quinta-feira, 26 de junho de 2008

Quimeras Economicistas (parte I)

Existe Equilíbrio de Mercado?

O tal equilíbrio de mercado é uma criação ideológica que remonta a noção de "mão-invisível" criado por Adam Smith (cônego presbiteriano), que defendeu a classe emergente ligada ao comércio que se fazia representar na Câmara dos Comuns Inglesa, contra os privilégios dos Lordes e do Rei Inglês. Por ser, na origem, um conceito quase religioso foi paulatinamente substituído pela idéia de mercado "homeostático" (de homeostasia corporal), que tendia naturalmente ao equilíbrio. Este equilíbrio só era obtido se cada um dos agentes econômicos buscasse maximizar o lucro (self-interest), dito de outra forma, o cônego em questão advogava a mais incrível contradição: os homens dando vazão ao seu egoísmo e competindo entre si, produziriam o melhor para a sociedade: a riqueza das nações.


A "mola" do sistema é o lucro (egoísmo) e não o mercado (conseqüência).

O sistema capitalista não foi teorizado e depois inventado - uma boa teoria que se maculou em má prática. O sistema foi se constituindo e, ao mesmo tempo, surgiram teorias em sua defesa e umas poucas para criticá-lo. A concorrência perfeita - paraíso da econometria e dos discursos ideológicos mostrou-se pouco aplicável. A quimera mutante capitalista se impunha aos inebriantes sonhos de perfeição teórica – constituíam-se oligopólios, cartéis, monopólios, monopsônios, etc. Longe do equilíbrio, o “Leviatã” capitalista vive crises cíclicas. O tão decantado equilíbrio fez-se flôr-do-vento - inflação, hiperinflação, sub-emprego, desemprego em massa, trabalho semi-escravo, má distribuição de renda, miséria e desperdício. O "crack" da Bolsa de Nova York foi sintomático e não à toa surgiram as políticas intervencionistas (dos Estados nas economias) e salvacionistas para o capitalismo autofágico. Onde estaria o equilíbrio de mercado?


As duas grandes guerras mundiais e as guerras posteriores salvaram o sistema (do egoísmo), mas a que preço? O eixo capitalista desloca-se de continente, europa para o USA.


A frase o "equilíbrio de mercado é uma forma de igualdade no pensamento capitalista" supõe que a plutocracia produz justiça social. Será possível o impossível? Lembro-me do Sr. Delfim Neto, economista da ditadura propor que a economia era como um bolo, precisava primeiro crescer para depois ser dividido. Como qualquer economista ele sabia que o "bolo" nasce dividido entre salários e lucros, qual seria então a motivação daquele discurso?


A observação atenta e isenta dos fatos da realidade e da trajetória histórica do capitalismo leva-nos a conclusão inexorável de que o equilíbrio de mercado é uma peça ideológica forjada para ocultar os desequilíbrios que o sistema capitalista cria. O equilíbrio e a “homeostasia” capitalista não passam de ficção, ideologia com o intento de justificar o sistema de competição selvagem, da apropriação privada da riqueza social (lucro) e manutenção do "status quo" - da riqueza de poucos se fazer pela miséria de muitos.


Em resumo, o paradigma básico do sistema não mudou, continua sendo o lucro (apropriação privada da riqueza coletiva, ou seja, egoísmo institucionalizado). Os desequilíbrios econômicos e ambientais, as assimetrias sociais e culturais não condizem com alguma noção de igualdade ou de equilíbrio, concorda?


Aratish

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Tolerância já não basta, precisamos Viver as Diferenças

Após assistir a 1ª parte do vídeo sobre o Centro de Cultura Viva das Tradições Afro-brasileiras, conversarmos com Pai Rivas por telefone sobre o assunto e esse contato permitiu desdobramentos interessantes dos quais gostaria de dividir e dar continuidade nas listas.

Todo o trabalho do Centro de Cultura Viva é fruto direto da percepção da humanidade como uma realidade plural em todos os seus sentidos. As afinidades espirituais e materiais, suas relações sociais, suas histórias definem como as comunidades se formam e habitam os dois lados da vida. Assim, para o Centro de Cultura Viva reunir a Pajelança, Caatimbó, Toré, Encantaria, Terekô, Mabassa e tantos outros elementos ligados a Tradição Afro-brasileira é necessário refletir sobre o convívio pacífico de todos.

Para ajudar essa reflexão, Pai Rivas lembra que não é de hoje que temos no conceito de "Tolerância com as Diferenças" uma referência para a busca da Paz em seus diversos e complementares aspectos. Todavia só ela não é suficiente para atender nossa necessidade coletiva de harmonia, equilíbrio e estabilidade seja espiritual ou material.

Assim Pai Rivas identifica três níveis de compreensão sobre o assunto.

Androgônico. Tolerar a Diferença. Cabe ao indivíduo entender e admitir o outro com seu arcabouço de pensamentos, sentimentos e ações. É uma percepção positiva.

Cosmogônico. Respeitar a Diferença. Mais do que tolerar, o indivíduo compreende que o conjunto pensamento/sentimento/ação do outro faz parte da diversidade humana e do ângulo de interpretação de cada um. Encontramos a percepção relativa.

Teogônico. Viver a Diferença. Nesse estágio, o indivíduo se integra harmonicamente à pluralidade sem perder suas características ou, dito de uma outra forma, reforçando o elo pelas semelhanças. Estamos falando de uma percepção superlativa.

Essa visão didática também demonstra que os níveis androgônico e cosmogônico estão mais relacionados ao "estar" tolerante e respeitoso. São condições passíveis de mudança a qualquer momento. Já o nível teogônico se relaciona ao "ser", pois afinal viver é algo inerente ao Espírito.

Quando citamos as diferenças, não nos referimos as desigualdades. A "diferença" nos leva a pensar em elementos dentro de um mesmo plano. A "desigualdade" remete elementos em planos diferentes. Pai Rivas exemplifica através das cores. Dizer que o azul não é igual ao amarelo demonstra uma diferença. Afirmar que o azul é melhor que o amarelo incita a desigualdade.

Uma outra forma de entender o conceito é observar que a Diferença gera Diversidades e a Desigualdade gera Adversidades.

Talvez alguns irmãos listeiros estranhem esses conceitos. Podem até mesmo vir a perguntar se Pai Rivas está se contradizendo, pois até ontem defendia com segurança o conceito de Tolerância com as Diferenças.

Com naturalidade respondemos que estas palavras estão complementando o entendimento inicial. Não é a toa que Pai Rivas afirma para seus filhos espirituais pararem de ouvi-lo no dia que ele começar a repetir as mesmas coisas. Afinal, a Umbanda é uma Unidade Aberta e em constante construção.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Umbanda e sua distribuição social do conhecimento

Aranauam, Saravá, Axé meus amigos,

O conhecimento pode ser definido como uma crença verdadeira e justificada. Entendemos que este é fundamental para a evolução do espírito em sua busca contínua do religare. A religião possui um papel importante neste processo, pois através dela muitas chaves de acesso e interpretação do conhecimento conduzem coletividades inteiras para tal fim.

Como a Umbanda trabalha estes aspectos com seus seguidores? Como os Ancestrais Ilustres modelaram tal sistema de demonstração e adaptação do conhecimento ao ser humano?

Boa parte destes questionamentos, que não temos a mínima pretensão de responder em sua totalidade por agora, podem ser compreendidos quando entendemos os templos-terreiros como escolas de transmissão do conhecimento. Reconhecer as escolas umbandistas é a mesma coisa que aceitar a forma plural que nossos mentores estabeleceram para conduzir seus irmãos planetários.

As escolas umbandistas não só atendem a maioria dos seus prosélitos como vão além: conseguem chegar à totalidade do nosso movimento, existindo concomitantemente em todas as camadas sociais e carregando os mesmo valores em vários ângulos de interpretação. Todos conseguem acessar o sistema de conhecimento só que adaptado exatamente a cada indivíduo. Dito de outra maneira, o Todo é Uno e o Uno manifesta-se no Todo.

Assim estabelecido as conexões entre as escolas, todos os filhos de fé começam a trilhar seus caminhos por dentro de sua escola mais afim de forma justa, igualitária e fraterna.

No entanto, vemos algumas tentativas de alterar essa forma de trabalho dos nossos condutores de Aruanda. O que é natural para o momento que vivemos de grandes transformações, mas que não podemos deixar estabelecer no seio de nosso movimento. Cada dia que passa torna-se muito comum a confecção de cursos, livros e fórmulas mágicas de assimilação rápida desses sistemas. Algo do tipo como “pagou, levou”.

A tentativa de impor um código único de transmissão do conhecimento é atacar diretamente esta estrutura tão bem construída pelo Astral Superior. Pior do que isso é utilizar os meios comerciais e propagandísticos para chegar a tal intento. Como estamos inseridos na sociedade que privilegia a satisfação imediata do desejo, estabeleceram-se ao longo dos anos cursos de rápida duração que permitiram ao umbandista incauto achar que pode ser pai-de-santo em poucos meses. Limitarei o exemplo dos cursos pagos, para não me estender tanto.

Não sei se o amigo leitor já percebeu, mas ao estabelecer a questão financeira como meio principal de acesso ao sistema umbandista de conhecimento promove-se uma inversão dos valores. Em vez de reformular a si com conhecimento e ações produzidas pelo contato diário, gradativo, horizontal e vertical no terreiro; o mesmo passa a fazer uso apenas da sua carteira para adquirir valores ilusórios embrulhados em certificados pomposos que possuem pouca utilidade dentro de uma Gira.

Peço licença aos Senhores Curadores do Mundo e no fundo d’alma convido todos os irmãos para juntos executarmos a tarefa que nos foi convidada:


“A mata tava fechada,
Oxalá mandou abrir.
Quem é filho de Caboclo,
Tá na hora de sair...”

Bibliografia:

  1. E-mail do Babajinan de tema “Polarização na Umbanda – Idealistas e os Mercantilistas”: http://br.groups.yahoo.com/group/apometria_umbanda/message/10569
  2. Site do CONUB. http://www.conub.org.br/quem.html
  3. Umbanda- A Proto-Síntese Cósmica. 3ª ed. F. Rivas Neto. Editora Ícone

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

O maior presente que podemos oferecer para Yemanjá

Aranauam, Saravá meu caro leitor!

Nos dias 08 e 09 de dezembro estivemos pela primeira vez participando da homenagem paulista à Yemanjá, a nossa "rainha do mar". Neste momento tão especial experimentamos situações bem interessantes e gostaríamos de dividir com nossos irmãos de caminhada.

O local da festa ao qual nos referimos é Praia Grande/SP. Durante este final de semana e o anterior inúmeros terreiros se encontraram nesta praia para a realização de seus preceitos, homenagens e renovações de fé. A praia é um dos principais sítios sagrados na nossa visão e deveríamos cultuá-la com o máximo de atenção aos seus aspectos de preservação ambiental. Infelizmente não foi isto que percebemos. Muitas flores, velas e frutos estavam jogados tanto na areia, quanto na beira do mar.

Continuando nossas observações, por alguns instantes, paramos para olhar a imensidão de areia tomada por templos-terreiros dos dois "lados" da praia. Conseguíamos nos identificar em cada mãe e pai espirituais, sentíamo-nos irmãos de santé de cada umbandista presente naquele grande encontro umbandista. Foi observando aquela profusão de pessoas e casas religiosas, escutando as lições de nosso pai espiritual que uma conclusão se fez presente naturalmente. A Umbanda funciona como um grande espelho da sociedade, construindo dentro de si toda a diversidade e realidade social existente.

Dizemos isto, pois assim como nosso país, a grande maioria dos terreiros demonstravam possuir escassos recursos que não permitiam uma melhor organização do espaço que utilizaram. Outros terreiros, ao contrário, conseguiam estruturar-se muitíssimo bem. Alguns eram bem simples, outros bem mais "sofisticados". Porém, assim como o pobre e o rico de no nosso país possuem a nacionalidade como ponto comum, a enorme diversidade na forma encerra na identidade umbandista seu ponto de convergência.

Continuando nossas comparações, percebemos que a falta de organização geral do evento retratava claramente a situação política de nosso país. É mais fácil manter o brasileiro desarticulado para que a minoria elitista mantenha o statu quo, assim como é mais confortável fomentar a desunião dos terreiros presentes na festa. Em vez de realizar um cadastro de terreiros, demarcar com placas indicativas a posição de cada agrupamento religioso e sugerir um ponto comum na festa para que todas as casas realizassem uma homenagem em conjunto a Yemanjá, preferiram seguir o aforismo "cada um por si e Deus por todos", ou melhor cada terreiro na sua e o seu Orixá também!

Meus caros. Pai Rivas vaticina algo interessantíssimo. "Tolerância com as Diferenças, não quer dizer tolerância com o erro" . Respeitar as características individuais de cada comunidade umbandista não quer dizer que somos apologistas da desordem. Aliás, esta é uma característica sine qua non do Astral Inferior. E aqueles que preferem a manutenção desta desordem no meio umbandista são seus comparsas no mundo da forma. Ou será que estou errado?

Agradeço o amigo leitor que me acompanhou até este parágrafo. Se falamos algo não muito agradável, o fizemos com tristeza. Sinceramente gostaríamos de apenas ressaltar as coisas positivas, mas não somos hipócritas. Aliás, possuímos diversos defeitos, mas a hipocrisia passa longe do nosso equipo físico. Mas não desanime com nossas palavras. Assim como no país existem grupos e pessoas que pensam no bem do coletivo, também não poderíamos deixar de citar as muitas casas que exercitavam a caridade espiritual naquela areia acinzentada de Praia Grande.

Aliás, não só de caridade espiritual a Umbanda vive. A proposta umbandista é integral. Suas ações sociais são efetivas em três formas. Na epiderme da comunidade, nos campos estrutural e, principalmente, paradigmático. Mais do que palavras, gostaríamos de trazer exemplos.

O CONUB (Conselho Nacional da Umbanda do Brasil) participou do evento através de sua parceira FTU (Faculdade de Teologia Umbandista). A FTU realizou nas duas semanas de homenagens a Yemanjá a Campanha de Prevenção da Hipertensão Arterial. Esta Campanha conquistou o expressivo número de 1500 atendimentos gratuitos remediativos – atuando na epiderme social com aplicação de remédios quando necessário –, preventivos – de forma estrutural informando sobre os problemas causados pela hipertensão arterial – e paradigmáticos – recomendando dietas e posturas que manterão a saúde por um tempo alongado. Interessante informar que todos os sete médicos que participaram da ação eram umbandistas.

Além disto observamos um belo exercício de Convivência Pacifica. Pai Ramos (Aramaty) esteve presente no espaço onde a União de Tendas, SOUESP e Guerreiros do Axé se estabeleceram como organizadores do evento para exercitar o diálogo. Pai Rivas (Mestre Arhapiagha) também participou ativamente do evento. Ora medindo a pressão de pacientes que faziam fila para serem atendidos na Campanha supracitada, ora conversando com os presentes: Pai Jamil Rachid, Pai Milton Aguirre, Ogã Basílio, Pai Guimarães, umbandistas anônimos, seus filhos espirituais da Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino (OICD). Detalhe importante: todos com a mesma atenção. Para quem dizia que o Pai Rivas só teorizava sobre a importância do diálogo...

Relatando todas estas impressões, podemos dizer que o evento já estava chegando ao seu término. Muitos umbandistas foram agradecer o ano que obtiveram, tantos outros foram pedir por dias melhores aos pés da linda estátua de Yemanjá construída no calçadão da praia. Assim como o povo brasileiro, ficou evidente que nossa banda possui fé e esperança.

Talvez se traduzirmos esta vontade de crescer em esforço para concretizar as boas idéias trazidas pelos nossos queridos Ancestrais Ilustres conquistaremos o maior presente, a maior homenagem à Yemanjá que possamos imaginar: O amor cósmico! Vamos tentar?

E deixa a Gira girar!

Saravá fraternal,
João Luiz de Almeida Carneiro
CONUB: trabalhando pela dignificação da Umbanda e do umbandista

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Umbanda é trabalho

Aranauam, Saravá!

Talvez uma das poucas frases que sejam unânimes no meio umbandista "Umbanda é trabalho!" retrate bem a essência do atual movimento umbandista.

Tenho certeza que a Umbanda cria e criará mecanismos eficientes para acabar com desigualdade social através da participação efetiva das massas populares e, dentre estes, especificamente o umbandista. Tudo isto para promover a convivência pacífica e estabelecer a Convergência dos Saberes. Porém, parafraseando Pai Rivas, não é fazendo preceito ou acendendo vela que vamos combater a miséria ou permitir maior acesso a educação das camadas mais pobres.

A atuação da Umbanda no desenvolvimento espiritual é completo. Vem de cima para baixo, de um lado para o outro e de dentro para fora! Isto incorre, necessariamente, na atuação do umbandista perante sua comunidade espiritual, familiar, local e em qualquer lugar que exista espírito. Ou seja, o umbandista precisa pensar melhor a sociedade ao qual está inserido e atuar para o coletivo.

A Umbanda é a manifestação do espírito para a caridade, já dizia o Caboclo das 7 Encruzilhadas... E se a Terra é habitada em todo os lugares por espíritos, basta a prática do bem para se fazer Umbanda!

sábado, 11 de agosto de 2007

1º Congresso de Umbanda do Século XXI

Aranauam, Salve, Axé, Motumbá, Maná, Mucuiú, Saravá,

A Umbanda, em seu constante processo inclusivo, convida todos os irmãos umbandistas a participarem ativamente da organização e divulgação do 1º Congresso de Umbanda do Século XXI.

Mas afinal, o que é um Congresso?

Segundo o democrático sistema de promoção do conhecimento WIKIPEDIA(http://pt.wikipedia.org/wiki/Congresso), congresso pode ser definido como“conjunto de palestras e sessões plenárias, um encontro solene de grandeporte com número elevado de participantes, promovido por entidades ouassociações de classe, pode ter caráter regional, nacional ouinternacional”. Ou seja, um congresso é um evento de suma importância paraa divulgação e troca de conhecimentos entre seus participantes.

Qual a importância para o nosso movimento religioso realizar um Congressonacional da Umbanda?

Promover a aproximação dos umbandistas que participarão. Temos confirmação de praticamente todos os estados da federação. Gerar uma oportunidade realde conhecer a diversidade de nossa religião. Aliás, não só o aspectoreligioso (rito-liturgia) será abordado. Buscar-se-á demonstrar osaspectos científicos, artísticos, filosófico da Umbanda.
Um congresso umbandista chancelará, perante nossa sociedade, a realidadeda comunidade umbandista, apresentando soluções espirituais, sociais,políticas e econômicas para a desordem mundial. Funcionará como um grandemeio de divulgação das nossas idéias para a mídia não especializada.

Quem é responsável pelo Congresso?

A idéia partiu da FTU (Faculdade de Teologia Umbandista) e se difundiu rapidamente pelos estados através de seu parceiro, o CONUB. A FTU seguindoseu princípio básico de respeito às diferentes escolas umbandistas,resolveu convidar todas as instituições para debater os detalhesorganizacionais e doutrinários do evento.

Aonde será o Congresso?

O CONUB promove encontros nas cidades onde possui representatividade.Nestes encontros as lideranças, os dirigentes e os representantes deterreiros e federações locais organizarão Seminários e Locutórios. Osresultados destes encontros e eventos servirão como pauta para o Congresso.
A cidade da federação que comprovar as melhores condições de recepção docongresso será escolhida como sede.

Como participar?

Entre em contato diretamente com a FTU através do site(http://www.ftu.edu.br/) ou acesso o site do CONUB(http://www.conub.org.br/conub_no_brasil.html) enviando um e-mail para o coordenador do seu estado. Caso o seu estado ainda não possuir representatividade do CONUB, escreva para: dialogo@conub.org.br

A Umbanda entra no novo milênio com a proposta de estudar, compreender e,acima de tudo, vivenciar os aspectos de sua doutrina. Participe conoscodeste evento que promoverá uma melhor compreensão de nosso movimento efomentação da paz e união mundial.

Saravá fraternal,
João Luiz de Almeida Carneiro

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Política umbandista de parceria

A política de parcerias, gradativamente, se consolida como uma idéia que gera resultados satisfatórios para a humanidade. A parceria entre pessoas e instituições, quando conduzida de forma ética, estimula o equilíbrio entre as partes, uma vez que só serão executados as ações que visarem o bem comum.

Além disto, inibe as desigualdades, ofertando oportunidades idênticas a todos os componentes deste “sistema parceiro”. A importância de todos os envolvidos no processo é ressaltada, pois permite também que cada um atue na área de maior afinidade.

Se analisarmos bem a mecânica dos terreiros, perceberemos claramente a influência deste “sistema parceiro” por parte dos guias e protetores que atuam na Umbanda. Perceba que a mecânica da incorporação é uma verdadeira parceria entre entidade e “cavalo”. Parceria esta que é estendida ao cambono que assiste o mentor espiritual, confiando a ele lições importantes sobre a vida, além de permitir que o mesmo seja guardião de seus instrumentos de trabalho.

Os dirigentes de terreiro, pais e mães de santo, também estabelecem importantes parcerias com os seus assistentes, comumente chamados de mães e pais pequenos, ogãs e médiuns responsáveis pela realização da “gira” de Umbanda.

As instituições responsáveis pela aproximação dos umbandistas vêm encontrando nas parcerias um ótimo aliado para o alcance de suas metas.

Em 2007, o Conselho Nacional da Umbanda do Brasil – CONUB – está vivenciando diariamente esta idéia através de inúmeros órgãos umbandistas. FTU – Faculdade de Teologia Umbandista; TVSU – TV Saravá Umbanda; Site Umbanda Fest; Grupo Nova Consciência; Federações e Terreiros de Umbanda espalhados pelo nosso país.

Além de instituições, o CONUB mantém parcerias também com os umbandistas. Recentemente o CONUB-DF esteve presente na cidade de Formosa para realizar o “1º Encontro pela Paz e União Umbandista de Formosa-GO” com sacerdotes umbandistas e candomblecistas da região; esteve no encontro inter-religioso de Campina Grande-PB discutindo a paz mundial com diversas lideranças religiosas de nosso país, criou a coordenadoria do Teresina-PI graças aos irmãos Luzinete e Pai Luiz Santos.

É desta forma que acreditamos na divulgação da Umbanda. Através de parcerias sólidas entre os umbandistas e suas instituições. Não podemos mais insistir na idéia “se eu não fiz, não é bom”. Não existe melhor ou pior, pois isto nos remete a desigualdade. Existem sim realidades diferentes para a rica diversidade de espíritos habitantes no nosso planeta.

Para finalizar gostaríamos de transcrever as palavras que marcaram a entrevista do presidente do Brasil para os organismos de imprensa internacionais.

“A palavra hegemonia tem que ser abolida e no seu lugar ser colocada a palavra parceria".
Luis Inácio Lula da Silva – 26/02/2007.
Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2005/12/051215_lulacolombiapesquisarc.shtml



João Luiz de Almeida Carneiro
Mensagem enviada pelo CONUB no dia 28 de fevereiro de 2007.

Acesse: http://www.conub.org.br/
Escreva-nos: dialogo@conub.org.br

CONUB: trabalhando pela dignificação da Umbanda e do umbandista

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Diversidade mundial X Realidade do Terreiro de Umbanda

O cientista Phillip M. Harter, MD, FACEP Stanford University publicou um artigo visando tangibilizar os números que envolvem pessoas no mundo.Destacamos este pequeno trecho para reflexão.

“Se pudéssemos encolher a população do mundo a uma vila de 100 pessoas, mantendo todas as proporções, o resultado seria o seguinte:
57 Asiáticos, 21 Europeus, 14 do Hemisfério Ocidental (Américas do Norte e do Sul), 8 Africanos;
52 mulheres, 48 homens;
70 não-brancos (amarelos, vermelhos ou negros), 30 brancos;
70 não-católicos, 30 católicos;
6 pessoas deteriam 59% de toda a riqueza, e todas elas seriam dos USA;
80 morariam em casas abaixo do padrão desejável;
70 seriam analfabetos;
50 seriam desnutridos, 1 estaria à beira da morte, e 1 prestes a nascer;
1 (sim, só um) teria nível superior e 1 teria um computador.

Quando se considera o mundo de uma perspectiva tão comprimida, a necessidade de aceitação, compreensão e educação se torna absurdamenteaparente, não?"

Depois desta feliz analogia, gostaríamos de colocar algumas indagações.

Por que a Umbanda é vista como uma religião de negros e mestiços?
Por que a Umbanda possui tantas sacerdotisas, praticamente equiparando-se ao número de sacerdotes homem?
Por que a Umbanda é percebida como crença de gente pobre e com pouca instrução?
Por que a Umbanda é vista como cultura de periferia?
Por que a Umbanda é tão aberta, includente e compreensiva?

Os números estatísticos mostrados pelo cientista respondem. A Umbanda funciona como um verdadeiro espelho da humanidade, refletindo seu estado atual. Aponta suas falhas, mas não deixa de ressaltar suas qualidades. Além disto, a Umbanda procura mostrar a realidade de nosso orbe da forma mais adequada a cada pessoa que freqüenta nossa religião. Ou seja, além das mudanças emergenciais tão necessárias, o movimento umbandista trabalha a Responsabilidade Social.

Analisem bem meus amigos. Se os nossos irmãos espirituais nas mais diferentes roupagens fluídicas – caboclo, preto-velho, criança, exu,boiadeiro, marinheiro, entre outros – trabalham diariamente em diversos templos do Brasil pensando no futuro, quebrando paradigmas, apontando soluções calcadas na ética e na sinceridade de seus sentimentos...

Adivinha o que eles fazem? Política! Quando dizemos política, não nos referimos as "politicagens" que o brasileiro está acostumado. Falamos da arte de aproximar os antagonistas.

Exaltamos a ciência do agir para a coletividade. Esta ação espiritual reflete diretamente em nós médiuns e simpatizantes da Umbanda. Precisamos, cada vez mais, estar cônscios sobre nossas responsabilidades perante a sociedade em todas as áreas do saber.

O verdadeiro terreiro de Umbanda é o nosso planeta Terra. Os pontos de firmeza são os sítios vibratórios da natureza que nos cerca. O congá éformado por todos os corações bem intencionados e voltados para o bem da humanidade.

O movimento umbandista é um grande pano de fundo utilizado pelos nossos maiorais sidéreos para a definitiva instalação da Paz e o Amor.

(mensagem enviada para as listas através do e-mail oficial do CONUB em 22/10/2006)