Aranauan, Saravá, Axé!
Estamos acompanhando o twitter do Pai Rivas (http://twitter.com/rivasneto) e hoje foram publicadas ideias importantes as quais tivemos a felicidade de conversar pessoalmente com nosso Pai e gostaríamos de refleti-las em comunidade.
Pai Rivas expõe que ao fundar a Faculdade de Teologia Umbandista optou por trabalhar a Teologia como um saber que não privilegia a Ciência em detrimento à Religião e muito menos o contrário. Procura sim ser a própria interface entre ambas, aliás, não é de hoje que assistimos em seus vídeos falar sobre os dois "braços" da Teologia: conhecimento religioso e conhecimento científico, sendo que a FTU procura unir ambos saberes no intuito de promover uma convivência pacífica e, mais do que isto, a própria Convergência.
Todos que nos lêem vão concordar que é um conceito muito interessante, mas é viável? Acreditamos que esta pergunta seja fundamental, pois se ficarmos apenas nos planos das ideias, as mesmas nunca sairão do papel. E como os Sacerdotes sérios não possuem as mãos vazias... Vamos aos fatos.
Primeiro ao conceituar a Faculdade como Terreiro na Academia ou Academia no Terreiro. No instante em que Pai Rivas opta por algo como uma definição "indefinida", acompanha Heisenberg na teoria da incerteza. Evita uma perspectiva dogmática, pois não está aceitando um "lado" como referência, mas todos (terreiro e academia) possuem igual importância sem ser a mesma coisa. Também é uma ideia imparcial, tão cara as Ciências nas mais variadas disciplinas, e que exercita a alteridade, um outro real que é tão importante para as mais diferentes religiões do nosso planeta.
Também encontramos nas atividades da FTU um exemplo vivo e constante do exposto. Vejamos o lançamento do primeiro curso lato sensu de Teologia com ênfase nas Religiões Afro-Brasileiras. Este curso valoriza tanto o que aprendemos no terreiro, por meio da vivência sacerdotal, quanto as práticas de excelência acadêmica, fazendo uso de um modelo consagrado de aprendizado – o curso de especialização.
A Tradição Oral é um elemento fundamental para as Religiões Afro-brasileiras, mas infelizmente ela sofre muito preconceito na sociedade. Pai Rivas quando funda a FTU não quer manter a lógica de tradição escrita no centro do poder e a tradição oral na periferia, mas também não pretende inverter a referida relação. Busca colocar ambas em um mesmo patamar respeitando as suas diferenças (são métodos distintos), fazendo a interface tal e qual ocorre na relação religião/ciência.
Aranauan, Saravá, Axé,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)
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