quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Militância política já!

Aşé!
Aproveitando a força de comunicação das redes sociais, gostaria de convidar a todos e todas que são do Candomblé, das Religiões Afro-brasileiras para uma reflexão consistente sobre o momento que vivemos.
As redes sociais são excelentes espaços de diálogo para firmarmos nossa amizade. Muitas vezes a barreira da distância pode ser superada pelas teclas do celular, note ou computador. Por que não aproveitarmos esses momentos fraternos, para trocarmos nossas experiências de dentro dos iles para fora deles? Não me refiro à fundamento, mas aspectos sociais, culturais e, porque não, políticos.
Ouvi sempre de meu Babá a importância de termos consciência e ação, verdadeira militância política. Importante frisar que a questão partidária na política é evidente, mas – nesse contexto – refiro-me à mobilização de forças para benefício da coletividade. Algo que aprendemos no terreiro com a noção de egbé (comunidade). Nela, todos nós oferecemos e recebemos ajuda dos membros da comunidade, exercitamos em plenitude a cidadania. Algo tão bonito de se ler em bons livros, mas tão em desuso nos dias atuais.
Essa militância nos pede para sermos cidadãos afro-brasileiros conscientes dos fatos e consistentes nas ações. Precisamos nos encontrar mais dentro e fora das redes sociais. Usar os espaços públicos como teatros, ginásios, escolas e câmaras municipais para promovermos encontros. Nesses encontros, dialogarmos na busca de soluções efetivas para diminuir as desigualdades e o preconceito, principalmente com o nosso povo do santo. As consequências dessa militância política certamente será benéfica para todos e todas, sem distinções. 
Ao mesmo tempo, precisamos rever nossos valores. Eliminando qualquer coisa que esteja dentro ou próximo de nós sobre algumas chagas espirituais e sociais, como diz Babá Rivas. São elas:
Misoginia. Uma pessoa misógina admite que uma mulher é inferior ao homem.

Homofobia. Aversão ou rejeição a homossexual. Os que aceitam a homofobia reconhecem lésbicas, gays, bissexuais e trans como seres humanos "doentes".
Etnocentrismo. Os etnocêntricos aceitam que o que seu grupo faz é melhor que todos os demais. Não admitem mudanças em sua doutrina, porque isso seria reconhecer erros que julgam impossíveis. Desprezam os diferentes ou que pensam de outra forma.
Xenofobia. Aversão às pessoas e coisas estrangeiras (fonte: dicionário Michaelis). Uma verdadeira fobia social que se concretiza em preconceito a nordestinos, judeus, africanos. 
Elitismo / Conservadorismo. Sobre elitismo, 1 Sistema de favorecimento das elites, em detrimento das outras camadas da sociedade. 2 Forma de vida fundada em tal sistema. Sobre conservadorismo, sistema político, ou doutrina daqueles que se opõem a novas reformas e pugnam pela conservação das circunstâncias atuais (fonte: dicionário Michaelis). 
Evolucionismo cultural. Admitir que uma cultura é melhor que a outra, criando relações hierárquicas (melhores e piores), bem como homogêneas (uma cultura, a "melhor", deve ser o padrão para as demais "inferiores"). Por exemplo, a cultura europeia é melhor que a cultura africana.
Evolucionismo Social. A mesma coisa que o item anterior, sendo que em vez de culturas, fica estabelecida hierarquia entre sociedades. Por exemplo, a sociedade ariana acessou verdades que outras sociedades milenares, como a africana não conseguiram. Os arianos seriam mais evoluídos que os negros.
Vamos fortalecer nossa amizade dentro e fora das redes sociais? Vamos nos encontrar e dialogar sobre essas e outras questões. Fica aqui o nosso fraterno convite de mobilização para militância política. Aşé!


Yabauara

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