sábado, 15 de junho de 2013

O acadêmico critica o terreiro ou o terreiro revela o preconceito do acadêmico?

Axé, Érica Jorge! Excelente a menção ao blog de Pai Rivas. Queria retomar o que escrevi antes sobre a crítica do Ministro Aldo Rebelo sobre a elitização do futebol. Lembrei que nosso Mestre antecipou esta discussão semanas antes em seu blog. Da mesma forma, ao falar sobre as filosofias das massas, antecipou tudo que desencadeou a revolta com a sociedade concretizada no aumento dos valores da passagem urbana em vários muncípios do país, tornando o tema suprapartidário.
Não poderia ser diferente. O Babalawo penetra no destino e, portanto, atua nos níveis individuais e coletivos, naturais e sobrenaturais, culturais e sociais. Daí a sintonia fina com o que está por vir...
Pois bem, neste texto, Pai Rivas retoma a crítica social e aplica à realidade religiosa afro-brasileira. Ao verificar a hegemonização da leitura do acadêmico sobre o culto de nação africano em Salvador, revela indiretamente uma tentativa do mesmo acadêmico em homogeneizar o Candomblé como um todo, pela ótica particular de um fator sociológico. Isso é Filosofia das Massas muito mais por parte do acadêmico do que críticas às questões pontuais de alguns terreiros.
E vamos dialogando...


Aranauan, Saravá, Axé,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

 
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De érica:
Alguns pesquisadores questionam o fato de as religiões afro-brasileiras não serem mais exclusivamente de negros. Desde a segunda metade do século XX sabe-se que houve um alargamento acerca dos adeptos dessas religiões, muito explicado pelocontato entre suas várias práticas, principalmente em regiões urbanas. Considero, porém, muito arriscado e perigoso algumas propostas, como por exemplo, de Claude Lépine (1981) quando menciona a compra de cargos rituais e financiamento de iniciação por homens brancos. Como se houvesse uma "corrupção do santo". Em outras palavras, corrupção é associada a tais práticas. Pais e mães-de-santo são pessoas sérias. Muito interessante que esta perspectiva valoriza a minoria do que ocorre nesse amplo campo religioso, um discurso revestido da depreciação dos saberes e fazeres das religiões afro-brasileiras. Penso que é urgente um olhar crítico sobre os vários discursos sob o risco de serem disseminadas visões distorcidas. Isso vale para a academia. Isso vale para o povo-de-santo. 
Para um olhar apurado dessa questão, vejam em "A filosofia das massas penetras as religiões afro-brasileiras":

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