quarta-feira, 7 de julho de 2010

Eleições: Uma análise sob a ótica da Ética Afro-brasileira

Aranauan, Saravá meus irmãos planetários,

No último domingo acompanhei no twitter do Pai Rivas (http://twitter.com/rivasneto) um gentil convite para todos nós refletirmos sobre política por meio da vídeo-aula 04 e o tema não poderia ser mais atual, afinal estamos em ano de eleição e o período para fazer campanha político-partidária nas ruas e na internet está inaugurado. A aula "Ética na política" gravada em 2008 é muito atual. Conceitos importantes sobre Estado, Sociedade Civil, Partidos Políticos e tantos outros chaves são abordados com clareza. Assista em: http://www.ftu.edu.br/Site/assisteVideoAula.php?id_tv=26  

Seguindo a proposta do twitter, a relação entre o nosso voto e o candidato político urge ser discutida. O melhor para a nossa sociedade é votar em candidatos que apresentam as melhores propostas para o coletivo, independente da confissão religiosa.A questão é simples e a vídeo-aula auxilia bastante na compreensão: nós que somos espiritualistas devemos lutar por uma sociedade mais justa para todos, respeitando as diferenças e neutralizando as desigualdades. Ou seja, precisamos sair de um status quo social que privilegia a Exclusão de grupos taxados como "minorias" (ironicamente a maior parcela da sociedade) por uma Inclusão Total. Nas palavras do Pai Rivas: precisamos estimular uma sociedade menos corporativista e mais cooperativista.

Um voto eficiente é o que escolhe o candidato do legislativo ou executivo que defende um programa político que contempla a sociedade civil criando pontes entre os diversos grupos de cidadãos, diminuindo as distâncias, combatendo as desigualdades sociais, políticas e econômicas. Se ele for de uma denominação religiosa afro-brasileira, que bom! Se não for, igualmente bom. Combater a intolerância religiosa começa pelo respeito às escolhas do Outro. Não é mesmo?

Sendo assim, entendemos a posição de religiosos afro-brasileiros que sairão candidatos a cargos políticos eletivos em nome do "santo" ou do "axé", mas respeitosamente discordamos. Primeiro porque não sabemos como é possível ter esta legitimidade diante de um movimento religioso tão plural e diverso como o nosso. Quem o escolheu? Além do mais, o jogo parlamentar exige alianças políticas onde os reais interesses do povo do santo (que estão em todos os setores da sociedade) ficarão em segundo plano.

Ainda sim, no que pese não concordarmos com esta visão anacrônica de fazer política, analisemos a proposta política destes candidatos "religiosos". Eles afirmam que estão concorrendo às eleições para defender o povo do Axé na tribuna parlamentar, mas o partido em que estão coligados apóiam candidaturas estaduais e/ou nacionais que recebem ampla cobertura e orientação de denominações pentecostais e neopentecostais. Como assim?!? Querem legitimar seu pleito lutando contra as suas próprias alianças políticas que tentam a qualquer custo nos demonizar!?!

Encerramos este texto, sem, contudo, encerrar a discussão. Gostaríamos de ouvir a opinião de todos e dar sequência a este que é um tema central neste ano eleitoral. 

E deixa a gira Girar!


Aranauan, Saravá Fraternal,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

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