, o sacerdote umbandista é o elemento chave para a compreensão de uma determinada vivência da experiência mística que interpreta o Sagrado e cria formas específicas de entendimento e transmissão a qual Rivas Neto (2003) denomina Escolas Umbandistas. Estas últimas, portanto, definem e refletem a experiência do Sagrado em cada determinada comunidade de adeptos.
O presente artigo tem como objetivo central compreender a formação sacerdotal e discuti-la com a proposta de cursos pagos de sacerdócio, alguns até mesmo sem o pré-requisito da mediunidade, propostos recentemente por grupos inseridos no Movimento Umbandista.
Na obra “O Sagrado e o Profano” de Mircea Eliade (1957), um importante historiador e filósofo das religiões da contemporaneidade, é resgatado para a literatura acadêmica dois conceitos fundamentais: a hierofania, ou como é o Sagrado ser no Mundo, e a epifania como manifestação deste mesmo Sagrado.
Sobre a mediunidade usamos dois autores de referência para o Movimento Umbandista - Matta e Silva (1956) e Rivas Neto (1989). Através da investigação da mediunidade realizada pelo primeiro e aprofundada nas obras de Rivas Neto é que podemos entender a especificidade da modalidade mediúnica do espaço religioso umbandista, distinguindo-a claramente das propostas apresentadas pelo espiritismo de Kardec (1857), que até Matta e Silva eram paradigmas na literatura umbandista.
Concomitante à visão do Sagrado e do profano eliadeanos, da mediunidade e do sacerdócio, de Matta e Silva e Rivas Neto, articulamos também as proposições de Prandi (2004) sobre uma perspectiva mercadológica das religiões, que parece ser referencial para grupos existentes no Movimento Umbandista. Acreditamos que o ferramental teórico fornecidos por estes autores concorrem para um aprofundamento do debate proposto neste artigo.
Para avaliar se existe correspondência empírica no meio umbandista aos ensinamentos dos referidos autores, optamos por realizar uma pesquisa de campo sobre o tema mediunidade e sacerdócio com os dirigentes de um dos templos de Umbanda mais antigos do Brasil registrado em cartório: a Tenda Nossa Senhora da Piedade. A partir daí, discorremos sobre as possíveis consequências e impactos dos cursos de de sacerdócio, considerando dois aspectos que reputamos essenciais: o modus operandi tradicional da formação sacerdotal no Movimento Umbandista versus os cursos pagos de sacerdócio, recentemente inventados sem nenhuma relação com as práticas comuns das diversas escolas umbandistas.
Para ler o artigo na íntegra, acesse: http://www.ftu.edu.br/producoes/Artigo_Academico_-_Formacao_Sacerdotal.pdf

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