domingo, 4 de agosto de 2013

Fwd: [apometria_umbanda] CODIFICAÇÃO DISSIMULADA: A TAL "CARTA MAGNA DE UMBANDA"

Axé,

Divulgando em nome da dignidade umbandista!

Aranauan, Saravá, Axé,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

 
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---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Thomé Sabbag Neto <tsabbagneto@yahoo.com.br>
Data: 4 de agosto de 2013 21:36
Assunto: [apometria_umbanda] CODIFICAÇÃO DISSIMULADA: A TAL "CARTA MAGNA DE UMBANDA"
Para: "apometria_umbanda@yahoogrupos.com.br" <apometria_umbanda@yahoogrupos.com.br>


 

Aranauam, Mukuiu, Motumbá, Kolofé, Axé, Saravá!

A incapacidade não só de respeitar, mas até mesmo de sequer ouvir, opiniões diferentes é o sinal mais claro e evidente do autoritarismo hipócrita, presente em grupos pretensamente democráticos. Aparência de democracia não basta, como comprovam os tristes fatos ocorridos, hoje, no 3º Seminário Paranaense "Cultura e Cidadania Umbandista".
 
O evento foi organizado e realizado pelas seguintes instituições: FUEP (Federação Umbandista do Estado do Paraná), representada por seu Diretor-Presidente e Diretor-Administrativo (respectivamente Paulo Tharcicio Motta Vieira e Marco Aurélio Gomes Boeing); MPU (Movimento Político Umbandista) e PHS (Partido Humanista da Solidariedade), centralizados na pessoa de Pai Ortiz Belo, de São Paulo.
 
A proposta desse 3º Seminário foi o de discutir a realização de um "Congresso Nacional de Umbanda pela Renovação", que visa à promulgação de uma tal "Carta Magna de Umbanda" para fixar o que está sendo denominado de "princípios fundadores da Umbanda" (?!) e até mesmo a definir o que é e o que não é Umbanda.
 
Embora no site desse movimento seja garantido que não se trata de uma proposta codificadora e que "todas as vertentes" serão respeitadas, vários trechos contradizem isso, tais como: "normatizações", "posicionamento único", "pensamento único", "normatizar uma base", "identidade única". É muito "único" para que se possa falar, genuinamente, em diversidade.
 
Por isso, mesmo estranhando muito o fato de um partido político (PHS) estar envolvido nesse movimento, compareci ao Seminário e formulei as perguntas que transcreverei abaixo.
 
O debate seguiu com perguntas e respostas, sempre evasivas, até que alguém perguntou qual era o método que a organização do tal Congresso irá empregar para que todos os pais-de-santo sejam convidados ao debate.
 
Responderam expressamente que não o farão, alegando que "quem cala consente".
 
Então, pedi a palavra para dizer que essa dificuldade, de ordem logística, nada mais era do que um sinal evidente da ilegitimidade desse movimento para determinar o que é e o que não é Umbanda, diante do fato de que a parte não pode legislar para o todo.
 
ENTÃO, O MICROFONE FOI ABRUPTAMENTE TIRADO DA MINHA MÃO PELO DIRETOR-PRESIDENTE DA FUEP, QUE ME IMPEDIU DE CONTINUAR FAZENDO O USO DA PALAVRA, PELO QUE FALEI DE PÚBLICO QUE ME RETIRARIA DAQUELE ESPAÇO, POIS ELE HAVIA EVIDENCIADO O SEU CARÁTER AUTORITÁRIO E ANTI-DEMOCRÁTICO.
 
Nesse momento, alguém do público gritou: "Democracia!".
 
Ironicamente, o Diretor-Presidente disse que eu deveria ser aplaudido e insinuou que eu só me retirei do anfiteatro por não admitir ser contrariado e não saber debater, como se não tivesse sido precisamente ele – e apenas ele! – quem violou as regras mais elementares de qualquer debate verdadeiro, principalmente a mais elementar de todas: pelo menos ouvir o que o interlocutor tem a dizer.
 
Como é possível esperar que pessoas assim respeitem mesmo a diversidade de práticas rito-litúrgicas na Umbanda, como cinicamente nos asseguram, se não capazes nem mesmo de respeitar – e nem sequer ouvir – a opinião de um sacerdote umbandista? Seria ingenuidade demais. Fiquemos alertas.

Thomé Sabbag Neto (Itarayara)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

PERGUNTAS QUE FORMULEI:
 
1. Mesmo que seja possível discutir se Zélio de Moraes efetivamente fundou a Umbanda ou apenas a anunciou (o que, aliás, é feito na academia), quero partir aqui da premissa de que, de fato, ele a fundou. Partindo dessa premissa, das duas uma: a) ou ele estabeleceu pontos fixos de doutrina e de rito-liturgia; b) ou ele não os estabeleceu. Se estabeleceu, é desnecessário fazê-lo agora. Se não estabeleceu, é ilegítimo fazê-lo, pois se nem mesmo o fundador da religião o fez, como poderíamos nós fazê-lo? Portanto, gostaria de ouvir dos ilustres representantes da mesa a sua opinião a respeito desse argumento, ou seja, de que a fixação de "princípios fundadores" é desnecessária ou ilegítima.
2. Embora, no site desse movimento, os senhores digam que todas as vertentes serão respeitadas e que não haverá intromissão em pontos de doutrina e de rito-liturgia, é óbvio que vários pontos dos chamados "princípios fundadores" são sim de ordem doutrinária e rito-litúrgica. A crença de que Oxalá é Jesus Cristo é um ponto de doutrina, obviamente. O sacrifício animal é um processo rito-litúrgico com toda evidência. Gostaria de ouvir da mesa se esses temas, tais como sacrifício animal e cobrança de salva são ou não de cunho rito-litúrgico. Se são, eles serão abordados na Carta Magna mesmo assim?
3. Se forem excluídos da Umbanda o sacrifício animal e a cobrança de salva, por que não excluir também outros procedimentos não adotados pela Escola de Zélio de Moraes, como o "Obi" – utilizado em muitos Terreiros, inclusive de muitos sacerdotes aqui presentes – ou o próprio "Atabaque" – utilizado em praticamente TODOS os Terreiros do Brasil? Isso não se trata de exclusão seletiva e arbitrária de fundamentos rito-litúrgicos?
4. Por fim, qual é a legitimidade desse espaço para "normatizar" os tais "princípios fundadores" da Umbanda? Como pode a parte pretender falar em nome do todo e impor a ele a sua visão específica das coisas, mesmo que seja somente a respeito de "princípios fundadores"? Será que esse Congresso terá legitimidade para "legislar" sobre Umbanda?

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Atividade nos últimos dias:
Umbanda: Uma forma inteligente e espiritualizada de se bem viver
por Pai Rivas
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