segunda-feira, 6 de junho de 2011

Uma sacerdotisa-teóloga discutindo na Academia! Outra vitória das Religiões Afro-brasileiras!

Aranauan, Saravá, Axé!

Acabo de ler as palavras do Pai Rivas no twitter – http://twitter.com/rivasneto e gostaria de repercuti-las nas listas de discussão que participamos.

Estivemos no XII Simpósio Nacional da ABHR (Associação Brasileira de História das Religiões), em Juiz de Fora, na UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora). O evento foi do dia 31/05 a 03/06 de 2011. Este ano o XII Simpósio trouxe um tema muito importante: "Experiências e Interpretações do Sagrado: Interfaces entre Saberes Acadêmicos e Religiosos".

Para nossa alegria assistimos com atenção a comunicação da sacerdotisa e teóloga com ênfase nas Religiões Afro-brasileiras Yamaracyê que escreveu em conjunto com a teóloga de mesma ênfase e mestranda da UFABC(Universidade Federal do ABC) Yacyrê. Ambas mulheres e crentes das Religiões Afro-brasileiras, atuantes no terreiro, filhas espirituais do Pai Rivas.

Isto nos enche de alegria. Sim, ficamos orgulhosos por serem nossas irmãs de santé. Mostra a força de uma raiz verdadeira. Recém-diplomadas pela FTU e, em menos de um ano, já estão publicando e comunicando em eventos de referência no nosso país. Mas o que nos deixa mais orgulhoso é que aprenderam no terreiro, com Pai Rivas, a valorizar as Religiões Afro-brasileiras como um todo. Não foram ao púlpito acadêmico para defender causa própria, ou melhor, foram sim. Foram defender causa própria, pois como teólogas formadas na FTU entendem as Religiões Afro-brasileiras como um todo a sua causa própria.

O tema que escolheram para discutir não poderia ser melhor: "A identidade das religiões afro-brasileiras". Falaram com todo rigor acadêmico, mas sem deixar de preencher este continente científico com conteúdo espiritual. Mostrou que temos um discurso forte, pois falamos o que vivenciamos no terreiro. As casas de iniciação das Religiões Afro-brasileiras são sérias, porque são casas de Verdades Espirituais. Não enganam, não praticam charlatanismo com pseudoiniciações. Em nossos ilês, terreiros, roças, choupanas conduzidos por sacerdotes ou sacerdotisas sérios nos conectamos realmente com o Sagrado.

Ao ouvir as palavras da Yamaracyê na ABHR, em pleno território acadêmico outrora tão preconceituso conosco, senti que a honra dos nossos Ancestrais avoengos e Ilustres foi resgatada. Falamos em pé de igualdade com todos os presentes e fortalecemos laços de amizade que hoje nos permite dialogarmos com respeito. A FTU por meio de seus teólogos e corpo docente vem cumprindo com a sua principal tarefa: dar voz e vez para as Religiões Afro-brasileiras nas questões espirituais, culturais, sociais, políticas e econômicas.

Não poderia deixar de encerrar este texto sem antes agradecer ao Pai Rivas pela persistência e convicção nesta proposta pacífica de paz que passa pela Educação, enfim, pela Teologia. Antes, ainda, agradeço pelo Sacerdote de mãos cheias que o Senhor é. Afinal uma boa raiz é (re)conhecida pelos frutos. O que colhi na ABHR certamente é de ótima qualidade. Uma teóloga, sacerdotisa iniciada pelo Pai Rivas que ao receber a palavra fez questão de fortalecer o nosso ethos como algo aberto, inclusivo e interdependente.

Paóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóó!!!


Aranauan, Saravá, Axé,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

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