quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Agir politicamente é diferente de ser político profissional

Aranauan, Saravá Fraternal,
Aranauan, Saravá meus irmãos planetários!

Vamos dar uma agitada nas nossas discussões? Acredito que temos uma oportunidade ímpar de expor e ler a opinião do outro esteja ele em qualquer lugar do planeta. A riqueza da internet estimula uma troca constante de opiniões e espero que todos nós cresçamos juntos como uma grande família das Tradições Afro-brasileiras em primeira instância que visa a família universal.

Já escrevemos bastante sobre "questões políticas X questões partidário-eleitoreiras". No entanto, fatos recentes mostram a importância de darmos continuidade a este diálogo e compreender coletivamente cada vez mais os seus desdobramentos.

Constatamos a insistência por parte de um pequeno grupo em propor a eleição de candidatos ao legislativo que sejam umbandistas para combater a intolerância que sofremos diariamente. Não vou desenvolver novamente meu raciocínio sobre isto, tendo em vista que seria repetitivo. Só que nunca é demais afirmar o nosso respeito por quem busca isto, porém discordamos e achamos incoerente tal postura.

Agora se esta proposição por si só é incoerente, pior é o que vamos colocar. Não bastando tentar fazer da Umbanda um palanque para as eleições defendendo que candidatos do santo entrem no legislativo para enfrentar a bancada evangélica, os mesmos politiqueiros – atendendo interesses partidários – abrem espaço para divulgar a candidatura de um evangélico para o maior cargo eletivo do Brasil, a presidência da República.
Observem bem meus irmãos que não estamos aqui com o intuito de criar cizânias ou disputas entre umbandistas e evangélicos. Pelo contrário, defendemos arduamente que aos ocupantes de cargos representativos façam jus ao voto auxiliando nossa sociedade como um todo, sem preterir ninguém. Agora não podemos deixar de nos posicionar face àqueles que defendem suas candidaturas para combater os evangélicos e, concomitantemente, apóiam os mesmos evangélicos que concorrem ao cargo executivo. Isto é querer desprezar muito a inteligência dos praticantes das tradições Afro-brasileiras.

Não concordamos com isto, pois sabemos que quem defende interesses partidários não têm a liberdade de expressão e autonomia suficiente para trabalhar pelo coletivo de forma ampla e irrestrita. As pessoas que tentam transformar a Umbanda em palanque e defendem idéias duplamente incoerentes não estão fazendo política, mas tornando-se políticos profissionais.

Claro que existem honrosas exceções. Na verdade, a maioria do nosso povo de santo está bem distante destes interesses anti-espiritualizantes. Somos tão convictos disto que o contraponto que oferecemos vem justamente da Escola de Síntese: precisamos fazer pressão pacífica social. E frisando bem o que ouvi do próprio Pai Rivas, não devemos confundir "pacífica" com "passiva". Fazer pressão pacífica social é ter militância e trabalhar em prol da causa que defendemos, em última análise Inclusão Total.

E deixa a Gira girar!

Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

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