Aranauan, Saravá, Axé,
Hoje acordei com muita vontade de escrever sobre a inauguração da Casa Branca da Cura e do Destino de Okamaraguaçushaman (ou Ilê Funfun Awô Oxoôgun), em Itanhaém. Só agora consegui pegar meu computador para escrever e, com grande alegria li as lindas palavras de meus irmãos de santé: Ygbere e Yacyrê.
Acompanho meus irmãos na alegria de ver mais uma casa de Pai Rivas aberta. Essa casa concretiza novos momentos, novas possibilidades de uma mesma tradição. Essa tradição que apresenta, entre outras importantes questões, o resgate da escola primeva de Ifá que fazia uso de uma escrita sagrado, a escrita secreta dos babalawos. Quem acompanha o blog do Pai Rivas sabe com clareza sobre o que estamos falando.
Nosso avô de santé e agora o nosso pai espiritual levam a frente esse fundamento concretizado em toda a história da OICD, mas especialmente marcado na Casa Branca inaugurada ontem. Claro que se meu Pai não apresentou ainda para o público geral detalhes dessa casa, confesso que me calarei quanto a esse aspecto.
Mas todos os meus irmãos, filhos espirituais de Pai Rivas e legítimos netos espirituais de W. W. da Matta e Silva viram, ouviram, viveram e ritualizaram esse marco histórico em nossa caminhada iniciática. A casa está plenamente ativa e outros ritos serão lá processados. Tenho certeza que todos afinizados com essa escola de iniciação terão oportunidade de conhecê-la in loco. Mas a inauguração não. Isso só acontece uma vez na vida de um templo e, sinceramente, sinto-me honrado em participar desse momento ímpar.
Durante o rito na Casa Branca tivemos a alegria de ouvir mais e mais histórias da convivência de dois babalawos: Pai Rivas e Vô Matta e Silva. Pai Rivas conta detalhes daqueles momentos com clareza, riqueza de informações e sempre, sempre, muita alegria nos olhos e na alma. Contudo, em nada se compara com a felicidade de ter conhecido Ele. Daqueles que são filhos espirituais de Pai Rivas, poucos conseguiram ter algum contato direto com o vô. Todos, sem exceção, permanecem ligados ao Pai Rivas como discípulos atuantes na Raiz.
Incontinente, fiz analogia com os atuais momentos. Pai Rivas oferece livros, textos, vídeos e fotos a todo instante sobre as atividades de seus templos, da FTU – faculdade de teologia afro-brasileiras fundada por Ele. Aliás, algo condizente com os avanços da sociedade hodierna. Hoje podemos gravar um rito e publicar imediatamente na rede mundial de computadores, por exemplo. Mesmo assim, nada se compara com a convivência, com a participação ao vivo e em corpo presente nos ritos de meu Mestre.
Na época do vô Matta esses recursos tecnológicos eram infinitamente mais limitados. Computador em massa e internet, nem pensar. Imagina agora as pessoas que não tinham os registros das atividades templárias de W. W. da Matta e Silva e, principalmente, não tiveram a convivência templária com o ilustre Mestre? Como falar agora o que é ou não a vida inciática da umbanda esotérica?
Bem, voltando os momentos memoráveis de convívio com Pai Rivas e meus irmãos na Casa Branca de Okamaraguaçushaman, só tenho a agradecer ao Mestre, ao Astral, a tudo que recebo e sempre recebi Deles. Apenas por seu intermédio, Pai Rivas, tenho condições de adentrar o caminho iniciático aberto no nosso plano pelo vô Matta. Sou feliz por ser discípulo, por ser filho do Senhor e neto de Mestre Yapacany. Peço Sua Benção hoje e sempre.
Aranauan, Saravá, Axé,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)
--Hoje ao acordar pela manhã, fiz um apanhado do dia de ontem e senti novamente uma profunda emoção ao relembrar fatos que nunca sairão de minha lembrança.
Ao ir para o litoral participar da inauguração da Casa Branca de Okamaragaçushaman em Itanhaém, não esperava encontrar tamanha alegria, que não foi só minha mas de todos que lá estiveram. Depois de algumas horas em conversa com nosso mestre , fui conhecer o templo finalizado e para minha surpresa d'alma me vi frente a frente com a grande Casa do Segredo, aquela que por meio do silêncio do espírito nos faz ouvir com os ouvidos astrais, palavras inarticuláveis sobre um tempo tão remoto que com certeza perde-se nas noites do tempo.
Sim meus amigos, lá estava o "som harmonioso do verbo", aquele mesmo que um dia foi impressionar e reverberar nos ouvidos dos grandes taumaturgos do passado e que tinha sido velado e transmitido pelos vermelhos antediluvianos e que entregaram ao povo negro, sua tradição e seus "awos".
Estes sinais foram resgatados por W.W. da Mata e Silva e que revelou parte a todos da religião afro brasileiras por meio do livro Macumbas e Candomblés na Umbanda de 1973.
Hoje dando continuidade a esta escola de saber iniciático, o mestre Arhapiagha - pai Rivas, trás à aqueles que o mundo astral superior designa, a revelação e a iniciação verdadeira destes conceitos perdidos no tempo.
Quando mi vi frente a frente com os assentamentos destinados a Orunmilá Ifá, bem como os sinais de ordens e direitos para o mesmo, minha alma voltou ao passado que não pertence a esta vida e chorei.
A grande obra não se faz de repente, ela é um conjunto de vivências mestre/ discípulo calcada na fidelidade, na responsabilidade e no trabalho diuturno com seu mestre e as entidades que vêm por meio dele, isso tudo meu mestre fez de sobra, pois nunca traiu os preceitos do discipulado e do mestrado, e soube traduzir as atualizações que as religiões afro brasileiras vem pedindo. Hoje e somente hoje, posso ler e entender as obras de nosso mestre e do mestre Yapacani, tudo que vivemos hoje está lá escrito, basta ter olhos para ver e entender que as mudanças são somente movimentos pendulares do centro para periferia e ou vice versa....
A Casa Branca de Okamaragaçushaman está erigida, o astral já a consagrou e é chegado novos tempos, tempos de felicidades e realizações para todos, vamos meus amigos e irmãos, nos imbuir da vontade ferrenha de Ogun para tudo vencer e ao vencer, sejamos Homens melhores no mundo.
Ygbere
Díscipulo de mestre Arhapiagha
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