Aranauan, Saravá meus irmãos planetários!
O contato entre um pai e seu filho espiritual é fundamental para aquele que optou por trilhar o caminho da Iniciação dentro das religiões Afro-brasileiras. Não me refiro apenas aos fundamentos e aprendizados dentro do terreiro, o que por sinal é maravilhoso quando aprendemos com alguém que sabe verdadeiramente, mas como aplicar estes ensinamentos em todos os setores das nossas vidas.
Em uma das prazerosas conversas entre Mestre e discípulo, Pai Rivas apresentava uma visão crítica da História e da Política tendo como base o Sagrado. Aprendemos no santo como é importante a harmonia, a estabilidade e o equilíbrio. A perda deste estado permite a manifestação da doença seja em aspectos mentais, astrais ou mesmo físicos. Isto se considerarmos o ângulo individual. No ângulo coletivo a história pesquisada por gente séria nos ensina o problema que foi a megalomania alienante de ditadores como Hitler, por exemplo. O nazismo consolidou um dos momentos mais cruéis que a nossa sociedade planetária presenciou. Igualmente deletério foi o estalinismo obviamente de Stálin. Diante destas visões extremistas, a primeira politicamente à direita e a segunda à esquerda, precisamos buscar o velho e bom caminho do meio, que zela pelo respeito às diferenças aproximando pela semelhança e neutralizando as desigualdades.
Este ensinamento transmitido a nós pelo Pai Rivas funciona como uma verdadeira vacina à doença social que teima em persistir no planeta. O que está por detrás deste problema é a ideologia. Ideologia e Alienação precisam ser expurgadas definitivamente e a questão também precisa ser pensada nas religiões Afro-brasileiras. Será que esta semente da ideologia, ou seja, da dominação por uma idéia engessada e alienante está na Umbanda?
Se está, certamente não é fruto das Escolas Afro-brasileiras que se respeitam mutuamente e apresentam métodos para alcançar o Sagrado para todos que as procuram. Quem promove visões distorcidas e alienantes são as seitas conduzidas por indivíduos que se colocam como codificadores ou profetas.
É importante que todos nós umbandistas façamos militância com o Astral, apoiando as boas idéias que permitem a Inclusão Total. Para isto é igualmente importante utilizarmos o nosso poder de diálogo e reflexão para expurgar idéias que tentam olvidar o trabalho de gente séria para tentar substituí-lo por ilusões recheadas de aspas, figuras de linguagem, saídas retóricas...
Nossos mais Velhos que escreveram livros psicografados, assim procederam por Agô do Astral e mais do que isso. Eles foram capazes na justa medida em que incorporaram seus valores, a ética, o respeito, o trabalho como remédio nas palavras do Caboclo Urubatão da Guia. Estes nobres escritores não se escondem atrás da Entidade, pelo contrário, potencializam o seu legado com frutos tangíveis. Não escreveram conceitos que afrontam Ciência e Religião. De fato, construíram e constroem pontes que aproximam os Saberes e Fazeres. Isto é muito diferente de imputar ao Caboclo ou ao Preto-Velho a autoria de idéias codificadoras que estimulam a exclusão.
Muito importante ter isto em mente: Sacerdotes sérios apresentam um trabalho transparente, cristalino, com um brilho verdadeiramente diamantino. Não estão na aparência, penetram a Essência. Não ficam na conveniência, levam seus leitores à Convergência.
Aranauan, Saravá Fraternal,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)
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