quinta-feira, 23 de maio de 2013

Fwd: A diversidade expressa a liberdade

A
ranau
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n, Saravá, Axé!

Assisti atentamente ao vídeo "Religiões afro-brasileiras - oralitura manifesta na literatura" disponível em: http://sacerdotemedico.blogspot.com.br/2013/05/religioes-afro-brasileiras-oralitura.html. Um material farto para reflexão sobre as religiões afro-brasileiras tanto na ótica religiosa quanto na acadêmica.

Gostaria neste texto abordar os aspectos sociais da fala de Pai Rivas. Fazendo uso do cabedal teórico de Wittgenstein, nosso Mestre destaca a ideia de que a linguagem funciona como uma caixa de ferramentas. Podemos fazer uso desta linguagem de várias maneiras, mas todos tendo como ênfase  a construção da ponte entre nossos pensamentos com o público que almejamos alcançar. As Religiões Afro-brasileiras são pródigas nesta abordagem.

Afinal, o povo de santo encontra dentro de seu universo religioso múltiplas possibilidades de vivenciar o Sagrado. Ou seja, de nos conectarmos harmoniosamente com os Orixás, Voduns, Inquices, enfim, com as Potestades Divinas. Esta diversidade em hipótese alguma cria concorrência entre suas linguagens e muito menos ideias hegemônicas (uma melhor que as outras) ou homogêneas (uma forma como padrão a ser adotado por todas as escolas).

No campo acadêmico, Pai Rivas apresentou dois livros que reforçam o exposto. Um, de autoria do querido amigo prof. Dsc. Luiz Assunção. Chamando autores consagrados como Mundicarmo Ferretti e o próprio Pai Rivas, mesclou artigos acadêmicos produzidos por religiosos que se interessam pelo senso crítico e acadêmicos que se encantam com o mundo afro-brasileiro. O outro, de própria autoria, apresenta a ideia de Escolas como uma libertadora da visão reducionista, codificadora, as vezes elitista, que alguns tentam ainda impor à religiosidade do povo de santo.

Sobre isso, recordo-me no vídeo que Pai Rivas comenta a existência de pessoas que utilizam o rótulo das religiões afro-brasileiras para ir contra elas. Complemento que são pródigos em disseminar inverdades, acirrar disputas internas, criar pseudo-competições entre os terreiros, ir de encontro aos seus Iniciadores, negando e traindo a sua – até então - Raiz. Ratificando o exposto: querem manter o status quo do sistema tão desigual que existe em nossa sociedade planetária também na perspectiva espiritual. Quando não usam da truculência, repetem frases chavões sem ter isso dentro deles. Realizam críticas que são aceitas por todos numa verdadeira "postura de papagaio": repetem as palavras de quem julgam importante ou influente sem nunca ter vivenciado plena e profundamente as suas ideias.

Não é por menos que com os anos convivência junto ao Pai Rivas, sempre – repito sempre – nos ensinou que o discurso apologético, o falar só para agradar, só para poder ficar "em cima do muro" são posturas inadmissíveis. Até porque fazer pseudo-defesa de ideias do povo de santo, "copiar e colar" ideologias é manter na aparência uma retórica que só reforça o mesmo sistema desigual supracitado.

Também não podemos olvidar o campo religioso. Aliás, o mais importante.  Pai Rivas tem realizado diversos ritos em nome desta diversidade afro-brasileira. Mais do que isso, fala e faz as liturgias religiosas que fora iniciado. Dentro de pouco tempo anunciou, em nome desta postura sacerdotal ética e coerente, que realizará ritos ligados também a Umbanda Oriental, Umbanda Iniciática, os velhos, profundos e poderosos mantras que Ele, Pai Rivas, recebera dos Ancestrais Ilustres, mensageiros dos Supremos Curadores do Mundos, os Arashas... Aranauan, Axé!

E deixa a Gira girar!

Um abraço,

João Luiz Carneiro

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