quinta-feira, 3 de julho de 2008

Quimeras Economicistas (parte II)

Aratish. Suas palavras foram muito precisas. Gostaria de desdobrar alguns pontos importantes.

Sobre o equilíbrio de mercado. O modelo de concorrência perfeita diminui a taxa de lucro. Isso significa aumentar o custo de oportunidade e, naturalmente, diminui o dinheiro no bolso do acionista. Conclusão? Equilíbrio de mercado fomentando pela livre concorrência, ou mesmo subsidiado pelo Governo, é tudo que o modelo capitalista não quer!

A questão de cada um buscar maximizar o lucro em se tratando de Mercado é regida pela velha Lei de Oferta e Demanda. Partindo dessa premissa temos no acionista um ator econômico que sempre colocará seus recursos em produtos com maior demanda e retirará o capital dos produtos com muita oferta.

De uma maneira rudimentar podemos afirmar que - dentro do conceito de maximização do lucro - vale a pena fomentar a miséria em alguns pontos do orbe para abastecer países com maior demanda por comida. O momento atual da economia mundial e o aumento exponencial dos preços dos alimentos é uma prova cabal. Para os países miseráveis utiliza-se uma falsa "responsabilidade social" onde o Poder Econômico cria programas de capacitação profissional adequados as suas necessidade (você nunca
viu algum programa técnico para formação de teólogo, não é mesmo?) que entregam trabalhadores padronizados com baixo custo. Não podemos esquecer as ações emergenciais que mantém a comunidade local adormecida frente ao caos social visando exclusivamente permanecerem inalteradas as Operações destas mesmas empresas naquela região.

Falamos de Demanda, mas vamos exemplificar Oferta também. Os investimentos estruturais em educação e saúde para a população como um todo possuem muita procura na figura do Estado. O custo do investimento, TIR, PayBack Descontado e outros indicadores econômico-financeiros inviabilizam o "investimento social". O paliativo é explorar o atendimento dessas demandas apenas para os setores lucrativos, leia-se classe "A". Surgem os planos de saúde extremamente caros, hospitais "top", escolas que criam "alunos padrão" em escala industrial...

As duas grandes guerras mundiais não salvaram o sistema. Ao contrário, criaram uma "promissória" mundial que está para ser liquidada a qualquer momento. Esqueceram que ao desequilibrar o Meio Ambiente, no sentindo latu da expressão, construíram um buraco negro social que tende a crescer na exata proporção da ação nefasta do capitalismo selvagem. O "11 de setembro", as doenças "inéditas", os genocidas suicidas e tantos outros "agentes neo-sociais" são exemplo disso.

Por isso que escrevemos agora e observamos no seu último texto, estamos convictos que um sistema baseado na inversão de valores espirituais e no lucro nunca permitirá o equilíbrio do homem com ele mesmo e, naturalmente, com a própria sociedade.


João Luiz

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