quarta-feira, 13 de maio de 2009

A origem das Escolas Umbandistas e suas aplicações práticas





Um dos conceitos que melhor conseguiu expressar a diversidade umbandista é certamente o de “Escolas”, tal qual cunhado por Pai Rivas, sacerdote com quatro décadas de experiência e reitor da FTU(Faculdade de Teologia Umbandista).

Escola Umbandista é uma forma de compreender e vivenciar o Sagrado. Cada Escola é formada por um conjunto de conhecimento (Epistemologia), uma conduta (Ética) e uma forma de transmissão destes dois últimos (Metodologia). Mas como surgiram as primeiras Escolas Umbandistas?

Para responder esta pergunta, a FTU nos remete as três matrizes formadoras do nosso povo: português (europeu), o indío (autóctone brasileiro) e o negro(africano). Essas três matrizes são as Escolas primordiais da Umbanda. Através do processo sincrético conhecido por todos nós no Brasil surgiram novas releituras, verdadeiras relaborações que deram origem a todas as Escolas Umbandistas hoje existentes. Por isso que é comum afirmamos que um terreiro possui mais características dos cultos afros outros da pajelança indígena e ainda outros mais com os cultos católicos e “kardecistas”.

Esta compreensão profunda sobre o movimento umbandista é fruto de muitos anos de prática e estudo da Escola de Síntese, fundada e conduzida por Pai Rivas(Mestre Arhapiagha). Podemos entender isto de uma forma simples, mas não menos importante, ao compararmos cada cor com uma Escola de Umbanda.

Suponhamos que a Escola Esotérica, iniciada por Pai Matta(Mestre Yapacany), seja a cor verde. Estar cor é belíssima, mas não é superior ou inferior quando apreciamos outras cores. Algumas pessoas podem até preferir esta cor, mas em nada invalida as demais.

Assim existem irmãos que por falta dessa visão de todas as cores, ou seja do todo, não compreendem o atual trabalho desenvolvido por Pai Rivas quando no início do terceiro milênio instituiu sete ritos diferenciados e representativos da Umbanda como um todo.

Este trabalho foi ampliado originando a FTU e o Centro de Cultura Viva das Tradições Afro-brasileiras. Mesmo vivenciando e explicando a importância de todas as cores, Pai Rivas não descaracterizou o verde. Dito de outra forma, ao buscar a Convergência entre as diferentes Escolas a Umbanda Esotérica não foi negada, mas de fato ampliou as possibilidades de construção de uma Umbanda de Todos Nós, a Proto-Síntese Cósmica.

Utilizamos a palavra “possibilidades” e a mesma é muito pertinente ao se tratar de Movimento Umbandista. Suas Escolas permitem várias percepções da realidade que marcham de forma irrefutável para a Realidade última e Absoluta que é o Espírito. Nesta abordagem surgem os variados ângulos de interpretações de cada umbandista, fruto direto de suas experiências na atual e pregressas encarnações que originam as múltiplas afinidades.

Com um modelo tão inteligente, inclusivo e abrangente, como poderíamos pensar em codificação? Codificar é engessar, limitar este movimento. Dada a manifestação e manutenção da Umbanda através de formas coletivas de expressão, para codificar a Umbanda invariavelmente seria necessário codificar cada um de nós.

Neste sentido ousamos afirmar que as Escolas “umbandizam” seus filhos de fé, enquanto a codificação “robotizam” nossos pensamentos, sentimentos e ações. Nas palavras de Pai Rivas: "A Umbanda vive da diversidade, na diversidade, com a diversidade. A Umbanda é a própria diversidade"

2 comentários:

  1. O seu blogue está devidamente linkado ao nosso, em nome do Senhor!

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  2. Aranauan Mestre Obashanan!

    Obrigado pelo carinho de sempre, viu? Vamos intensificar a divulgação de ambos os blogues!

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