segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Comentário sobre "Introdução às Doenças Psicossomáticas" - Vamos dialogar?

Aranauan, Saravá, Motumbá, Kolofé, Mucuiú, Axé a todos os irmãos planetários!
 
Gostaríamos de colocar em discussão algumas idéias que postamos como comentário no texto "Introdução às Doenças Psicossomáticas" disponível em: http://www.sacerdotemedico.blogspot.com/

Ler o último texto da trilogia "Introdução às Doenças" nos enche de alegria. Como descrito no resumo, o inédito diagrama de interdependência de mente, corpo e social auxiliado por todas as discussões anteriores favorecem a tese que a visão psicossomática está mais próxima da Espiritualidade.

Também percebi que este texto oferece respostas interessantes para as perguntas anteriormente formuladas pelos leitores no espaço de comentários. Desta maneira, o blog oferece um conteúdo simples e profundo, que é desdobrado pelo diálogo. Aliás, mais uma vez evocando o texto, "promovendo a terapia do diálogo ou diálogo como terapia".

Pela abrangência do assunto, possuo várias perguntas e sinto-me estimulado à discussão de várias idéias dentro e fora desta ferramenta. No entanto, Pai Rivas diz que "quando se pergunta muito, não sobra espaço para as respostas". Sendo, assim gostaria apenas de abordar uma pequena relação que o texto permite: Tratamento médico-paciente e Sociedade.

Tenho convicção que este binômio é afetado pelo ambiente (leia-se social). Várias seriam as exemplificações, mas focarei o tempo e a remuneração dos profissionais de saúde.

O sistema público de saúde, de uma maneira geral, oferece poucas vagas à comunidade. Em um posto de saúde o cidadão normalmente sofre para conseguir atendimento, algumas listas de espera apresentam filas de meses. Isto faz com que o médico acelere a consulta para conseguir atender minimamente a maior parte da população que o busca. Junte-se isto ao fato que o mesmo recebe uma péssima remuneração.

No sistema privado os problemas são um pouco diferentes, mas a consequência é basicamente a mesma. Com os preços impeditivos, a maior parte da população parte para os planos de Saúde. Por sua vez, visando o lucro pelo lucro as Operadoras de Saúde estabelecem preços mínimos de remuneração aos médicos. As clínicas particulares e hospitais para se sustentarem (e algumas também com intuito do lucro abusivo) impõem metas de atendimento em seus leitos. Conclusão, o médico é forçado novamente a acelerar a consulta e enxergar seus pacientes como insumos de uma cadeia produtiva. Na verdade vou além, analogicamente a Operadora de Saúde funciona como um Banco, o Hospital como Financeira e o paciente vira cliente deste sistema de crédito com juros abusivos que luta unicamente para atender a necessidade básica de sobrevivência.

Este exemplo ilustra como um fator social dificulta o diálogo médico-paciente. Não é um fator isolado, afinal o próprio texto fomenta a percepção da unidade biopsicossocial, mas o blog permitiu este ângulo de interpretação. Mais uma vez agradeço ao Pai Rivas por construir um ambiente na internet onde o leitor tem a liberdade de dialogar com responsabilidade visando a Espiritualidade.

Aranauan, Saravá Fraternal,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

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