sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Seu Canindé deu a volta no mundo...

Aranauan, Saravá meus irmãos planetários!


"Eu vou abrir minha mesa lá no Juremá,
Eu vou levar os meus Mestres para correr gira com Fé"


Já cantei várias vezes esta louvaria com meus irmãos de santé nas dependências do Centro de Cultura Viva das Tradições Afro-brasileiras onde Mestre Arhapiagha abre a mesa com a "fumaça às direita" de belíssimos Toques de Jurema que lá são firmados frequentemente. Especialmente este último registrado em fotos na publicação 63 do blog Espiritualidade e Ciência (http://www.sacerdotemedico.blogspot.com/) enche o coração de alegria e saudade dos Mestres. Ô Meus Mestres... Salve Salve todo o povo dos 7 reinos sagrados: Juremal, Josafá, Canindé, Vajucá, Fundo do Mar, Urubá e Tigre!

Se as fotos estimulam os nossos sentidos para o que existe de mais espiritualizante nas Religiões Afro-brasileiras; o texto introdutório da publicação desperta nossa mente para novas reflexões sobre o que somos e o que vivemos.

O processo de umbandização como proposto e exercitado pelo Pai Rivas nos leva a reconhecer a importância de aproximar as Escolas pelas semelhanças com respeito às diferenças e, ao mesmo tempo, neutralização das desigualdades. Esta visão plural é muito diferente da conotação que Roger Bastide imprimiu, definindo a umbandização como uma mácula para os cultos tidos como "puros".

Continuemos a discussão. Qual culto é puro? Ou antes, o que seria um culto "puro". Aquele que recebe a influência de uma única matriz? Porém, seja ameríndia, africana ou indo-européia existe a pluralidade dentro da própria matriz.

Hoje esta visão de culto "puro" é o elemento ideológico que tenta emplacar a codificação para as Religiões Afro-brasileiras. Na Umbanda, os que defendem esta visão engessada querem estabelecer um culto "puro" afastado do Candomblé, do Espiritismo e outras influências filosófica-religiosas. Querem impor barreiras estanques entre um culto e outro, como se isto pudesse atingir o Astral Superior que transita em todos os setores sem preconceitos.

Sendo assim é natural compreender o incômodo de grupos, caracterizados como seitas, em relação ao trabalho desenvolvido pelo Pai Rivas nas diversas frentes que vão do Terreiro ao Consultório, passando pela sala de aula da faculdade. Afinal, o cerne deste trabalho é a Inclusão Total respeitando todos os caminhos que conduzem o cidadão planetário à Espiritualidade, seja a Ciência, Arte, Filosofia ou Religião. É por este justo motivo que todas as atividades que divulgamos e participamos estabelecem pontes de diálogo entre os mais diversos Saberes e Fazeres.

Como somos pela Inclusão Total, estamos com nossa consciência tranquila. Sejam nos aspectos espirituais, culturais, sociais, políticos ou econômicos não apoiamos, não fazemos barganha e, muito menos, não estamos em conluio com certos indivíduos ou setores que querem o poder para manutenção das desigualdades. Nosso Pai Espiritual e todos os nobres Sacerdotes que estabeleceram parceria com a FTU têm a ficha limpa. Limpa sob a ótica da justiça feita pelos homens, mas principalmente limpa diante do compromisso firmado junto aos Senhores da Aruanda.

"São Pedro é quem abre a porta, é quem fecha porta para quem merece
Ai São Zacarias, proteja a mesa, dê força aos Guias"



Aranauan, Saravá Fraternal,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

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