Aranauan, Saravá meus irmãos planetários,
Nestes dois últimos dias escrevemos sobre uma obra que marcou positivamente o povo do santo: "Umbanda – A Proto-Síntese Cósmica". A "Proto" ou o livro da "Capa Branca", como carinhosamente chamamos, está chegando a sua 11ª edição, publicada pela primeira vez em 1989. Até mesmo pessoas que discordam do trabalho do Pai Rivas a consideram um "livro fundamental para a Umbanda".
Mas qual seria o motivo desta constatação praticamente unânime no nosso meio religioso? Aqui cabe novamente as palavras do Reinaldo Leite, orador espírita de renome internacional, quando compara o trabalho do Chico Xavier no Espiritismo ("Kardecismo") com o do Pai Rivas na Umbanda. Não pela quantidade de livros, mas pela coerência e – principalmente – qualidade no que foi escrito e entregue para a sociedade. Nestes dois autores encontramos conceitos sérios que quando seguidos dentro das características religiosas de cada segmento só trarão benefícios, alcançarão a Espiritualidade.
No caso da "Proto" afirmamos isto com convicção e serenidade, pois ela nada mais é que a concretização da Tradição Oral na Escrita. Lemos na obra aquilo que vivenciamos no terreiro. Quando o Caboclo 7 Espadas e Pai Rivas conversam com o leitor, temos a sensação de estar dentro do terreiro ouvindo as vozes de Aruanda repercutirem em nossa mente e coração. Ou seja, o livro reflete com singular clareza o que aprendemos nas nossas casas por meio das linhas de transmissão afeitas a cada Escola.
Atualmente Pai Rivas utiliza outras formas de diálogo com a sociedade que não só o livro. Trata-se do blog "Espiritualidade e Ciência" (http://sacerdotemedico.blogspot.com/), as vídeo-aulas e pronunciamentos disponíveis no sítio da Faculdade de Teologia Umbandista (FTU) - http://www.ftu.edu.br... Isto sem falar dos vídeos gravados no Youtube http://www.youtube.com/pairivas que reúne desde março até agora mais de 50 vídeos!
Estas novas mídias estão convergentes com a linguagem pós-moderna e com a própria concepção de tradição propugnada pelas Religiões Afro-brasileiras. Nas palavras do Pai Rivas: "A constante da Tradição é a contínua mudança, logo somos uma unidade aberta em transformação". Assim ferramentas interativas permitem um maior contato entre quem produz informação e quem a acessa, construindo um verdadeiro diálogo, como vimos no blog: terapia do diálogo ou diálogo como terapia.
Percebam meus irmãos que esta abordagem inovadora rompe com uma aparente relação de disputa entre Tradição Oral e Tradição Escrita. Nesta visão oferecida pela Escola de Síntese e exercitada diuturnamente por Pai Rivas temos a Tradição Escrita como algo complementar a Tradição Oral, o que está escrito é uma concretização de quem fala. Tão simples e profundo como isto.
Foi e é por isto que hoje possuímos a primeira e única Faculdade de Teologia Umbandista no mundo autorizado e credenciado pelo MEC – Ministério da Educação, responsável pela regulamentação da educação no país. O advento da FTU pelas mãos do Pai Rivas elevou a Umbanda para um patamar nunca antes alcançado. Saímos da visão preconceituosa de cultura de periferia/ cultura de massa, para uma religião que dá acesso à educação com cidadania. Permite aos irmãos que desejarem penetrar na Academia encontrando uma porta aberta.
Novamente os detratores deste projeto tiveram que reconhecer a importância da FTU, chegando a externar isto em emails públicos. Mas também não poderia ser diferente. A FTU hoje é uma realidade: formou os primeiros teólogos umbandistas da história e possui projetos que da teoria à prática apresentam soluções para a convivência pacífica, em última análise, para a Inclusão Total.
E deixa a Gira girar!
Aranauan, Saravá Fraternal,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)
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