quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Já dizia o Caboclo: Trabalho é remédio

Aranauan, Saravá meus irmãos planetários,

Se por um lado temos plena confiança na Banda pelo exposto em nosso último texto, por outro sabemos das dificuldades que todos nós passamos. Sejam agressões verbais ou físicas, fruto direto da intolerância religiosa histórica que sofremos, sejam algumas disputas internas da nossa religião, onde na maioria dos casos os interesses são claramente econômicos e/ou político-eleitoreiros.

Este ano então temos um processo complexo de eleição para diversos cargos tanto no executivo quanto no legislativo. De forma repentina observaremos inúmeros candidatos evocando a posição de defensores das religiões Afro-brasileiras, condicionando a ampliação do seu trabalho salvacionista ao voto para elegê-lo no cargo pleiteado.

Nós que estamos em listas de discussão, confiantes no poder do diálogo com irmãos de outros terreiros ou Escolas, precisamos abrir os olhos da nossa comunidade. Apresentar os fatos como eles são. Se condicionarem seus votos a uma ajuda pontual ou benefício que privilegie um grupo em detrimento da totalidade, naturalmente estarão mantendo o status quo, relegando as religiões afro-brasileiras à massa de manobra.

Nossos ritos são poderosas ferramentas de mobilização e esclarecimento comunitário. Façamos um bom uso deles e sejamos firmes na idéia de nos aproximar, mesmo que soframos ataques de grupos isolados dentro da Banda. Mais do que sugerir, gostaria de clarear o exposto com um exemplo. Trata-se de um fato lamentável, mas que com a cobertura do Astral foi satisfatoriamente resolvido.

A AUEESP, entidade discutida longamente nas listas nos últimos meses e que foi fundada pelo Rubens Saraceni, entrou com uma ação judicial contra o Pai Rivas por discordar de posicionamentos doutrinários da Escola Esotérica. O juiz de direito que julgou e publicou a sentença considerou o mérito improcedente. O embasamento trazido pelo juiz foi cristalino. A obra escrita por Pai Rivas não é ofensiva à Umbanda e no campo religioso é permitido a percepção de diversas verdades, o que não se dá de igual forma com os enunciados científicos. O processo de número 583.00.2008.206802-0 pode ser acessado na íntegra através do link mencionado no pronunciamento (acesse aqui: mms://wm01.mediaservices.ws/ftu12-ondemand/FTU_Pronunciamento_41_2.wmv)

Ou seja, falamos tanto em respeito à diversidade de formas de conceber e exercitar o contato com o Sagrado e ainda observamos atitudes como esta. Em vez de um órgão que se julga representante da Umbanda buscar o diálogo aproximando as Escolas Umbandistas, o mesmo faz uso da justiça para mover ações contra um sacerdote que durante 5 décadas trabalhou e trabalha pela e para a Umbanda. Por que não direcionar esta força para combater a intolerância religiosa com ações afirmativas? Por que não buscar uma forma inteligente de reverter a exposição negativa que sofremos diariamente na mídia?

Nossa tarefa, de fato, é grande e se nos mobilizarmos para este trabalho coletivo certamente alcançaremos nossos objetivos espirituais com maior eficiência e eficácia. Vamos trabalhar?

Aranauan, Saravá Fraternal,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

2 comentários:

  1. João Luiz,

    Vamos Trabalhar.... e muito .... fica muito difícil cobrar o respeito a diversidade por parte de outras religiões se nós mesmos estamos, muitas vezes, lutando contra a verdade dos outros Umbandistas.

    Sigamos lutando e defendendo o direito de todos.... e parafraseando o caboclo: O Trabalho é uma Benção ..... só chega a quem está preparado.

    Um grande abraço,

    ResponderExcluir
  2. Aranauan, Saravá Freitas!

    Concordo com você meu amigo. Continuemos firme na labuta!

    Saravá!

    ResponderExcluir