Aranauan, Saravá meus irmãos planetários,
Em nosso último texto reforçamos como o conceito de Escolas fomenta a paz, principalmente depois da demonstração viva conduzida pelo Pai Rivas e a FTU(Faculdade de Teologia Umbandista) no último dia 23/10 – Rito de Exu: O Guardião da Era Dourada das Encruzilhadas da Vida e do Destino. Este tema foi fruto de uma conversa com Pai Rivas por telefone e gostaria de trazer um pouco de Sua Sabedoria para compreendermos os momentos auspiciosos que vem gradativamente se concretizando nas Religiões Afro-brasileiras.
No rito de Exu verificamos uma amostra significativa da quantidade de Escolas existentes pelo país e fora dele. Como afirmou Pai Rivas, todas estas Escolas são "Santas" em suas nobres intenções de conduzir os filhos de fé à Espiritualidade, ao Sagrado. Mas o que é o Sagrado?
Segundo Pai Rivas, o Sagrado é a Espiritualidade vivente no interior de todos. A grande questão é como vivenciar mais este Sagrado. Neste ponto novamente vem o Rito em mente e lembramos o conceito de Sabedoria Cósmica que nada mais é que convergência do Amor e do Conhecimento. Sendo assim, não precisamos brigar com os outros, quanto mais entre nós das religiões Afro-brasileiras. Precisamos sim dialogar mais uns com os outros buscando a Unidade e não a codificação.
Pai Rivas nos diz que quando o indivíduo qualificou a sua Escola, ele pode a criticar internamente. Mas quem codifica, já não faz mais Escola. Quando criticamos, nos referimos aos que querem codificar a Umbanda com seus padrões, com o seu setor. Onde está o respeito pelas diferenças nesta postura codificadora? Se as pessoas que querem codificar o fazem apenas para o seu setor, que fique claro. Se dizem que a Umbanda tem que se reduzir a um único formato, compreenda que está fazendo seita.
Repetimos com convicção crescente. Só discutimos a nossa Escola. Nós discutimos outras Escolas, quando algum segmento tenta codificar ou dominar o todo. Pai Rivas afirma que nunca escreveu um "Código da Umbanda". As pessoas podem até não concordar com o que escrevemos, diz Pai Rivas, mas não podem acusá-lo de querer tomar a parte pelo todo. Se não quer codificar a Umbanda com a doutrina dos outros, muito menos com a sua própria doutrina. Frisou mais uma vez: muito menos com a doutrina dele. A Umbanda está muito bem representada pela Diversidade.
O trabalho da FTU expressa isto. Todas as Escolas são contempladas em princípio/essência. Sendo assim meus irmãos, precisamos nos proteger das seitas. Afinal:
Que religião é essa que briga?
Que religião é essa, onde seus adeptos falam mal dos outros?
Que religião é essa que fala do Cristo, mas não pratica seus valores?
Estas reflexões ensejadas pelo nosso Pai não podem ser olvidadas. Podemos sim viver em paz e as milhares de pessoas presentes no rito deram a máxima demonstração que não querem ser únicos, mas Unos com os Ancestrais Ilustres que trabalham na Aruanda e todas as cidades espirituais ligadas ao nosso povo, a nossa gente.
A Umbanda não exalta um em detrimento dos outros. Pegando carona nas palavras de uma irmã de Goiás que estava no rito, Pai Rivas não fez o que fez para ter quórum pessoal. Quer sim, com a força das centenas de pais de santo presentes, fazer quórum para a Umbanda. Como diz Mestre Aramaty: Ponto para a Umbanda. Ou como sempre disse Mestre Yapacany: A Umbanda é de todos nós!
Ps: Disponibilizaremos as fotos logo, logo!
Aranauan, Saravá Fraternal,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)
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