quinta-feira, 17 de julho de 2008

Quimeras Economicistas (parte IV)

Vamos aos conceitos trazidos por ti.

1) Concordo. Equilíbrio de mercado não pode existir enquanto os players são orientados ao acúmulo de riquezas. Esse pensamento é um verdadeiro câncer no sistema econômico mundial.

2) A questão é que aplicaram às teorias econômicas uma lógica matemática superficial. Deixaram de lado os conceitos mais cósmicos em detrimento de resultados imediatos. Coloca-se tudo aquilo que é Imanifesto dentro dos famosos "y = f (x)" e fica por isso mesmo... Dito de outra forma, fomentam a racionalização do homem com meios e justificativas irracionais. Cadê a tão propalada lógica de Mercado?

3) Concordo e discordo de você nesse item meu caro. Tentarei ser mais específico. Se analisarmos ipsi literi os conceitos "religiões afro-brasileiras" e "lei da oferta e da procura" certamente nada ou quase nada seriam úteis. Porém, na prática, esses conceitos são aplicáveis em casos específicos. Não vou enveredar pela questão "afro-brasileira" para não correr o risco de sair do cerne da temática.

Observe que para a "lei da oferta e da procura" ter aplicação, devemos imaginar um mundo regido por um modelo grotescamente construído de equações aritméticas. Também deveríamos partir da premissa que toda a humanidade é egocêntrica e, na dúvida, sempre optará pela vantagem individual frente ao modelo competitivo vigente. Mais do que isso, para ser uma "lei" de fato deveria ser comprovado em quase todos os casos com exceções raríssimas o que justificaria que a "lei" é de fato. Certo?

No entanto, observamos que em alguns setores essas premissas são comprováveis. Não existe um pensamento maquiavélico por parte da minoria detentora do Poder Político e Econômico? Esses mesmos ególatras não utilizam a publicidade, propaganda e outros artefatos mercadológicos objetivando incutir na Sociedade o pensar, sentir e consumir de forma geométrica e até mesmo exponencial? Nessa realidade as contra-ideologias, como a própria Umbanda, não são exceções da mediocridade do pensamento capitalista?

Por isso que a lei da oferta e da procura foi justificada naqueles exemplos trazidos por mim. Podemos afirmar que essa "lei" funciona como assíntotas da realidade humana, entende?

Sobre a questão do desejo. Concordo com você, apenas vou ampliar a discussão. Antes de existir o telefone eu não o desejava, mas queria poder me comunicar com certas pessoas a qualquer tempo e hora. O que quero afirmar com isso? Que apesar da necessidade de consumo existir por fatores exógenos à minha vontade, a demanda essencial (comunicação com os outros) não foi "empurrada" para mim. Eu queria efetivamente isso.

Acontece que o "agente mercantilista" capta essas necessidades "verdadeiras" e cria uma gama de produtos e serviços que atendam, ampliem e desdobrem essas e outras necessidades ilusórias que aumentam a demanda essencial e, conseqüentemente, a cadeia de produção. Pronto! Está criado o círculo virtuoso, considerando apenas o material, e o vicioso, partindo da visão espiritual.

Pior do que criar necessidade é basear-se em uma real necessidade para iludir o homem. O sofismo foi aplicado ao ganho de capital e deu $$$.

4) O equilíbrio, a racionalidade surgirá na justa medida que todos os valores humanos são trabalhados em sua Ordem natural. Definitivamente o modelo atual não só impossibilita como inverte essa que, para mim, é uma condição sine qua non.

João Luiz

Um comentário:

  1. Justamente o que comentei no texto anterior.
    A "pesquisa de mercado" busca por uma necessidade real do consumidor e penso que o "teste de mercado" já existiria para inserir um "plus" no produto que atendeu aquela demanda mercadológica, ou seja, os tais produtos ou valores agregados ao principal que acabam por iludiro o consumidor.

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