sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Os Saberes e Fazeres da Escola de Síntese: Prática teorizada e Teoria prática

Aranauan, Saravá meus irmãos planetários,

Esta semana apreciamos com imensa satisfação e alegria as 3 publicações do Blog Espiritualidade e Ciência. Tratam-se dos textos: Convivência Iniciática de Pai Rivas com Pai Matta; A Umbanda é mesmo de todos nós! e Toque da Jurema disponíveis no sítio: http://sacerdotemedico.blogspot.com.

Pai Rivas(Mestre Arhapiagha) já explicou em livros, DVD, vídeos na internet e mais recentemente no blog sua trajetória como sacerdote nas religiões Afro-brasileiras. Passou pela Umbanda popular, Umbanda Mista, Nação, Jurema... Em todas estas formas de conexão com o Sagrado estabeleceu contatos verdadeiros, forjados no templo com sacerdotes de fato (Sr. Antônio Romero, Ernesto de Xangô, Roberto de Guarantan, entre outros). Até (re)encontrar em uma tarde de 1971 o Mestre Yapacany – W. W. da Matta e Silva. Com Ele, nosso avô de santé, Pai Rivas deu continuidade e aprofundou sua tarefa como Sacerdote chegando ao último grau da Iniciação (são "só" 7 em 3 ciclos) sob os auspícios do vô Matta, Pai Guiné, Caboclo Urubatão da Guia e todo o Astral que acoberta esta Escola. Antes de desencarnar, ciente que seu momento estava chegando, Mestre Yapacany transmitiu a Raiz de Guiné para Mestre Arhapiagha.

O que fez Mestre Arhapiagha desde então? Levou a Raiz à frente. Ampliou-A e aprofundou-A construindo com teoria e trabalho real uma visão teológica e religiosa onde as várias expressões da Umbanda não se estabelecem na concorrência, pelo contrário se fortalecem no diálogo, crescem quando estão juntas; afinal possuímos muito mais pontos de semelhança do que diferenças e mesmo estas diferenças precisam ser respeitadas e valorizadas, pois são importantes para receber os inúmeros ângulos de interpretação existentes na sociedade planetária nos dois lados da vida.

Este respeito incondicional às diferenças e aproximação pelas semelhanças foi ao longo do tempo na Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino (OICD) – casa de Iniciação conduzida pelo próprio Mestre-Raiz Arhapiagha - discutido com a sociedade. Temos no texto adaptado "A Umbanda é mesmo de todos nós!", publicado pela primeira vez no livro Umbanda: O Arcano dos 7 Orixás – 1ª ed. (1989) uma prova histórica disto. Nele Pai Rivas afirma, entre outras coisas:

"Mestre Arhapiagha e a Ordem Iniciática são contra qualquer tipo de distinção ou discriminação dentro do Movimento Umbandista. Acreditamos que somos igualmente importantes, independente do tipo de ritual que as pessoas venham a seguir. A marcha da evolução acolhe a todos e se há uma escada, todos os seus degraus são igualmente necessários. Por estes motivos é que deixamos de usar a denominação de "Umbanda Esotérica", herdada do Mestre Matta e Silva (...)A Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino, não pretende qualquer tipo de controle político ou religioso, nem reclama supremacia sobre quem quer que seja. Desejamos convidar a todos os dirigentes de todos os Templos para formarmos uma irmandade, uma congregação que busque a convivência pacífica e com forças multiplicadas entre as várias formas de rituais, entre as várias Escolas ou segmentos das religiões afro-brasileiras".

E o que aconteceu na prática? A OICD nas últimas décadas do século XX, FTU (Faculdade de Teologia Umbandista) no início do século XXI e mais recentemente o Cento de Cultura das Religiões Afro-brasileiras expressam isto em todas as suas atividades. Sejam os 7 ritos instituídos na virada do milênio da OICD, sejam as produções acadêmicas e vivências das várias Escolas na FTU, sejam os ritos no Centro de Cultura exemplificados na publicação com fotos "Toque da Jurema"; em todos eles esta teoria maravilhosa que é a Teologia da Felicidade se realiza pela Vivência!

No jargão popular ouvimos com frequência "Faça o que digo, mas não faça o que faço". Na vida iniciática e uma vez nela dentro das religiões Afro-brasileiras aprendemos com Pai Rivas pelo exemplo que é preciso não só falar e fazer com coerência, mas principalmente Saber, Fazer, Viver e Ser. A questão é que muitos vêem, mas poucos enxergam...

E deixa a Gira girar!


Aranauan, Saravá Fraternal,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

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