Aranauan, Saravá, Axé,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)
Aranauan, Saravá, Axé!
Estou acompanhando atentamente o Blog do Congresso de Sacerdotes e fiquei muito feliz ao tomar conhecimento do Fórum Internacional Permanente sobre Diversidade nas Religiões Afro-brasileiras/Afro-americanas.
Trata-se de um espaço privilegiado para discussão sobre diversidade onde todos poderão se manifestar sobre este assunto que servirá, inclusive, como base para a construção do diálogo do III Congresso Internacional de Sacerdotisas e Sacerdotes das Religiões Afro-americanas.
O diálogo que procurarei desenvolver com os irmãos está baseado no que pude conversar com Pai Rivas ao telefone e o vídeo que o mesmo produziu para o Blog como contribuição para discussão do tema diversidade.
Pai Rivas, no vídeo disponibilizado neste link http://religiaoediversidade.blogspot.com/2011/12/contribuicao-do-pai-rivas-para-o-forum.html, nos lembra que a diversidade marca o ethos, a identidade das Religiões Afro-brasileiras, uma vez que ela é fruto de três matrizes (indo-européia, ameríndia e africana) e não apenas uma única. É na maior ou menor porção destas três que também o nosso povo brasileiro surge. Esta diversidade também pode ser constatada na simples e igualmente profunda frase de meu Pai: "Se os nossos Orixás são diferentes, por que os nossos cultos não podem ser diferentes?".
Isto me faz compreender quando meu Pai coloca a necessidade de reflexão e iniciar um salutar costume de aceitar a diversidade. Faz todo sentido, uma vez que nascemos e vivenciamos ela! Contudo, esta compreensão é recente, pois – como exemplo – até pouco tempo observávamos a infindável discussão sobre qual Umbanda é melhor, qual Umbanda veio primeiro, qual Umbanda é a referência... Todas as Umbandas são boas, todas as Religiões Afro-brasileiras/Afro-americanas são igualmente boas.
Retomo a linha de raciocínio do Pai Rivas. É possível achar um Orixá melhor que o outro? Ogum é melhor que Xangô ou este melhor que Oxóssi? É claro que não! Então, por que insistir na tentativa de criar uma relação de supremacia de uma forma de religião afro-brasileira em detrimento de outra? Isto é contra a diversidade e a favor da desigualdade que gera exclusão nos vários níveis, inclusive social. É evidente que se trata de algo extemporâneo, anacrônico.
Temos, todos nós que somos do povo do santo, condições e maturidade de vivenciar o respeito incondicional à diversidade. Adotarmos a linguagem religiosa que mais nos fala à alma, sem desmerecer outra linguagem religiosa que é preferida por um irmão de outra Tradição.
Por falar em Tradição, ela está na nossa Raiz como bem foi posto no vídeo. A Raiz necessita de um transmissor, Pai/Mãe de santo ou Mestre de Iniciação, e este forma uma linhagem. Neste processo inteligente e espiritualizado se formam as várias raízes que recebem a menor ou maior influência das três matrizes formadoras do povo brasileiro. Portanto, somos a própria diversidade.
Neste sentido é que nasce o Fórum Internacional Permanente sobre Diversidade nas Religiões Afro-brasileiras/Afro-americanas. Onde todos podem participar com igualdade de condições respeitando as diferentes opiniões. Vamos tratar de diversidade praticando-a! Este espaço do Blog é uma ótima oportunidade para isto. Não deixe de participar. Acesse: http://religiaoediversidade.blogspot.com e vamos dialogar!
Ps: Todas as contribuições dos sacerdotes em formato de vídeo serão publicadas no Fórum e as principais, após análise dos pareceristas, serão utilizadas para compor as mesas no III Congresso Internacional de Sacerdotisas e Sacerdotes das Religiões Afro-americanas a ser realizado na FTU em 27/10/2012.
Aranauan, Saravá, Axé,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)Clique na imagem e conheça o site da FTU
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