terça-feira, 3 de maio de 2011

Cosmovisão das Religiões Afro-brasileiras na ANPTECRE: Uma vitória!

Aranauan, Saravá, Axé!


É com imensa satisfação que li as palavras de Pai Rivas em seu twitter –http://twitter.com/rivasneto sobre minha participação no 3º Congresso Nacional da ANPTECRE – Associação dos Programas de Pós-graduação em Teologia e Ciências da Religião. Além de ser uma satisfação pessoal ler o que li de meu Pai, chamo a atenção para o aspecto principal reforçado por Ele. Falamos sobre as Religiões Afro-brasileiras, valorizando-as na Academia.

Nossa fala intitulada "Cosmovisão das Religiões Afro-brasileiras e Cosmologia: possibilidades de diálogo em F. Rivas Neto" apresentou como a Ciência encara questões básicas do Universo e do Ser Humano interfaceando a visão própria das Religiões Afro-brasileiras na leitura e principalmente vivência sacerdotal de F. Rivas Neto (Pai Rivas).


Este material foi aprovado e publicado nos Anais do 3º Congresso já impresso e divulgado para todos os presentes. Certamente nós das Religiões Afro-brasileiras marcamos a história acadêmica e isto nos enche de satisfação. Não pelo nosso nome, mas por uma instituição acadêmica que engloba uma maioria (para não dizer sua totalidade) de cientistas da religião e teólogos cristãos reconhecer a força e profundidade do discurso de um sacerdote das Religiões Afro-brasileiras, no caso Pai Rivas, na direção de compreender problemas críticos das ciências naturais.


Nossa fala que foi ao público especializado presente hoje na ANPTECRE e teve como localidade física a MACKENZIE, faculdade presbítera, com a organização conjunta da PUC-SP, católica, e UMESP, metodista, abre campo para que os acadêmicos nos olhem com mais atenção. Não somos folks, exóticos, excêntricos, mas sim autênticos. Nossa identidade é diferente da convencional porque não queremos defini-la pela exclusão dos outros, aliás não queremos nos definir. Queremos viver o que somos. Sermos nós mesmos, nas palavras de Pai Rivas.


Portanto, a Academia pode dialogar conosco das Religiões Afro-brasileiras não só para servir como estatística de teorias mirabolantes, mas para enfrentarmos juntos questões importantes da sociedade, cultura, política, economia e, principalmente, sobres os aspectos espirituais. Esta aplicação da teoria desenvolvida por Pai Rivas nas Religiões Afro-brasileiras é uma das imensas possibilidades de diálogo.

Agradeço ao Astral pela cobertura, aos irmãos de santé da Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino e aos irmãos planetários das Religiões Afro-brasileiras como um todo. Também não poderia deixar de lembrar o quanto a FTU foi e é importante na abertura deste processo de diálogo com a sociedade civil e com a comunidade acadêmica.


Citei meu Pai e não poderia deixar de encerrar sem agradecê-Lo. Primeiro pela minha vida como um todo. Aprendi a viver melhor, simplesmente procurando ser quem sou. Este é o estilo de vida do povo do santo, como ouvi Dele recentemente no rito. Segundo por acreditar em mim e mostrar que na Ciência também é possível vivenciar o Espiritual.  Sou hoje pesquisador acadêmico porque Pai Rivas encontrou em mim forças que nem mesmo eu conhecia.


Saí das ciências "capitalistas" e penetrei na Filosofia e agora Ciência da Religião utilizando basicamente aquilo que vi Pai Rivas expressar como sacerdote-médico, ou seja, a não-fragmentação dos saberes. Iniciação é conhecer a si e todas as coisas de forma integral. Em suma, com Pai Rivas conheci e penetrei na Academia começando pelo Terreiro. Continuando, sempre com o Mestre, pretendo penetrar em mim mesmo cada vez mais...


A todo filho de pemba, hoje é dia de celebração. Nós que somos do terreiro temos definitivamente voz e vez na comunidade produtora de conhecimento. Mas o trabalho não acabou, está só no início. Vamos continuar caminhando com outras religiões, filosofia, arte e ciência pelos pontos de diálogo. E deixa a Gira girar!


Aranauan, Saravá Fraternal,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

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