sexta-feira, 10 de junho de 2011

Não somos cultura de periferia!

Aranauan, Saravá, Axé!

São tantas as informações importantes para as Religiões Afro-brasileiras. Isto é maravilhoso! Com esta imensa e representativa quantidade de boas notícias, não comentamos um vídeo que para mim será paradigmático nas discussões sobre a nossa religião. Trata-se do vídeo: Religiões Afro-brasileiras: cultura de periferia é manutenção da miséria publicado no blog "Espiritualidade e Ciência" (http://espiritualidadeciencia.wordpress.com) e que está também disponível no canal do Youtube do Pai Rivas – http://www.youtube.com/pairivas#p/u/0/mxfkLC-jV-8.

Com a simplicidade e profundidade que é peculiar ao Pai Rivas, temas críticos são abordados de forma transdisciplinar observando os impactos na sociedade a partir de dicotomias dos aspectos mais abstratos aos mais concretos criadas pelas religiões tradicionais e apropriações modernistas de religiões mais recentes .

Uma destas dicotomias foi posicionar de um lado uma minoria de "privilegiados" como cultura de centro e do outro, permitam-me a redundância, uma enorme e avassaladora maioria como cultura de periferia. Claro está que as Religiões Afro-brasileiras foram e infelizmente ainda são taxadas como cultura de periferia, ou seja, estariam excluídas do centro irradiador de poder e decisão da nossa sociedade.

Afirmo estariam, pois elas de fato não estão mais. Com o advento da FTU (Faculdade de Teologia Umbandista), primeira instituição de ensino superior confessional do povo do santo e que foi autorizado e credenciado pelo MEC (Ministério da Educação) para formar bacharéis em teologia com ênfase nas Religiões Afro-brasileiras, ocupamos um espaço importante neste centro de poder. Não foi um processo de inclusão superficial, pois a porta de entrada escolhida pelo Astral e concretizada pelo Pai Rivas ao fundar a faculdade foi a Educação e, uma vez nela, a Teologia.

Percebam meus irmãos que a FTU não surgiu para criar uma linguagem própria, etnocêntrica das Religiões Afro-brasileiras reproduzindo uma lógica do opressor/oprimido. Pelo contrário, ela nasce para dar condições do adepto da nossa religião expressar sua cosmovisão, sua visão de mundo, respeitando a diversidade inerente e igualmente importante para as Religiões Afro-brasileiras neste centro de poder.

Ou seja, como diz Pai Rivas, oscilando entre a periferia e o centro, a FTU carrega para o centro todos os excluídos. E o que antes era uma dicotomia entre cultura de centro e cultura de periferia, na religião em primeira instância e em todos os setores de forma gradativa, se transforma em cultura de todos, sem privilegiados ou excluídos.

Muitos outros pontos poderiam ser discutidos aqui. Porém, gostaria de convidar o irmão planetário para assistir o vídeo e gradativamente dialogarmos sobre o exposto. Vamos conversando!



Aranauan, Saravá, Axé,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

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