terça-feira, 11 de junho de 2013

Saindo da Matrix...

Existem vários exemplos para compreender como é este processo de saída de uma visão homogeneizada e os preconceitos que surgem aos que optam por este caminho. 
O filme MATRIX é um claro exemplo. A trilogia desse filme, sucesso absoluto de bilheteria no mundo inteiro, conta a saga de alguém que optou por não seguir o status quo, a lógica imposta pela filosofia das massas.
O interessante é que quanto mais percebe a realidade que se encontra, amplia sua autopercepção e procura auxiliar os que compartilham de seus ideais, maior é a revolta da matrix, mas atacado ele é. Um preconceito inicial gerado no primeiro filme torna-se uma batalha final no último vídeo da trilogia. Vale a pena a reflexão e, para quem gosta, assistir novamente com esse olhar mais crítico da sociedade.
Saindo das analogias "cinematográficas" (rsrs) e retornando a prática de terreiro. No último final de semana tive a imensa felicidade de retornar ao Ilê Funfun Awo Oxoôgun (Casa Branca da Cura e do Destino) para vivenciar minha primeira camarinha.
Naturalmente que não vou, e nem adiantaria, descrever o que vivenciei. "Só conhece a Penha que sobe as suas escadas", diria meu pai de santo. A Iniciação na vida de santo precisa ser experenciada por si sob os auspícios de seu Pai/Mãe de Santo. Simples assim.
Mas as consequências deste contato iniciático vão ao encontro das minhas reflexões. Falamos que a Iniciação nos "retira" desses vícios da zona de conforto por meio do despertar da consciência e não da ênfase à audiência. Certamente saímos da "manada" e começamos a agir mais em concordância com o nosso espírito. A cura se processa em todos os níveis, inclusive no social. Dito de outra forma, não somos mais das "massas", somos do "povo".
As primeiras atividades com Pai Rivas levaram a uma profunda harmonização do meu Ori com meu Santo, meu Orixá. O silêncio da camarinha é a fala do inconsciente, diria Mãe Maria Elise Rivas (Sacerdotisa Yamaracyê). Neste dia, serenamente meu inconsciente reverberou as Vozes de Aruanda.
A breve conversa que Pai Rivas teve comigo na camarinha foi poderosa. Poucas, simples e igualmente sábias palavras ajustando minhas energias, estimulando a saúde da minha mente e do meu corpo. Lógico, tudo acompanhado por ervas, sacudimentos, os ofós, enfim, com os métodos e fundamentos de uma legítima Casa de Iniciação, um Ilê Awô. Que, aliás, fica dentro de um sítio sagrado, às margens da praia...
Ao sair da camarinha, confesso que me vi outra pessoa. Uma identidade reforçada e em equilíbrio com minha comunidade de santo e meu Orixá. Senti-me mais forte, pois a certeza de não estar sozinho chegou. Possuo irmãos, irmãs, um Pai de Santo, Ancestrais, Orixás, em uma palavra: Raiz. 
É essa identidade, esse estilo de vida que me dá a liberdade de não querer seguir algo imposto por uma parte da sociedade (elite) que engessa nossas opções, agindo como verdadeiros opressores. Não me sinto mais oprimido e não quero oprimir. Quero ser "apenas" o que sou. Simples assim. Eu sou do povo de santo. Eu sou filho de Pai Rivas e minha Tradição permite auxiliar a transformar o mundo. Sair da homogeneização, massificação, padronização doentia é um passo fundamental para lograrmos êxito. 
Agradeço ao Mestre e à Casa Branca. Um verdadeiro "hospital" dos Orixás! Axé!

Aranauan, Saravá, Axé,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)


 
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