domingo, 28 de abril de 2013

Toque do Caboclo Malembá

Aranauan, Saravá, Axé!
Os estudos acadêmicos permitem acessarmos, exclusivamente no campo teórico, as múltiplas possibilidades de rito existentes nas Religiões Afro-brasileiras. Até por estarmos por dentro da pesquisa acadêmica, tomamos contato com muitos registros históricos e fotográficos da macumba, toré, xambá, babassuê, candomblé de caboclo, catimbó-jurema...
Contudo, confesso que em nada se compara quando temos a oportunidade, ou melhor, a felicidade, de vivenciar, ritualizar, entrar no salutar processo de transe dessas várias linguagens afro-brasileiras intermediadas pelas mãos de um Mestre consumado.
Foi em um Toque do Caboclo Malembá na Casa Branca de Okamaraguaçushaman ou Ilê Funfun Awô Oxôoogun (Casa Branca do Destino e da Cura das Religiões Afro-brasileiras) que Pai Rivas apresentou para todos os seus filhos espirituais e a assistência de Itanhaém mais uma porta de acesso aos Orixás.
Participei de uma parte dos preparativos do rito processado no sábado. Os fundamentos sendo construídos, os pontos cantados específicos para este tipo de toque sendo recebidos genuinamente pela mediunidade de Pai Rivas com letra e melodia... Enfim, tudo simples, complexo e (sobre)natural. 
No sábado propriamente dito, a Casa Branca estava em festa! Uma verdadeira celebração, com casa cheia, ajeum, atabaques e os Caboclos e Boiadeiros no reino. Como não se lembrar do Caboclo Malembá, do Sr. 7 Lajedos, Sr. 7 Ventanias? Impossível esquecer a força do Astral. Do índio, do africano, do branco em convergência. O rito aproxima todas as etnias, todas as falas, todas as Raízes. O toque do Caboclo Malembá nitidamente celebrava a união, o contato pacífico entre as pessoas. E nada melhor do que uma Casa com a bandeira branca da paz no seu ponto mais alto!
Foi com o espírito em paz que subi a serra. Saindo do litoral paulista, ao chegar em casa, os pontos ainda reverberavam no meu copo e na minha alma. O axé foi assimilado de todas as formas em meu ser. Por toda essa vivência, não poderia deixar de agradecer ao Mestre e ao Astral. "Xeto na Macaia, Xeto na Macaia, Salve o Caboclo, o Caboclo Brasileiro...".


Aranauan, Saravá, Axé,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)


 
Clique na imagem e conheça o site da FTU

Nenhum comentário:

Postar um comentário