Aranauan, Saravá, Axé!
Meus irmãos planetários. Com grande felicidade divulgo as palavras do Pai Rivas registradas em seu twitter – http://twitter.com/rivasneto. Na oportunidade em questão, foi comentada a entrada da sua filha espiritual Yacyrê – teóloga com ênfase nas Religiões Afro-brasileiras e professora da FTU – no programa de Mestrado em Ciências Humanas e Sociais da UFABC (Universidade Federal do ABC).
Gostaria de destacar alguns pontos simbólicos desta conquista individual da Yacyrê, porém que também é coletiva e espiritual na justa medida em que insere ainda mais o povo no santo nos pólos de discussão na esfera pública por excelência, ou seja, as universidades públicas.
Primeiro que a nossa irmã de santé vem e é do terreiro. Conquistou predicados importantes para adentrar o mundo acadêmico graças aos ensinamentos de seu Pai Espiritual, seu Mestre que sempre a estimulou por meios éticos e verdadeiros. Dentro do terreiro Pai Rivas despertou o interesse dela em aprofundar sua iniciação na academia como outra forma de concretização do Sagrado e não algo estranho ao mesmo.
Aqui entra o segundo ponto. Por meio deste estímulo anteriormente citado e em sendo umbandista ou adepta das Religiões Afro-brasileiras, como queiram, entrou na primeira Faculdade de Teologia Umbandista do mundo que oferece um curso de bacharelado de Teologia com ênfase nas Religiões Afro-brasileiras. No final do ano passado conquistou o diploma da FTU e compôs a primeira turma de teólogos das Religiões Afro-brasileiras da história, sendo o mesmo diploma emitido pela FTU e chancelado pelo MEC.
Marcado por uma religião cívica que é o Cristianismo, suas dificuldades não foram poucas. Como as denominações cristãs utilizam a teologia como parte da formação sacerdotal e estes na igreja católica são todos homens e em outros setores são a maioria, ela, ao lado de outras aguerridas trabalhadoras da nossa religião, também marcou história por ser teólogA.
O último ponto é o curso que a Yacyrê entrou. Um curso multidisciplinar em uma instituição de referência no país que é a Federal do ABC. Sua formação acadêmica, tenho certeza, permitirá discutir questões humanas, portanto sociais, em níveis diferentes e mais profundos do habitual quando contempla a visão também desde dentro da Religião. De igual maneira, as contribuições que receberá dos nobres professores e discentes de lá serão importantíssimas para, em contínua mudança, aprimorarmos o conteúdo oferecido aos alunos da FTU.
Finalizando, sem o intuito de encerrar o assunto, Yacyrê: você provou o porquê de não sermos cultura de periferia. Não saímos do terreiro de nosso Pai para entrar na Academia. Muito pelo contrário, foi por meio das orientações Dele, por causa da nossa Tradição Oral e da nossa Raiz que nósconseguimos estar hoje pesquisando em instituições de alto nível acadêmico. Mas permita dizer que você foi além, pois entrou num curso de pós-graduação stricto senso portando um diploma confessional das Religiões Afro-brasileiras.
Você não escondeu sua condição, você "escancarou" que seu estilo de vida é o das Religiões Afro-brasileiras. Minha irmã, talvez nós não tenhamos a exata noção da importância desta conquista. Contudo, afirmo com convicção: como discípula do Pai Rivas, como adepta das Religiões Afro-brasileiras e acadêmica formada em Teologia destas mesmas Religiões Afro-brasileiras, este feito é histórico.
Paóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóó
Aranauan, Saravá Fraternal,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)
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