quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Se o Axé é coletivo, como pensar de maneira neoliberal?

Aranauan, Saravá, Axé,


Não comentei antes o vídeo, pois não tinha assistido. Contudo, após observar atentamente o vídeo "Religiões Afro-brasileiras-Ethos e Política" disponível no Blog Espiritualidade e Ciência (http://sacerdotemedico.blogspot.com/2011/12/religioes-afro-brasileiras-ethos-e.html) senti-me muito feliz por ver a proposta de meu pai a todos os adeptos das Religiões Afro-brasileiras.


Pai Rivas está atento ao cenário político-econômico e lembra que o Brasil fecha o ano como a sexta maior potência econômica do mundo. Isto, para nós brasileiros, é realmente ótimo. Trata-se de uma real oportunidade para vencermos as barreiras da desigualdade social tão resistentes na história de nosso país. Não podemos também deixar de acompanhar o raciocínio do meu pai e reconhecer a contribuição decisiva do presidente Lula para que parte destas dificuldades fossem superadas e a nossa economia tenha chegado onde chegou.

Mesmo assim o vídeo não deixa de criticar as condições atuais do Brasil. Ocupamos apenas a 84ª posição do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Esta riqueza gerada e quantificada como o sexto maior PIB mundial, segundo Pai Rivas, seria inteligentemente distribuída se melhorarmos as condições educacionais, de saúde e tantos outros setores nevrálgicos em nossa comunidade realizando uma verdadeira socialização de bens e direitos.


Mas isto não seria uma postura marxista? Primeiro que gosto muito das ideias filo-políticas de Karl Marx e segundo que o próprio pensador afirmou em fuga para a Inglaterra que não era marxista, afinal suas ideias foram muito distorcidas por seus "seguidores". Mas como comunidade de santo, acostumados em partilhar e compartilhar o Axé, sinceramente, dá para ser neoliberalista?


Não podemos deixar de afirmar a condição politica de busca em socializar bens espirituais, culturais, sociais, políticos e – sim – econômicos. É como Pai Rivas diz: Não sou contra os ricos, desejo que todos nós sejamos igualmente ricos. Que o que for bom, seja bom para todos! Por que não?


Enfim, o mais interessante é que Pai Rivas enseja a sairmos da zona de conforto e pensarmos coletivamente pelo coletivo. Não nos iludamos com o processo eleitoral deste ano, comprando falsas ilusões. Vamos pensar bem antes de votar. Vamos levar em consideração nossas ideias, nosso modo de viver, nossa forma de compartilhar valores. Vamos ser religiosos Afro-brasileiros dentro e fora do terreiro. E deixa a Gira girar!


Aranauan, Saravá, Axé,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

 
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