quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Tradição e Ética

Aranauan, Saravá, Axé!
O vídeo postado no Blog Espiritualidade e Ciência de hoje é paradigmático. 13 minutos de transparência e ética sacerdotal. Sinceramente, minhas palavras não são suficientes para externar a importância do vídeo, mas gostaria de tocar dois pontos de interesse para a coletividade.
O primeiro é sobre a própria Tradição. O importante filósofo alemão Jürgen Habermas lembra que a melhor maneira de uma língua morrer na história é mantê-la intacta. Ou seja, tentar frear as mudanças naturais que a cultura e a sociedade impõem no espaço-tempo. A língua transmite as ideias de uma comunidade.
O mesmo acontece com a tradição religiosa. O culto, o rito, os fundamentos espirituais são meios de o Astral Superior transmitir seus ensinamentos para todos nós. Natural, que este processo se renove com o passar do tempo sem perder o fio condutor. A essência (o núcleo duro) continua intacta e o Mestre-Raiz acobertado e chancelado pelos seus Ancestrais desenvolve maneiras adequadas de transmiti-la.
Sendo assim, natural que Pai Rivas ao assumir a Raiz de Guiné jamais externaria práticas fundamentalistas ou ortodoxas. E, certamente, o Vô Matta, bem como Pai Guiné, sabiam disso ao passar o comando vibratório da Raiz para seu Discípulo. Contudo, gostaria de testemunhar algo hodierno.
Como discípulo direto de Pai Rivas, afirmo que ao me mostrar a diversidade das Religiões Afro-brasileiras de forma teórica e prática, vivenciada, ritualizada e introjetada, "Umbanda de Todos Nós" e "Macumbas e Candomblés na Umbanda" não ficam paradas na minha estante de livros. Esses fundamentos, renovados, tornaram-se norteadores do meu estilo de vida. Devo isso ao meu Pai Espiritual. Axé Babá Mi!
Por falar em estilo de vida, tocamos novamente a questão da ética. Pai Rivas, em outro momento do vídeo, esclarece a maneira de tratar aqueles discípulos de outros mestres, irmãos de Raiz, que O procuram. Eu mesmo vi in loco o que foi relatado no vídeo. O Mestre sempre recebe a todos. Ouve pacientemente o que querem dizer. Se, por qualquer motivo, começam a falar mal do seu antigo pai ou mãe de santo, ao mesmo tempo em que – invariavelmente – tentam bajular (cego, guia de cegos... Acham mesmo que podem convencer o Mestre pela tola vaidade tsc tsc tsc), Pai Rivas orienta a voltar ao seu mestre e resolver suas questões com ele. Afinal, o "discípulo" (será mesmo que ainda é?!) deu sua cabeça para seu pai de santo e agora quer ser mais do que ele procurando outro mestre?
Tal postura do Pai Rivas é reflexo do exemplo do Vô Matta. A Raiz é uma só. E por mais que mudanças no método existam, a essência ética sempre foi, é e será a mesma. Isso é uma Linhagem. Natural que os outros irmãos de Pai Rivas, Iniciados pelo mesmo Mestre atuem no mesmo sentido. Somos uma única família de santo. Não poderia ser diferente. Agora, se esqueceram do seu Mestre e seus ensinamentos... Aí, meu caro, é outra história...
ps: vídeo em http://sacerdotemedico.blogspot.com.br/2013/08/religioes-afro-brasileiras-ha-mestres-e.html


Aranauan, Saravá, Axé,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)


 
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