quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O Axé do Pai de Santo!

Aranauan, Saravá meus irmãos planetários,

No email que discuti a influência da FTU nos vários setores da sociedade civil, iniciei o raciocínio comentando o  ano coroado de êxitos que marcam o fim de um importante ciclo. Neste período muita, mas muita coisa aconteceu mesmo. No início muita desconfiança em relação à FTU. Forma pai de santo? Quer dominar a Umbanda? Quer elitizar o povo do santo?

A FTU surgiu e estas críticas foram desconstruídas. Vencida esta etapa, começaram outras, muitas de forma pejorativa. A FTU não vai dar certo...Ninguém vai querer cursar a faculdade! Mais uma vez enganados, com a orientação e participação efetiva do Pai Rivas e do Astral a faculdade venceu mais uma. Hoje temos teólogos diplomados com chancela da USP. Vide a publicação com foto do diploma:

...Mais do que Teólogos, agentes paradigmáticos de mudanças...


Tantos os colaboradores quanto os alunos formados que participam da OICD de alguma forma ouviram o seu Mestre, o seu Pai de Santo. Pai Rivas tem valorizado todos os setores da gnose humana, mas é inevitável reconhecer o Seu olhar cuidadoso com a Academia. O trabalho que o Vô Matta fez dentro da Umbanda abrindo picada mesmo(!!!), fincando bandeira(!!!) em terrenos arenosos, pedregosos, ardilosos e hoje Pai Rivas amplia esta tarefa dentro da Tradição e vai também ao encontro de novas paragens tão ou mais desafiadoras no campo acadêmico.

Falar na primeira pessoa do singular pode remeter a uma postura egoísta, mas aprendi com o Mestre ouvindo-O e observando-O sua ação que as vezes isto se faz necessário. E no caso específico que vou relatar agora, trata-se de algo que um Sacerdote sério proporciona a todos nós que somos seus filhos de fé.

Quando entrei na OICD (Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino), minha forma de pensar e agir mudou. Venho de uma formação acadêmica em ciências aplicadas ao raciocínio capitalista, caso da Administração com enfoque industrial, e vivia a Umbanda como uma parte importante do meu tempo. Sempre gostei dela, mas ela "ocupava" um espaço, não era ainda minha engrenagem psicológica.

O que fazer? Não vi outra solução que ouvir o meu pai espiritual. E aí ouvi, ouvi muito. Não só em conversas pessoais, mas em todas as horas que podia. Ao ler os Seus livros, Suas prédicas no terreiro, em conversas coletivas com vários filhos de santos. Enfim, ouvir, ouvir, ouvir. Num dado momento, percebi que minhas mudanças já começavam a acontecer para melhor "apenas" ouvindo-O.

Depois de um tempo vi que isto não era suficiente. Que Iniciação é esta que só recebe? A Iniciação como claramente colocado pelo Mestre é dialógica. É o diálogo como terapia! Resolvi trabalhar e com a distância que tinha da casa física, iniciei colaborando com o CONUB e visita de terreiros no Rio de Janeiro.

Com o trabalho sempre sério, honesto e sem outros interesses que não a causa espiritual tive a felicidade de ficar mais próximo do Pai Rivas. Neste momento, além de inúmeros assuntos, percebi como comentava muito comigo questões ligadas à Academia. Teologia, Filosofia, Ciências Sociais, lembro-me de várias vezes recorrer aos livros para compreender tecnicamente melhor termos e conceitos que Pai Rivas trabalhava da Medicina. Como sugestão do meu Mestre li Peter Berger, Compêndios de Psicologia, Max Weber, Habermas... Enfim, quando pisquei os olhos lá estava o Mestre orientando a buscar a Academia e, ouvindo-O, aceitei o desafio.

Um ano e meio depois estou com o mestrado conquistado e um projeto de Doutorado que foi fruto direto de Ouvir e Trabalhar com e pelo Mestre. Afinal Ele é o axis mundi, o Ancestral que nos mostra o caminho da paz, a realização Espiritual.

Vamos em frente irmãos planetários! O caminho é maravilhoso e para vencer as dificuldade, na maioria das vezes internas, precisamos deixar as vozes do submundo de lado (ego, vaidade, inveja) e trilhar com o nosso pai ou mão de santo que nos abraçou: ouvidndo e trabalhando em consonância com a Raiz.

Ps: Uma vez a Umbanda sendo a nossa engranagem psicológica, meu relato-vivência não poderia findar sem antes comentar como também fui beneficiado material, familiar, pessoal... Com axé renovado, ampliado, enfim sempre restituído pelas mãos do Mestre. Afinal, somos seres biopiscossociais.



Aranauan, Saravá!
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Filho de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

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