quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Viva a Tradição!

Aranauan, Saravá, Axé!

Na publicação do Blog Espiritualidade e Ciência de hoje (http://sacerdotemedico.blogspot.com.br/2013/01/ww-da-matta-e-silva-o-pioneiro-em.html), Pai Rivas fala de uma importante aproximação entre a Umbanda Esotérica e demais Umbandas, e a Jurema e demais Encantarias na figura do próprio Mestre Yapacany, nosso avô de santé W. W. da Matta e Silva.  Esse processo por si só é maravilhoso, afinal as evidências do culto da Umbanda Esotérica vis-à-vis com o Catimbó-Jurema são inúmeras. Mais do que isso, o resgate do passado do vô Matta até chegar ao Rio de Janeiro, passando pelas experiências locais do Xangô do Nordeste e, principalmente, da Jurema é lógico e transparente.

Contudo, essas conclusões só são possíveis por basicamente dois motivos: amadurecimento das vivências nas religiões afro-brasileiras e disposição para o diálogo inclusivo e aberto.

Quanto ao primeiro fato, os meus irmãos de santo e a comunidade que acorre ao terreiro consegue vivenciar no dia-a-dia da Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino essas várias linguagens. Participamos ativamente de ritos conduzidos pelo Pai Rivas de Umbanda Esotérica e Encantaria. Por esse exato motivo, naturalmente, quando Pai Rivas fala sobre aproximação de ritos que originalmente eram praticados em lugares e contextos distintos, fica muito mais fácil perceber. Afinal, nós estamos nesses ritos hoje em dia, com os pés descalços e o coração aberto para receber e distribuir as bênçãos do Astral, sejam dos 7 Reinos da Jurema, sejam das 7 linhas de Umbanda.

Sobre o diálogo, precisamos fazer alguns apontamentos justos e importantes. As Religiões Afro-brasileiras são pela inclusão total e, por esse igual motivo, recebe a tudo e a todos.

Não é por menos que, na academia, é possível ler a pesquisa de alguns renomados professores que observaram a criação de novos cultos sem o menor fundamento ou formação de sacerdotes calcados em processos totalmente distantes do terreiro. Isso sem falar da ação de alguns em estimular a concorrência interna nas religiões afro-brasileiras para que verdadeiros feudos sejam fixados e alguns poucos indivíduos possam controlar o seu rebanho. Com essa perseguição pelo poder, resta agir para transformar a qualquer custo o seu culto em o melhor (hegemonia) e, muitas vezes, também a referência única para todos os demais terreiros (homogeneização).

A correta observação exposta pelos acadêmicos em nada se aproxima dos pais e mães de santo que de forma ética e digna conduzem suas comunidades rumo à Espiritualidade.

Só posso falar de exemplos que vivo, então cito os conteúdos disponibilizados pelo Blog do Pai Rivas, pela FTU e pelo próprio terreiro da OICD. Tais informações estão e são desprovidas desses elementos registrados pelos acadêmicos.

Afinal, Pai Rivas se sente muito confortável e livre para discutir essas várias linguagens das religiões afro-brasileiras porque, primeiro, passou por elas em anos de Iniciação. Só ritualiza o que sabe e só sabe, pois passou pela mão de verdadeiros Mestres em várias das Escolas das Religiões Afro-brasileiras. Segundo, porque não está interessado em privilegiar (e muito menos desprestigiar) uma escola ou um terreiro mediante o conjunto das religiões afro-brasileiras. Pelo contrário, ressalta a importância de todas. Todas as Escolas, todos os terreiros são igualmente importantes. Possuem funções específicas (diversidade) de acordo com as orientações do Astral. Quando cita as Encantarias, fala do que conhece, viveu e vive. Quando fala das Umbandas, idem. Quando fala da aproximação dessas Escolas, assim procede porque propicia isso em seu terreiro para todos os seus filhos espirituais e a comunidade que se afiniza com esse trabalho.

Aí está a força de um trabalho iniciado pelo seu Pai (W. W. da Matta e Silva) e vivo e redivivo no Filho (F. Rivas Neto), tal e qual reza a Tradição.


Aranauan, Saravá, Axé,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)


 
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