segunda-feira, 14 de julho de 2008

Quimeras Economicistas (parte III)

Aranauam João,

Perfeito, acrescentaria:

1) O tal equilíbrio de mercado na concorrência perfeita é isso: fábula. Nunca existiu. Não passa de uma formulação ideológica. É contrária à lógica da acumulação.(daí meu questionamento sobre um suposto ideal de justiça embutido na idéia do equilíbrio de mercado capitalista)

2) A ideologia (velamento/ocultação) sempre se manifesta debaixo da roupagem dos axiomas, paradigmas, leis e dogmas. O discurso economicista parte de uma racionalidade dos agentes econômicos (produtor e consumidor) que não existe , de um modelo de concorrência que não existe, de um mercado que não existe e de um homem igualmente inexistente (racional, onisciente do mercado, livre em suas escolhas e eficiente no uso de sua renda e de seu capital, sabe encontrar o ponto de equilíbrio perfeito nas suas e em outras curvas de indiferença).

Formulam-se doutrinas, planos e políticas a partir de uma ilusão e vendem-se assim receitas, entregam-se prêmios (até Nobel) e cargos aos formuladores destes devaneios, que de tão longe da realidade parecem mais delírios esquizóides. Neste "mundo de Alice" alguns economistas são contratados a peso de ouro por empresários, especuladores e governos, mas ao fazerem seus vaticínios espertamente não esquecem do bordão acadêmico: "ceteris paribus".

Incrível é o desprezo dos economistas para a com a Religião. Justo eles que vivem de vender crenças!

3)Para mim, do mesmo jeito que não existem religiões afro-brasileiras, não existe também a dita "lei da oferta e da procura" - pura ficção.

Antes do celular existir eu não desejava o celular, antes do autorama existir eu nem sonhava com ele, o mesmo para o jeans, para a "calça rancheira" (antecessora do jeans), as "havaianas", para a "baguete" que substituiu a "bengala"... tudo isso se impôs ao tal mercado: cadê a tal da "demanda", o "rei do mercado" (consumidor)?

4) Onde fica a poluição, a brutal taxa de desemprego, a produção para o desperdício e obsolecência programada, a indústria de armas, a fome, a assimetria econômica entre classes e países... cadê o equilíbrio, a racionalidade?

Aratish

2 comentários:

  1. Aranauam João,

    Nas palavras do Aratish, no que diz respeito às Havaianas e ao Jeans, não será o objeto de estudos da área da publicidade (me falha a memória sobre tal nome) que vai em busca do mercado de para descubrir, por exemplo, as necessidades dos consumidores ou mesmo de um nicho de consumidores específico para criar o produto para satisfazê-los?

    ResponderExcluir
  2. Aranauam Michel,

    De uma maneira geral podemos entender esse processo mercadológico como "Pesquisa e Teste de Mercado".

    ResponderExcluir