sexta-feira, 16 de julho de 2010

Já dizia o Mestre: Cala-te ao profano



Aranauan, Saravá meus irmãos planetários,


A FTU (Faculdade de Teologia Umbandista) tem recebido dúvidas de pessoas interessadas em participar dos seus cursos oferecidos e será um prazer ajudar no esclarecimento pela internet. Conforme descrito em seu site (http://www.ftu.edu.br/ ) o curso ofertado forma bacharéis em Teologia possuindo a duração de 3350 horas de atividades, a ser concluído em quatro anos letivos. O mesmo é credenciado e autorizado pelo MEC conforme portaria 3864 de 18/12/2003.


Os cursos de extensão universitária(presenciais e telepresenciais) são cursos acadêmicos abertos aos interessados em tomar contato com os fundamentos acadêmicos do saber teológico dialogando com o saber religioso aprendido por todos nós em nossas casas espirituais. Importante: Em nenhum curso oferecido pela FTU tem o objetivo de formar médiuns ou mesmo sacerdotes. Alertamos aos irmãos que esta proposta da FTU em nada se assemelha com cursos livres de teologia, muito menos com cursos de mediunidade ou sacerdócio. O templo é o local de excelência para a formação de médiuns e sacerdotes de Umbanda ou quaisquer outras Escolas das Religiões Afro-brasileiras.


Não é possível formar sacerdotes em cursos de um ou dois anos distante do terreiro. Estes cursos não formam nada, só contribuem para o desenraizamento da nossa religião; afinal descaracterizam a nossa Tradição fundamentalmente Oral que preza pelo relacionamento vivo entre pais e filhos espirituais, entre o corpo mediúnico e a comunidade que acorre aos terreiros diuturnamente em vários pontos no planeta.


Se esta formação sacerdotal já é um completo non sense considerando a participação de médiuns (desconsiderando totalmente a vocação para o sacerdócio, o tempo de preparo de cada terreiro e mesmo a vontade do Astral), imaginem quando estes cursos oferecem a modalidade "sacerdotal" para qualquer pessoa!!! Isto mesmo, qualquer um pode fazer o curso basta pagar por ele ou, quando muito, ter como pré-requisito outro curso igualmente oferecido pelo mesmo grupo. O resultado disto seria uma espécie de sacerdote "leigo" sem mediunidade que atuaria como orientador espiritual de um grupo. Como um sacerdote sem experenciar a mediunidade irá orientar seus filhos que a possuem? Como ensinar aquilo que não faz, muito menos vive ou é?


Não é possível conceber isto, pois o transe, a mediunidade, é condição sine qua non para os nossos Mestres, Pais, Dirigentes, enfim Orientadores encarnados atuarem não só em seus filhos, mas, e principalmente, àqueles que Os procuram com problemas de ordem espiritual e material. O que está em jogo na crítica sobre estes cursos não é quem faz ou quem oferece, mas o impacto negativo que isto pode gerar à coletividade.


Enfim, não só a FTU não realiza estes tipos de cursos como também é contra a tentativa de desconfigurar qualquer Escola das Religiões Afro-brasileiras. Este brado de alerta que já ouvi inúmeras vezes de meu Pai, não só pessoalmente como também em vários vídeos na internet, busca valorizar o nobre trabalho realizado pelos vários sacerdotes que foram formados por sacerdotes no templo que por sua vez fizeram o mesmo tornando a Tradição até hoje viva nos corações de cada filho de fé.


Mesmo que o melhor poeta tentasse descrever em apostilas ou livros o que é a paternidade ou a materindade, jamais se equivaleria ao leitor passar ele mesmo pela experiência. O que dizer então o resultado daqueles que querem limitar em cursos a genealogia espiritual firmada por laços que só conseguem ser forjados pela linguagem do Espírito?...


Aranauan, Saravá Fraternal, Yabauara (João Luiz Carneiro) Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

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