domingo, 28 de junho de 2009

A importância das vídeo-aulas para todos nós umbandistas


A vontade do umbandista em discutir temas que realmente importam e impactam diretamente na união do nosso movimento religioso é grande e, neste sentido, devemos reconhecer a importância das vídeo-aulas para este processo.

As vídeo-aulas produzidas pela FTU e disponibilizadas na web pelo sítio http://www.ftu.edu.br/videoaulas2009.php, fizeram com que muitos irmãos, umbandistas ou não, revisitassem seu corpo de conhecimento (epistemologia) e abrissem novas percepções revigoradas sobre o papel do movimento umbandista para a própria sociedade. Tudo isto de forma gratuita e dentro de um canal de comunicação que cada vez se socializa mais pelo mundo com baixo custo de acessibilidade, a internet.

Isto sem deixar de reconhecermos como a Ciência foi trabalhada e relacionada à Umbanda. Lembremos que em cada vídeo-aula, assistimos conceitos profundos das ciências exatas, humanas, sociais, biológicas, entre tantas outras, além da metafísica e seus desdobramentos míticos, místicos e cósmicos. Esta iniciativa que começou no mês de julho do ano passado e concluiu sua primeira fase no final de dezembro permitiu a real aproximação entre os Saberes Acadêmico e Religioso, contemplando também a Arte e a Filosofia.

Como isto foi construído? Com a vivência templária e sacerdotal de anos. Pai Rivas reitor e fundador da FTU, durante 4 décadas vem exercitando o Sagrado em harmonia com os 4 pilares da Gnose Humana (Religião, Arte, Filosofia e Ciência). Este contato de quase meio século com a coletividade umbandista e a sociedade como um todo culminou com a apresentação de uma Faculdade de Teologia Umbandista devidamente credenciada e autorizada pelo MEC. Por sua vez, dentro da faculdade todas as Escolas foram contempladas.

Vale lembrar que a FTU deixou evidente que as vídeo-aulas não representam todo o conhecimento que é elaborado na Faculdade e, muito menos, da Umbanda. Cada vídeo apresenta uma visão sumarizada do teor discutido por seus professores e alunos. Isto também se explica nas palavras ditas constantemente por Pai Rivas e reforçado por ele diversas vezes nas vídeo-aulas: "Não temos a última resposta, pois não temos a última pergunta".

Aliás, é exatamente por isso que a Umbanda é uma Unidade Aberta e em contínua construção. O conjunto de vídeo-aulas mostrou bem isto e foi importantíssimo para preparar um dos principais eventos de diálogo com a sociedade civil neste milênio: o I Congresso de Umbanda do Século XXI. Apesar dos problemas que o nosso planeta sofre hoje nos aspectos espirituais, culturais, sociais, políticos e econômicos, a Umbanda apresenta uma visão renovadora consubstanciada em bens sociais como as vídeo-aulas.

Façamos a nossa parte ao assistir e procurar exercitar dentro de nossos templos este farto material que representa por si só um curso de caráter panorâmico, abrangente e gratuito de fato. As vídeo-aulas apresentam idéias que procuram transformar a humanidade pela Educação.

domingo, 21 de junho de 2009

O SACERDÓCIO UMBANDISTA - Entre a Tradição e a Massificação


Aranauan, Saravá meus amigos,

Estamos colocando a introdução do nosso artigo acadêmico publicado na Faculdade de Teologia Umbandista(FTU): "O SACERDÓCIO UMBANDISTA - Entre a Tradição e a Massificação". O trabalho foi orientado pelo professor da FTU Antonio J. V. da Luz.

INTRODUÇÃO
É inegável a importância do sacerdote e a sua formação em qualquer religião e para a Umbanda, bem como as Tradições Afro-brasileiras, não poderia ser diferente. Principalmente se levarmos em conta a oralidade existente em ambas. A transmissão do conhecimento, da iniciação e também a comunicação interdimensional se dá por meio dela. Na Umbanda, o sacerdote umbandista é o elemento chave para a compreensão de uma determinada vivência da experiência mística que interpreta o Sagrado e cria formas específicas de entendimento e transmissão a qual Rivas Neto (2003) denomina Escolas Umbandistas. Estas últimas, portanto, definem e refletem a experiência do Sagrado em cada determinada comunidade de adeptos.
O presente artigo tem como objetivo central compreender a formação sacerdotal e discuti-la com a proposta de cursos pagos de sacerdócio, alguns até mesmo sem o pré-requisito da mediunidade, propostos recentemente por grupos inseridos no Movimento Umbandista.
Na obra “O Sagrado e o Profano” de Mircea Eliade (1957), um importante historiador e filósofo das religiões da contemporaneidade, é resgatado para a literatura acadêmica dois conceitos fundamentais: a hierofania, ou como é o Sagrado ser no Mundo, e a epifania como manifestação deste mesmo Sagrado.
Sobre a mediunidade usamos dois autores de referência para o Movimento Umbandista - Matta e Silva (1956) e Rivas Neto (1989). Através da investigação da mediunidade realizada pelo primeiro e aprofundada nas obras de Rivas Neto é que podemos entender a especificidade da modalidade mediúnica do espaço religioso umbandista, distinguindo-a claramente das propostas apresentadas pelo espiritismo de Kardec (1857), que até Matta e Silva eram paradigmas na literatura umbandista.
Concomitante à visão do Sagrado e do profano eliadeanos, da mediunidade e do sacerdócio, de Matta e Silva e Rivas Neto, articulamos também as proposições de Prandi (2004) sobre uma perspectiva mercadológica das religiões, que parece ser referencial para grupos existentes no Movimento Umbandista. Acreditamos que o ferramental teórico fornecidos por estes autores concorrem para um aprofundamento do debate proposto neste artigo.
Para avaliar se existe correspondência empírica no meio umbandista aos ensinamentos dos referidos autores, optamos por realizar uma pesquisa de campo sobre o tema mediunidade e sacerdócio com os dirigentes de um dos templos de Umbanda mais antigos do Brasil registrado em cartório: a Tenda Nossa Senhora da Piedade. A partir daí, discorremos sobre as possíveis consequências e impactos dos cursos de de sacerdócio, considerando dois aspectos que reputamos essenciais: o modus operandi tradicional da formação sacerdotal no Movimento Umbandista versus os cursos pagos de sacerdócio, recentemente inventados sem nenhuma relação com as práticas comuns das diversas escolas umbandistas.
Para ler o artigo na íntegra, acesse: http://www.ftu.edu.br/producoes/Artigo_Academico_-_Formacao_Sacerdotal.pdf

domingo, 14 de junho de 2009

Identidade Umbandista e seus efeitos sociais


A identidade umbandista é construída pelas inúmeras influências de tradições e culturas existentes em praticamente todos os pontos do nosso orbe. Não é por menos que a Umbanda é tida como Matriz Religiosa Brasileira, onde seu povo pelos diversos processos de miscigenação representa a síntese do nosso planeta.

Isso é totalmente diferente de utilizar outras religiões como padrão para a nossa. Procuraram imitar o catolicismo por muito tempo, simplesmente adotando algumas de suas práticas. Depois, imitaram o Espiritismo criando falsas necessidades de codificação da nossa religião. Agora querem imitar os Neopentecostais, colocando como salvação a adoção de suas práticas no meio político e econômico.

Dito de outra forma, o umbandista é influenciado a reproduzir soluções de outras religiões dentro de sua comunidade. Ao utilizar soluções próprias da Umbanda, no entanto, é taxada de importar conceitos. Veja como invertem o papel da Umbanda para a humanidade.

Por que classificar a estrutura Umbandista como um prédio sem síndico ou como amontoado de misturas? A Umbanda não é exótica, mas heróica por ser um instrumento importante de renovação da sociedade. A FTU é um exemplo vivo e emblemático desta transformação.

A FTU representa um avanço, uma mudança de patamar, para todos nós umbandistas. Com Ela, a Umbanda demonstrou a importância que dá para a Educação e como Ela pode colaborar com a diminuição das desigualdades religiosas, culturais, sociais, políticas e econômicas.

Podemos afirmar isto ao analisar a realização do I Congresso de Umbanda do Século XXI em suas dependências no ano passado. Acadêmicos e Sacerdotes de todos os cantos do país foram para dentro do terreiro produzir e ouvir conteúdo de peso sobre a Umbanda em aspectos acadêmicos e religiosos que socializam o conhecimento e reconhecem no Homem a solução para os problemas sociais.

Infelizmente muitos criticaram a FTU simplesmente por despeito ou por não terem eles construído a idéia. A visão corporativista já é considera anacrônica para o movimento umbandista, pois as Escolas de Umbanda estão cônscias a cada dia que passa da importância de dialogar e construir meios que dignifiquem a Totalidade de Escolas, respeitando a especificidade de cada Uma. Haja vista que felizmente observamos nas listas de discussão na internet irmãos que criticavam esta aproximação da Umbanda com a Academia através da FTU, reproduzirem textos acadêmicos.

A Umbanda respeita todas as religiões e, por isso mesmo, não se arvora em criticar pejorativamente nenhuma delas. Seus valores são fortes o suficiente para não imitarmos os outros segmentos religiosos. Lembremos que a Igreja Católica e Protestantismo, por exemplo, não acreditam na Reencarnação. Logo, suas abordagens no campo religioso e político são de certa forma justificáveis. O movimento umbandista é essencialmente reencarnacionista e desenvolve caminhos mais abrangentes na solução dos problemas de ordem espiritual e social.

domingo, 7 de junho de 2009

AUMBANDHAN E UMBANDA


Ainda preocupado com a visão de aproximação do saber acadêmico do religioso e vice-versa, vamos dar continuidade ao tema: Aumbandhan.

Dentro do ponto de vista acadêmico, volto a afirmar: Por mais que a Academia não consiga confirmar todos os ensinamentos trazidos por esta Escola sobre a Origem das Origens, com certeza ela não consegue negar. E se compararmos esta visão de Mundo a de outras respeitosas filosofias religiosas, certamente a Umbanda possui uma visão mais próxima da Ciência. Afinal, o Cristianismo não crê que o mundo foi criado em 7 dias e que Eva, literalmente, nasceu da costela de Adão?"

Dentro do ponto de vista religioso vamos aos conceitos metafísicos e lógicos. Tanto Diamantino Coelho Fernandes, como Mestre Yapacany e Mestre Arhapiagha afirmam que o conceito de Aumbandhan é muito antigo. Para o primeiro veio do Oriente. Já para os dois últimos ele é ainda mais antigo: veio em pleno solo brasileiro através da primeva raça Tupy muito antes de chegar ao Oriente.

Dentro desta própria linha de raciocínio, observaremos que nenhum dos autores em questão buscam patentear ou criar exclusivismo para o termo. Ao contrário, Mestre Yapacany faz questão de demonstrar no livro "Umbanda de Todos Nós" a existência do vocábulo nas antigas religiões e, neste caso, invariavelmente cita as tradições orientais e alguns escritores ocidentais que estudaram o assunto com afinco, por exemplo Eugênio Bournoff e Arhtur Shopenhauer.

Mestre Yapacany faz citações do Budismo, tomando como base livros antiqüíssimos na língua Zend, da expressão "Kumbanda" que por processos filológicos e semânticos veio de Aumbandhan e deu origem ao vocábulo Umbanda.

Mesmo assim Mestre Yapacany afirma que o conceito ainda não foi o mais antigo encontrado nos registros históricos. Ele afirma que o mesmo é Universal e era conhecido e venerado antes mesmo do cisma de Yrschú há 8600 anos!

A própria Tenda Espírita Mirim(TEM) não visa exclusivismo no termo. Muito pelo contrário. Essa valorosa Escola possui laços sinceros de amizade com a Escola conduzida por Pai Rivas, corroboradas pelo relacionamento fraterno dele com o Sr. Mirim (dirigente da TEM) como pode ser visto na sua última visita ao RJ; onde ambos participaram de uma gira de Confraternização que conseguiu reunir inúmeras Escolas umbandistas do Estado do Rio de Janeiro.

Finalizando, não podemos olvidar que a teoria da Aumbandhan foi pela primeira vez construída com corpo teológico de profundidade pelo Mestre Yapacany e aprofundado pelo Mestre Arhapiagha. No entanto, ambos os escritores não estão preocupados como patentes ou marcas, mas como este conceito pode auxiliar o movimento umbandista e a sociedade hodierna a alcançar patamares mais justos e igualitários.

domingo, 31 de maio de 2009

Ramatís e Umbanda


Sobre Ramatís gostaria de abordar 3 aspectos: Ramatís e seus médiuns; Umbanda versus Aumbandan e importação de conceitos estrangeiros.

Ramatís utilizou diversos médiuns. Hercílio Maes, Marcio Godinho, Norberto Peixoto, América Paoliello Marques, Maria Margarida Liguori, isto só para ficar nos principais. O autor que mais chegou perto da abordagem trazida pelo Hercilio Maes foi a América Paoliello Marques, tanto que seu livro foi prefaciado pelo próprio. Os demais autores produziram conhecimentos muito distantes entre si. Fiquemos no exemplo da Umbanda. Se para Ramatís/Hercilio Maes a Umbanda é culto fetichista, para Ramatís/Norberto Peixoto é a religião do terceiro milênio.

Dado este fato, não podemos olvidar duas coisas. Ou Ramatís mudou radicalmente o seu pensar sobre a Umbanda ou existe uma influência predominante sobre um ou mesmo os dois médiuns em questão sobre a entidade. Em quaisquer possibilidades, fica evidente que devemos evitar Ramatís como referência para compreender o movimento umbandista.

Sobre Aumbandan. Lembremos que Ramatís/Hercilio Maes não nega este conceito. Muito pelo contrário. Senão vejamos: "Etimologicamente, o vocábulo Umbanda provém do prefixo AUM e o do sufixo "BANDHÃ", ambos do sânscrito, cuja raiz encontra-se nos famosos livros da Índia, nos Upanishads e nos Vedas, há alguns milênios". "Aum é o próprio símbolo sonoro significativo da Trindade do Universo representando Espírito, Energia e Matéria (...)". "Bandhã,em sua expressão mística e iniciática, significa o movimento incessante, força centrípeta emanada do Criador, o Ilimitado, exercendo atração na criatura para o despertamento da consciência angélica. Mais tarde também passou a significar a "Lei Maior Divina", poder emanado do Absoluto." – Missão do Espiritismo -6ª Ed. – Cap. Espiritismo e Umbanda - páginas 132 e 133

Durante todo esse capítulo, o pensamento de Ramatís é muito claro. Para ele a Umbanda é um culto que distorceu bastante as relações com o Sagrados da antiga Aumbandan e, apesar de possuir ainda a atuação de alguns Guias de "escol", encontra-se em uma fase muito primitiva devido à influência da magia do negro (ele afirma que a feitiçaria é oriunda desta etnia). Como atua em um plano muito "denso" da magia, a Umbanda limita-se a uma espécie de faxineiro do baixo astral.

Vejamos agora a idéia de Aumbandan e Umbanda trazida por Pai Guiné/Mestre Yapacany, devidamente corroborada e aprofundada por Caboclo Urubatão/Mestre Arapiaga. Para esta Escola umbandista a Aumbandan é o Conjunto de Leis Divinas – a Proto-síntese Cósmica, mas ao contrário do que afirma Ramatís ela não veio do Oriente. Ela surge em plena Raça Lemuriana (que dentro da Escola de Síntese é reconhecida como a primeva Raça Vermelha de nome Tupy), mais especificamente no planalto brasileiro. Depois, por migrações físicas e reencarnatórias, chega ao Oriente e inicia sua volta para o Ocidente até os dias atuais. Perceba que nesta visão a Aumbandan não é nem uma importação de conceitos orientais, nem uma visão nacionalista/ufanista do brasileiro. O conjunto de leis divinas são Universo-descendentes, como bem diz Pai Rivas.

Já a Umbanda é um movimento (no sentido de ser dinâmico, aberto e em construção) religioso que visa através do sincretismo e da convergência restaurar esta condição primeva de harmonia, equilíbrio e estabilidade do Homem com o Cosmos através da Síntese da Gnose Humana. Assim, como foi explicitado nas vídeo-aulas da FTU, a Umbanda consegue agir desde os princípios mais espirituais até a matéria mais densa.

Por mais que a Academia não consiga confirmar todos os ensinamentos trazidos por esta Escola sobre a Origem das Origens, com certeza ela não consegue negar. E se compararmos esta visão de Mundo a de outras respeitosas filosofias religiosas, certamente a Umbanda possui uma visão mais próxima da Ciência. Afinal, o Cristianismo não crê que o mundo foi criado em 7 dias e que Eva, literalmente, nasceu da costela de Adão?

Não devemos confundir o que é "importação de valores estrangeiros" de conceitos para a Umbanda. Lembremos que o conceito de Orixá foi trazido da África, as práticas católicas e espíritas foram importadas da Europa, algumas Escolas Umbandistas importaram dos indígenas norte-americanos suas práticas. Enfim, se construirmos uma visão ufanista da Umbanda certamente perderemos todas essas ricas colaborações devidamente reelaboradas no seio do terreiro e a nossa melhor qualidade identitária: a diversidade!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Queremos a papoula ou a arruda?


Karl Marx afirma no livro "Crítica da Filosofia do Direito de Hegel": "Religion ist das Opium des Volkes".Entendemos o contexto e o direcionamento que Max quis dar a esta idéia, mas com convicção afirmamos que a Umbanda que vivencio está longe deste conceito.
A sociedade brasileira através de suas elites ao longo do tempo, procurou manter o status quo de quaisquer formas e métodos. Para eles, dentro de um pensamento maquiavélico, os fins justificam os meios... Será?
Peguemos o exemplo da escravidão do negro africano. Se por um lado foi horrível a forma como os nossos irmãos d'África aportaram no Brasil, pior ainda observamos seus últimos momentos antes da lei de "abolição da escravatura". Alguns pensadores umbandistas falaram sobre isto e, neste sentido, gostaria de trazer as palavras do sacerdote F. Rivas Neto:
"Não venhamos a entender com isto, que sejamos a favor da vergonhosa e tormentosa escravatura negra. Mas acreditamos que até hoje existe a dita escravatura, independente da tez. Vejamos o porquê de nossas assertivas: Na época da escravatura muitas leis foram para prevalecerem os próprios senhores de engenho e classes dominantes. Assim aconteceu com a Lei do Sexagenário (não era mais produtivo) e a Lei do Ventre Livre (era mais fácil deixá-los à própria sorte que sustentá-las até a idade produtiva). Como vimos, na época, foi um grande engodo. Finalmente, a "libertação dos escravos" foi outro engodo, pois libertou-se o negro sem nenhum planejamento, simplesmente porque ficava "mais barato", não havia necessidade de ônus com alimentação, vestimenta, etc. Mudou-se apenas a nomenclatura. Davam um salário que não dava para a alimentação, quanto mais para as outras necessidades básicas". In: Lições Básicas de Umbanda – 3ª Ed. – Complemento Especial – Aspectos Moral – Esotéricos da Umbanda – pág. 200.
Dentro da lógica de mercado existe produto e serviço. A diferença basilar entre ambos é que o primeiro é um bem tangível e o outro, naturalmente, intangível. O que acontece é justamente isto que Pai Rivas escreveu. O capitalismo selvagem trocou o "produto" miséria, calcado na cor da pele, pelo "serviço" miséria, onde a população é massificada e classificada como "minorias"(!?!?).
A Umbanda auxilia no processo de libertação real da escravatura em todos os dois casos supracitados. Seja percebendo o preto-velho como Mestre da Sabedoria e da Humildade, seja desconstruindo as relações de riqueza como sinal de aperfeiçoamento humano. Dentro do terreiro o Cooperativismo venceu o Corporativismo.
Para o sociólogo Peter Berger* "a institucionalização ocorre sempre que há uma tipificação recíproca de ações habituais por tipos de atores". Na Umbanda constatamos que através de seus terreiros (no âmbito religioso) e da FTU (no âmbito acadêmico) transformou-se em hábito a contra-ideologia de "desmassificação" da miséria e acentuamento dos nobres valores espirituais. Tudo isso através de um processo profundo de Educação para uma Cultura de Paz.
Como disse outrora, a Umbanda trocou a papoula pela Arruda e,com isto, age em parceria com outras áreas da Gnose Humana curando os chagas de ordem espiritual, cultural, social, política e econômica.
* A Construção Social da Realidade – II. A Sociedade como realidade objetiva – pág. 79.

domingo, 17 de maio de 2009

Umbanda e Academia


Dentro da abordagem acadêmica que a Umbanda introduz em sua comunidade através da FTU(Faculdade de Teologia Umbandista), gostaria de desdobrar alguns conceitos trazidos pelo Prof. Dsc. Pierucci quando considera o desenraizamento como fator de sucesso para as religiões acompanharem as necessidades da pós-modernidade e como ele enxerga a Umbanda neste contexto.

Para o prof. Pierucci a Umbanda é uma religião extremamente enraizada e esta pode ser definida como a matriz brasileira. Neste sentido, sua abordagem é que o movimento umbandista perde mercado religioso, devidamente registrado no senso do IBGE, por justamente não conseguir acompanhar a dinâmica do pensamento hodierno que faz com que os indivíduos experimentem inúmeras religiões sem um compromisso específico.

O que podemos dizer disto? Ao nosso ver, a Umbanda não possui uma única Tradição de "matriz brasileira", ou considerando as palavras do Prof. F. Rivas Neto "A constante da Tradição Umbandista é a contínua mudança, logo a Umbanda é uma Unidade Aberta em construção". Com isso entendemos que a Umbanda acompanha a "pós-modernidade", apesar de termos algumas ressalvas sobre esta expressão, por ser justamente desenraizada.

A Umbanda e sua aproximação da visão identitária brasileira se dá muito mais pelo fato do DNA mestiço que possuímos, do que uma compreensão exclusivamente regionalista. O que esta última, fatalmente, levaria ao nacionalismo.

Não é por menos que a Umbanda rejeita a idéia de ser nacionalista. Nas palavras de Pai Rivas: "Enquanto não banirmos a ignorância e o ódio que separam nações, povos, etnias e tradições filosófico-religiosas, não neutralizaremos os apegos do "egoísmo coletivo" (nacionalismo) e do "egoísmo individual" (exclusivismo), ambos mantenedores das misérias físicas e morais". In: Sacerdote, Mago e Médico- Cura e Autocura Umbandista- Parte III – Capítulo: Casos Clínicos e Nosológicos Espirituais – pág. 247.

A força da Umbanda está na sua matriz Universo-descendente, onde nós umbandistas não excluímos as culturas de outras nacionalidades. Ao contrário, dentro deste movimento – que é uma Unidade Aberta em Construção – todas as expressões do Sagrado tem voz e vez.

O que ganharíamos se olvidássemos a nossa diversidade (plural) em troca de uma forma única (singular)? Querem imputar um caráter exclusivista à Umbanda, enquanto nós continuamos na militância de terreiro em prol da Inclusão.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

A origem das Escolas Umbandistas e suas aplicações práticas





Um dos conceitos que melhor conseguiu expressar a diversidade umbandista é certamente o de “Escolas”, tal qual cunhado por Pai Rivas, sacerdote com quatro décadas de experiência e reitor da FTU(Faculdade de Teologia Umbandista).

Escola Umbandista é uma forma de compreender e vivenciar o Sagrado. Cada Escola é formada por um conjunto de conhecimento (Epistemologia), uma conduta (Ética) e uma forma de transmissão destes dois últimos (Metodologia). Mas como surgiram as primeiras Escolas Umbandistas?

Para responder esta pergunta, a FTU nos remete as três matrizes formadoras do nosso povo: português (europeu), o indío (autóctone brasileiro) e o negro(africano). Essas três matrizes são as Escolas primordiais da Umbanda. Através do processo sincrético conhecido por todos nós no Brasil surgiram novas releituras, verdadeiras relaborações que deram origem a todas as Escolas Umbandistas hoje existentes. Por isso que é comum afirmamos que um terreiro possui mais características dos cultos afros outros da pajelança indígena e ainda outros mais com os cultos católicos e “kardecistas”.

Esta compreensão profunda sobre o movimento umbandista é fruto de muitos anos de prática e estudo da Escola de Síntese, fundada e conduzida por Pai Rivas(Mestre Arhapiagha). Podemos entender isto de uma forma simples, mas não menos importante, ao compararmos cada cor com uma Escola de Umbanda.

Suponhamos que a Escola Esotérica, iniciada por Pai Matta(Mestre Yapacany), seja a cor verde. Estar cor é belíssima, mas não é superior ou inferior quando apreciamos outras cores. Algumas pessoas podem até preferir esta cor, mas em nada invalida as demais.

Assim existem irmãos que por falta dessa visão de todas as cores, ou seja do todo, não compreendem o atual trabalho desenvolvido por Pai Rivas quando no início do terceiro milênio instituiu sete ritos diferenciados e representativos da Umbanda como um todo.

Este trabalho foi ampliado originando a FTU e o Centro de Cultura Viva das Tradições Afro-brasileiras. Mesmo vivenciando e explicando a importância de todas as cores, Pai Rivas não descaracterizou o verde. Dito de outra forma, ao buscar a Convergência entre as diferentes Escolas a Umbanda Esotérica não foi negada, mas de fato ampliou as possibilidades de construção de uma Umbanda de Todos Nós, a Proto-Síntese Cósmica.

Utilizamos a palavra “possibilidades” e a mesma é muito pertinente ao se tratar de Movimento Umbandista. Suas Escolas permitem várias percepções da realidade que marcham de forma irrefutável para a Realidade última e Absoluta que é o Espírito. Nesta abordagem surgem os variados ângulos de interpretações de cada umbandista, fruto direto de suas experiências na atual e pregressas encarnações que originam as múltiplas afinidades.

Com um modelo tão inteligente, inclusivo e abrangente, como poderíamos pensar em codificação? Codificar é engessar, limitar este movimento. Dada a manifestação e manutenção da Umbanda através de formas coletivas de expressão, para codificar a Umbanda invariavelmente seria necessário codificar cada um de nós.

Neste sentido ousamos afirmar que as Escolas “umbandizam” seus filhos de fé, enquanto a codificação “robotizam” nossos pensamentos, sentimentos e ações. Nas palavras de Pai Rivas: "A Umbanda vive da diversidade, na diversidade, com a diversidade. A Umbanda é a própria diversidade"

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A diversidade umbandista pode ser com preendida por um único estudo de caso?


Aranauam, Saravá meus irmãos planetários,

Nos últimos emails que escrevemos, procurei demonstrar um pouco do que a FTU transmite para seus alunos e a sociedade civil tomando como referência materiais produzidos por esta instituição de ensino superior e pelo contato que tenho obtido com o seu reitor F. Rivas Neto, meu Pai de Santé.

Se os irmãos observaram bem, o tema focal de nossas discussões foram a diversidade umbandista e seus relacionamentos com a Gnose Humana, exemplificado na relação Ciência X Religião. Pois bem, através da abordagem trazida pelo prof. Dsc. Sulivan Charles Barros no artigo: "Possessão, gênero e sexualidade transgressora: Análise biográfica de uma pomba-gira da Umbanda", gostaríamos de produzir algumas reflexões. O mesmo pode ser acessado através do sítio: http://www.fazendogenero8.ufsc.br/sts/ST30/Charles_%20Barros_Sulivan_30.pdf

Peço aos irmãos interessados no assunto que antes de continuar a leitura de nosso texto, por gentileza, leiam o artigo.

Todos nós temos observado a ótima repercussão nas listas do conceito de Escolas Umbandistas. Somos sabedores que alguns distorceram e outros mudaram os nomes para alegarem uma pseudo-autoria, mas de uma maneira geral o mesmo tem sido discutido com freqüência nos fóruns.

Pois bem, o conceito de Escola Umbandista vem reforçar a importância de entendermos o nosso movimento religioso como uma demonstração harmônica da diversidade religiosa. Cada terreiro possui um papel importantíssimo na construção e perpetuação dos valores trazidos pelo Astral Superior e, para isso, não precisamos estabelecer uma relação de concorrência. Todas as Escolas são importantes para a Umbanda que é uma Unidade Aberta em Construção, como afirma Pai Rivas.

Diante desses fatos, será que conseguiríamos entender toda a Umbanda sem considerar o profundo imbricamento de suas Escolas? Somos apologistas da interdependência e, nesse sentido, não podemos assumir para a totalidade as particularizações trazidas pelo médium da pomba-gira Milena que foram interpretadas e desdobradas pelo prof. Barros na sua produção acadêmica.

Nós que possuímos a visão "desde dentro", precisamos analisar com muito critério tudo que foi dito no artigo em questão para colocarmos nossas considerações utilizando não só o senso comum, mas principalmente o senso crítico como um contra-ponto ao olhar "desde fora". Por tudo isso, os teólogos formados pela FTU possuem e cada vez mais possuirão uma importância capital para dialogar com este importante setor da sociedade.

Dentro deste contexto, corroboramos as palavras do Prof. Reginaldo Prandi no I Congresso de Umbanda do Século XXI realizado pela FTU: A faculdade é o fórum privilegiado para a discussão de profundidade sobre a Umbanda e o seu futuro.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Cursos exclusivistas prejudicam a diversidade umbandista


O conceito de Escolas realmente estimula uma visão muito mais pacifista e convergente da diversidade umbandista. Neste sentido, entender Escolas como formas de interpretar e manifestar o Sagrado é respeitar esta tão propalada diversidade, pois ficam estabelecidos relacionamentos harmoniosos com o outro (alteridade).

Aqueles que pensam que seus grupos estão em um patamar maior ou melhor, imputam uma visão exclusivista. A pluralidade é trocada pela singularidade. Deixamos de ser unos e passamos a estarmos únicos. Normalmente estes grupos traduzem estas visões distorcidas da Umbanda como um todo em cursos para a comunidade, mas prevalecendo uma forma única sobre as demais. Para este tipo de curso, mesmo que fosse gratuito, o prejuízo à união do nosso movimento religioso é evidente.

Academicamente sabemos que quanto maior a extensão, menor será a profundidade. Utilizando o exemplo do email do Araobatan: quanto maior a escala do mapa, mais espaço eu enxergo com menor especificidade. O inverso é verdadeiro. Quanto menor a escala de um mapa, maiores detalhes da região são coletadas. Dado este conceito, fica fácil entender que esta profusão de cursos oferecidos por aí com uma carga horária pequena pouco ou quase nada conseguem passar mesmo dentro de um escopo exclusivista. A questão sai do aprendizado e entra no clientelismo. Sai o foco da informação da qualidade e preza-se pela quantidade de pessoas que farão o curso.

Pior do que estes cursos são os cultos pagos. Sim meus irmãos, existem pessoas que estão divulgando cultos "umbandistas" cobrando ingresso, como se fosse um show ou teatro.

Para estes não basta utilizarem o rótulo "Umbanda". Querem utilizar o mote dela. Por isso, afirmam em um curso específico de um grupo que o mesmo será dado em caráter universalista e panorâmico. Já comentamos isto, mas o que era para ser vivido dentro do terreiro e discutido com outras Escolas passa a ser visto como uma relação clientelista. Quer aprender sobre um assunto específico? Não precisa bater cabeça no congá, basta colocar a assinatura em um cheque.

Estes grupos andam mudando subitamente de opinião. Até ontem achavam a idéia da Umbanda produzir conteúdo acadêmico e respeitoso com a diversidade equivocado. Agora falam como se possuíssem a primazia. Longe estamos de disputar quem falou ou quem pensou primeiro. Para nós, as boas idéias vêm de Aruanda e ponto. Cabe a nós, filhos de fé do terreiro exercitá-las no dia-a-dia.

Felizmente existem casas espirituais espalhadas pelo mundo que não se deixam levar por esta propaganda vazia. O que vale para esses inúmeros cavalos de Umbanda é fazer valer a vontade do Caboclo, do Pai-Velho, da Criança, do Boiadeiro, do Baiano, do Marinheiro, do Exu, do Cigano, enfim do Ancestral Ilustre. Neste sentido, o Astral orientou a construção de uma faculdade que possua em seu bojo não só o respeito, mas principalmente a vivência da diversidade. Para estes irmãos abnegados damos o nosso Paó e rogamos aos Orixás que as construções socializáveis e inclusivas continuem!

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A Unidade Aberta não pode se fechar


A Umbanda possui uma metodologia que está na vanguarda da sociedade. Afinal, assim como o discurso acadêmico, percebemos o nosso movimento como uma Unidade Aberta em Construção. Porém nem sempre isto foi compreendido por parte da nossa comunidade.

Alguns irmãos planetários na dificuldade de compreenderem o que os próprios sacerdotes de seus terreiros afirmavam, adotaram as ideologias de outras religiões. Como exemplo, vamos citar aqueles que importaram a mensagem espírita "kardecista" e observar quais foram as suas conseqüências.

A primeira, e talvez mais óbvia, é entender a Umbanda como uma religião confusa e desorganizada devido ao fato de não possuirmos uma codificação, um codificador. Quantos livros nós não vimos na prateleira das livrarias com temas do tipo "código de umbanda"? Só esqueceram de avisar aos Guias que baixam no terreiro como funciona este código feito por encarnados...

Outro fator não menos importante é a tentativa de reconhecer na influência africana da Umbanda uma forma primitiva ou mesmo "incivilizada" de expressão religiosa. Tantas vezes escutamos a história do Zélio de Moraes na Federação Espírita de Niterói e mesmo assim observamos a persistência de alguns neste discurso etnocêntrico. Até quando?

Para não estender muito assunto, fiquemos em último aspecto. Muitos irmãos procuram extirpar o mestiço na Umbanda, evocando um "purismo" utópico, simplesmente pelo fato de não aceitarem o sincretismo religioso como algo positivo. Tudo entrou na classificação de folk, superstições e crendices. Usaram o nosso imaginário para nos achincalhar.

Neste sentido, lembro o "Livro dos Espíritos" e a seguinte passagem racista: "(...)dir-se-á, sem dúvida, que o Hotentote é de uma raça inferior; então, perguntaremos se o Hotentote é um homem ou não. Se é um homem, por que Deus o fez, e à sua raça, deserdado dos privilégios concedidos à raça caucásica? Se não é um homem, porque procurar fazê-lo cristão?" (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Instituto de Difusão Espírita, Araras, São Paulo, sem data, capítulo V, p. 127 – Grifo nosso).

Já no livro "Missão do Espiritismo", 6ª edição da Livraria Freitas Bastos, Ramatís coloca a Umbanda como religião inferior quando comparada ao Espiritismo. Observemos o "Capítulo IX - Espiritismo e Umbanda", mas especificamente os seguintes trechos: "Pergunta) Os espíritas criticam a Umbanda porque é doutrina demasiadamente apegada aos fenômenos da vida material! Que dizeis? Resposta) Não há dúvida. A Umbanda ainda é culto fetichista(...)" (Página 145) e "O Espiritismo, como sistema o doutrina dos espíritos, firma os seus postulados nas bases principais transmitidas do Além, enquanto a Umbanda, na atualidade, ainda é sincretismo religioso, amálgama de concepções heterogêneas de crenças, folclores, superstições, ritos e costumes religiosos de diversas raças e povos(...)" (página 150). Grifo nosso.

Respeitamos os confrades espíritas, mas não podemos nos calar. Somos umbandistas e a visão desde dentro da Umbanda precisa ocupar lugar central no entendimento da própria Umbanda. Ou estaria certo entender o "Kardecismo" sob a ótica de uma doutrina externa ao Espiritismo?

domingo, 19 de abril de 2009

“A constante da Tradição Umbandista é a contínua mudança, logo a Umbanda é uma Unidade Aberta em construção”


Aranauam, Saravá meus amigos listeiros,

A FTU lançou no final do ano passado a 16ª vídeo-aula que encerrou ciclo de 2008. Diversos temas foram tratados nesta vídeo-aula e para não ficar muito extenso o nosso texto, vamos abordar a questão de Raiz por dentro do movimento umbandista.

Antes de mais nada, gostaria de trazer um conceito esposado por Pai Rivas desde muito tempo que foi ratificado nesta última aula: "A constante da Tradição Umbandista é a contínua mudança, logo a Umbanda é uma Unidade Aberta em construção". Esta idéia abre um leque de possibilidades permitindo ao umbandista viver em profundo respeito com a diversidade religiosa.

Neste instante surge um questionamento natural: o porquê e como isso acontece.

O porquê se dá pela característica essencial do Universo que também é a constante mudança. Aliás, seu equilíbrio é dinâmico e não estático. Da mesma forma o homem em seus múltiplos aspectos. Logo, se a Umbanda fechasse uma única e exclusiva forma de espiritualizar o cidadão planetário, estaria a mesma engessando uma doutrina que só possuiria aplicabilidade em grupos específicos e em contextos históricos também específicos.

O método, ou seja como isso se dá, pode ser explicado pelo conceito de Raiz. Raiz nada mais é do que Escola. A vídeo-aula foi muito clara. A Umbanda é uma idéia e esta se expressa através de diversas linguagens. Cada linguagem, entenda-se forma de compreensão e vivência da Umbanda, é uma Raiz ou Escola. Com isso, Pai Rivas afirma que não existe uma única Raiz ou Raiz melhor que outra. Existe a Raiz de Guiné, Raiz de Urubatão da Guia, Raiz de Pai Julião, Raiz de Tupanzinho, enfim toda entidade tem raiz.

Esta dinâmica da vida ocorre dentro das próprias Escolas. Cada Escola, por pertencer à Umbanda, também é uma Unidade Aberta em Construção. Com isso a evolução do homem – que requer mudanças constantes – não é frenada, mas acelerada pela Raiz que pertence.

A própria palavra "Raiz" é simbólica. Lembrando a vídeo-aula de número 15, temos que o solo guarda a morte e revela a vida através das plantas. Seguramente a raiz é responsável pela transformação destes elementos e condução da vida. Da mesma forma a Raiz/Escola funciona da mesma forma para o Homem através de processos atraumáticos que encontram na diversidade a sua Unidade.

E deixa a Gira girar!

Observação: As vídeo-aulas estão disponíveis no sítio www.ftu.edu.br

sábado, 11 de abril de 2009

Vídeo-aulas da FTU e Terapêutica Umbandista


Aranauam, Saravá meus amigos,

Para quem assistiu gratuitamente a 15ª vídeo-aula da FTU, disponível no sítio: http://www.ftu.edu.br/, encontramos na parte III um assunto de importância fundamental para o Homem e a Sociedade: Terapia e Liturgia dos Minerais, Vegetais e Animais. Uma abordagem da cura do Espírito através de princípios naturais.

Nesta vídeo-aula Pai Rivas nos ensina os diversos relacionamentos entre Orixá, Ancestrais Ilustres, Natureza e o Homem. No gráfico acima podemos trabalhar conceitos interessantes.

Olhando-o atentamente, encontramos o Mundo Sobrenatural e Natural. No primeiro temos os Orixás e os Ancestrais Ilustres e no segundo a Natureza e o Homem. Assim temos uma interação imediata e dialética do Homem com a Natureza e, também, do Homem com o Ancestral Ilustre. De forma mediata, o Homem se relaciona com o Orixá tendo o Ancestral Ilustre e a Natureza como meio de contato mais comum.

Dentro desta lógica afirmamos que todas as vídeo-aulas abordaram a terapia da alma. Se as três últimas discorreram sobre o assunto objetivamente, as demais contribuíram de forma significativa quando propuseram discutir a etiologia da doença em nível espiritual, cultural, social, político e econômico. Entendamos o porquê.

A Escola de Síntese preconiza o encontro do Homem consigo, com o Próximo, com a Sociedade, com a Natureza e com o sagrado. Aí está a higidez do corpo físico, emocional e mental de todos nós, seres encarnados. As vídeo-aulas trataram inúmeros destes aspectos que vão desde a Origem do Universo até a Origem do Homem Planetário, levando em consideração as questões individuais e comunitárias.

Esta feliz abordagem trazida pela teologia umbandista nos faz concordar com o prof. F. Rivas Neto quando afirma sobre os aspectos da Iniciação (conhecer a origem); seja mergulhando no seu interior através da reflexão (interioridade), seja percebendo o exterior através da atenção que quando aplicado ao outro, surge a alteridade.

Os terreiros com suas linhas de transmissão concretizadas na mediunidade e na iniciação são expressões vivas destes conceitos. A Umbanda e suas Escolas nos proporcionam meios reais para reestabelecer a saúde. Os Guias quando estão no "reino" agem como verdadeiros terapeutas descalços...

domingo, 5 de abril de 2009

A Umbanda mostra como relacionar Teoria com Prática

Mestre Canindé acostado em Pai Rivas produzindo a cura dos males físicos e espirituais

Aranauam, Saravá !

Recentemente temos trazido alguns conceitos sobre a Umbanda, o movimento umbandista e seu relacionamento com a Sociedade desde seus aspectos superficiais até os mais essenciais de forma a não privilegiar nenhum ângulo de interpretação. Somos a favor de todas as formas de se compreender e praticar a Umbanda.

Também não poderia deixar de comentar que boa parte dos conceitos trazidos neste blog foram desdobramentos naturais de dois presentes que o nosso movimento umbandista recebeu da FTU(Faculdade de Teologia Umbandista): Vídeo-aulas gratuitas e I Congresso de Umbanda do Século XXI.

Estes bens socializáveis só foram concretizados por um motivo simples: as pessoas que participam destas iniciativas possuem uma profunda vivência naquilo que apresentam. Ou seja, só existe uma teoria com qualidade, pois ela é praticada dentro e fora das dependências da faculdade.

A 15ª vídeo-aula, disponível no sítio http://www.ftu.edu.br/, é simbólica neste sentido. Após uma profunda explanação sobre conceitos metafísicos, por exemplo ao demonstrar a vida através dos Orixás e Ancestrais no mundo sobrenatural e da Natureza e do Homem no mundo natural, Pai Rivas apresenta como estes podem ser aplicados na saúde dos irmãos planetários através de Garrafadas, Rezas, Mandingas e Simpatias. Tudo de forma gratuita! Disponíveis para quem quiser buscar a saúde espiritual, profissional, emocional e material. Também não podemos esquecer da explanação de 75 ervas com suas propriedades medicinais e, principalmente, rituais.

E como poderíamos deixa de lado o Centro de Cultura Viva das Tradições Afro-brasileiras? Esta casa espiritual busca na vivência dos ritos de Candomblé de Caboclo, Catimbó, Encantaria, Pajelança, Toré, Xambá, Terekô, Babaçuê, Xangô do Nordeste, Mabassa, Culta ao Exu, além das diversas Escolas Umbandistas, resgatar a essência das Tradições com respeito pelas diferenças.

Finalizando, sobre o movimento oscilatório da Umbanda entre o Centro e a Periferia, gostaríamos de disponibilizar um link onde nossa apresentação poderá ser acessada visando uma melhor compreensão dos conceitos esposados: www.conub.org.br/material/Grafico_Umbanda.pps

domingo, 29 de março de 2009

Mídia tendenciosa




Aranauam, Saravá!

A Umbanda possui um conjunto de idéias que são vivenciadas diuturnamente nos terreiros e estas são completamente diferentes dos valores invertidos exercidos na sociedade hodierna. Não poderia ser diferente. Somos um movimento religioso que prefere a Convergência ao invés da Concorrência.

Pois bem, um dos conceitos que exemplificam bem a idéia Umbanda é a compreensão de sua universalidade, dito de outra forma, na busca da essência que é comum a todos os Saberes da humanidade.

Recentemente lemos em uma revista que a característica universal da Umbanda poderia implicar no afastamento da mesma de seu berço e contexto brasileiros considerando que a busca pela essência necessariamente afasta-se da forma.

Nós pensamos por outro ângulo, pois buscar a Essência da nossa Sociedade é estar em consonância com a alma do brasileiro que é universalista por excelência. Isto está nos seus pensamentos e sentimentos que de uma forma geral construíram uma cultura que ressalta a diversidade e que foi tão bem expressa no nosso DNA mestiço.

Quanto ao fato da Umbanda buscar a universalidade das coisas, isto não quer dizer que ela é elitista. Muito pelo contrário, o que ressaltamos é que a Umbanda não fica presa no Centro desdenhando de quem está na periferia e nem mantém a miséria espiritual e material do mundo estancada na periferia. Como afirma F. Rivas Neto, a Umbanda oscila do centro à periferia de nossa sociedade buscando diminuir esta distância.

Lembremos que no processo máximo de fragmentação da gnose humana, o homem criou necessidades de ordem espiritual, cultural, social, política e econômica. Com o avanço da dialética umbandista, acreditamos que estes valores entram em um processo natural de aproximação que culminará na Convergência. Com isto afirmamos existir uma lógica muito séria que objetiva diminuir as desigualdades do mundo.

A mídia plutocrata não pode simplesmente trazer uma visão reducionista desde fora da nossa religião sem que nós possamos exercer nosso direito de reflexão desde dentro.

domingo, 22 de março de 2009

A Umbanda produz Harmonia, Estabilidade e Equilíbrio de forma interdependente

(1) O Poder Operante ou Volitivo dos Arashas Virginais aplicado à Substância Etérica conferiu-lhes ciclos e ritmos que se expressaram através de: Luz, Som, Movimento Cósmicos.
(2) O Poder Operante ou Volitivo dos Arashas Solares aplicado à Substância Solar conferiu-lhes ciclos e ritmos particulares. Estes se expressam através de: Equilíbrio, Estabilidade e Harmonia Planetárias.
(3) O Poder Operante ou Volitivo dos Arashas Planetários ou "Ancestrais" aplicado à Setessência da Matéria confere-lhe ciclos e ritmos particulares. Sua expressão dá-se através dos: Organismo Mental, Organismo Astral e Organismo Etéreo-Físico.


Aranauam, Saravá meus amigos,

No último texto abordamos como a Umbanda se relaciona com a Ecosofia citando a interdependência entre o Cosmos, o Planeta e o Homem. Estes conceitos foram retirados do livro "Sacerdote, Mago e Médico – Cura e Autocura Umbandista" do autor Francisco Rivas Neto.

Visando outros desdobramentos dentro contexto, gostaria de pedir Agô ao referido escritor e transcrever um trecho do livro em questão situado na "Parte II – Medicina de Síntese", mas precisamente no Capítulo "Fisiologia da Energia Sutil: Canais – Chakras":

A Medicina de Síntese, o médico ou o curador tântrico procuram harmonizar o Homem com sua essência, não se esquecendo, porém, que o mesmo possui Organismos Dimensionais. Não fragmenta o binômio Espírito-Corpo; ao contrário, procura incrementar-lhe a unidade.

Lendo o excerto, pediria a atenção do atento leitor às idéias de Equilíbrio, Estabilidade e Harmonia Planetárias. Seguindo o raciocínio de interdependência, e considerando a existência no Homem com seus Organismos Etéreo-Físico, Astral e Mental, temos:

· Harmonia de Pensamentos (Mental)
· Estabilidade de Sentimentos (Astral)
· Equilíbrio de Ações (Físico)

Esta é a proposta da metafísica umbandista: relacionar o Cosmos, o Planeta e o Homem.

domingo, 15 de março de 2009

Umbanda e Ecologia


Pai Rivas trouxe nas vídeo-aulas produzidas na FTU* o termo Ecosofia. Lembramos que este conceito significa filosofia ecológica que leva em consideração não só aspectos do meio ambiente físico, mas do homem e da sociedade que está inserido. A Ecosofia é um termo cunhado por Félix Guattari, pensador marxista francês.

Paralelamente temos nos Altos conceitos da Teologia Umbandista uma visão interessantíssima sobre a Cosmogênese, Planetogênese e Antropogênese. Dentro desta dialética física e metafísica, aprendemos que existe uma interdependência entre estas três manifestações.

Continuando o raciocínio, somos regidos por Ciclos e Ritmos imprimidos pelo Poder Volitivo do Orixá na substância escura desde nossa primeira manifestação no Universo Astral. O que se repetiu no planeta que habitamos e está expresso analogicamente na formação dos nossos corpos Mental, Astral e Físico.

Onde queremos chegar com isto? Que Respeitar a Natureza, Preservá-la e buscar novas formas de relacionamento com Ela é uma consequência natural da maneira como lidamos com nós mesmos. E no instante que assumirmos uma postura de Harmonia, Estabilidade e Equilíbrio, naturalmente estaremos mais próximos das Origens das Origens.

A Ecosofia busca compreender o Homem dentro da Sociedade e como ele se relaciona com a Natureza. A Umbanda preconiza que o Espírito, responsável pela Vida nos diversos níveis da matéria, se relaciona no Mundo Natural com a Natureza e com o Homem e no Mundo Sobrenatural com os Orixás e os Ancestrais Ilustres.

A Umbanda é ecosófica em sua Essência e a Filosofia da Ecologia encontra fundamentos importantes na Teologia Umbandista. Mais uma vez a FTU demonstra como podemos aproximar o Saber Acadêmico do Religioso, respeitando suas diferenças e - principalmente - unindo pela Essência.

* maiores informações, acesse: www.ftu.edu.br

quarta-feira, 11 de março de 2009

A Diversidade Umbandista




Aranauam, Saravá meus irmãos,
"A Umbanda é a própria diversidade". Neste importante conceito desenvolvido por Pai Rivas conseguimos compreender que a força da Umbanda está em sua pluralidade.

Neste blogue já escrevemos alguns rudimentos sobre Escolas Umbandistas. Estamos convictos que a compreensão desta simples, porém profunda idéia facilitará substancialmente o entendimento do DNA plural que a Umbanda carrega em seu próprio Movimento.

Outro assunto que está intimamente ligado com o que escrevemos até aqui é a própria FTU(Faculdade de Teologia Umbandista). Para entender esta interdependência, gostaria de transcrever algumas palavras do livro "Sacerdote, Mago e Médico – Cura e Autocura Umbandista" do autor Francisco Rivas Neto (Pai Rivas), o qual sinceramente peço seu Agô:

"Escolas ou Segmentos Umbandistas
Na Umbanda, pela diversidade dos seus adeptos, há também uma diversidade de ritos e de formas de transmissão do conhecimento. A essas várias formas de entendimento e vivência da Umbanda denominamos escolas ou segmentos.
As várias escolas correspondem a visões, umas voltadas mais aos aspectos míticos e outras mais voltadas à essência espiritual, abstrata. Embora não haja consenso quanto à ritualística, que são várias formas de interpretar e manifestar a doutrina, a essência de todos é a mesma e todos são legitimamente denominados umbandistas.
A Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino apresenta uma variedade de rituais que pretende representar uma amostragem fidedigna dos vários segmentos umbandistas, proporcionando desde as formas mais míticas até as formas mais internas de contato com o Sagrado. Em função disso a OICD assumiu para si a responsabilidade de enfrentar a tarefa de promover a convergência, fundando a Faculdade de Teologia Umbandista.
A fundação da Faculdade em si talvez importe menos que o impacto que a mesma encerra. Talvez não tenhamos percebido, no momento, a mudança de rumo que provocaremos na história, primeiro em nosso país, depois no mundo. Com o movimento oscilatório que a Umbanda tem, variando entre o centro e a periferia e, agora, estabelecendo-se mais consistentemente no foco das manifestações culturais, intelectuais, sociais, políticas e econômicas, a revolução que podemos esperar é a de uma mudança pacífica mas profunda de paradigmas, arrastando toda a periferia ao centro e promovendo uma nova ordem social, mais igualitária e baseada em valores mais humanos.
O ineditismo e a coragem desta empreitada umbandista ficará indelevelmente registrada na história planetária e se constituirá como um dos fatores mais marcantes do início do século XXI.
A Faculdade, além de suas propostas pedagógicas, pretende exercer uma função de transformadora social, reduzindo as desigualdades em todos os âmbitos, acabando com as exclusões, promovendo a tolerância consignada na convivência pacífica, construindo a legitimidade paulatina do consenso livre.
Assim como a sociedade internacional reclama consenso no político e diplomático, também reclama no nível do Sagrado, alcançando todos os seres em busca de convivência pacífica que nos remeta à Paz Mundial."

Este trecho foi extraído dos Excertos Finais do livro, mais precisamente do item "A Faculdade de Teologia Umbandista", páginas 459 e 460 da edição publicada em 2003.

Seis anos depois constatamos os benefícios que a FTU ofertou e continua produzindo para nós umbandistas ou não em níveis emergenciais e – principalmente – estruturais. A Faculdade é um bem coletivo do qual todos nós, filhos de Pemba, temos a satisfação de saber da sua existência e conhecer seus frutos que cheiram a Arruda e Guiné.

Mais uma vez reitero meu convite aos irmãos que residem próximo da capital paulista à prestarem o vestibular 2009 da FTU, onde serão verdadeiros protagonistas das transformações profundas e atraumáticas que a Umbanda tem para o Mundo.


Salve a UMBANDA!

quarta-feira, 4 de março de 2009

A Umbanda do amanhã

Aranauam, Saravá meus irmãos planetários,
O conceito de Escolas Umbandistas foi apresentado à Sociedade Civil por Pai Rivas através de livros publicados no início deste século como o "Sacerdote, Mago e Médico"ou mesmo as recentes vídeo-aulas produzidas pela FTU. Escolas são formas de compreender e praticar a Umbanda.
Além de permitir um novo olhar para a Umbanda do passado e do presente, este mesmo conceito pode ser utilizado para vislumbrar o futuro de nosso movimento religioso. Desta forma, o gráfico acima é uma representação do símbolo desenhado por Pai Rivas na lousa da FTU durante a gravação da vídeo-aula de número 14: "Terapia e Liturgia dos Minerais, Vegetais e Animais - Parte II"*
Considerando a circunferência uma representação do Todo, entenda-se Unidade, temos cada Escola umbandista representada por uma cor específica no Gráfico. No entanto, perceberemos que só metade da circunferência está preenchida. O que isto significa?
Para Pai Rivas, e nós concordamos, o não preenchimento de toda a Gnose umbandista pelas atuais Escolas é a prova cabal de que a Umbanda é uma Unidade Aberta que está em construção. Isto se deve ao próprio mundo estar em constante construção. Além disso, esta demonstração nos conduz a um processo lógico de raciocínio que não permite aceitarmos a codificação da Umbanda. Afinal, parafraseando Pai Rivas, não temos a última resposta, pois não sabemos a última pergunta...
Observem meus amigos que este gráfico realmente permite uma série de desdobramentos.
No entanto, voltemos ao tema "Umbanda do futuro". O não preenchimento de boa parte da Unidade representada na circunferência nos leva a vislumbrar algumas possibilidades. A primeira é que novas Escolas surgirão e permitirão aos cidadãos planetários penetrar neste Espaço não desvendado. A outra e não menos importante é a reformulação de algumas das Escolas Umbandistas, o que aumentaria sua abrangência e abarcaria estes pontos ainda velados da Umbanda. Também não podemos negar que ambas podem acontecer mutuamente. A quarta via seria uma fusão inicial de Escolas que fomentaria a inexorável Convergência entre Elas.
Independente destas ou outros inúmeros meios de desenvolvimento do Movimento Umbandista, temos certeza que o maior ou menor aprofundamento deste processo de condução do Homem à harmonia, estabilidade e equilíbrio de seus pensamentos, sentimentos e ações dependerá essencialmente de como nós agiremos daqui para frente.
A Umbanda trouxe ferramentas de aproximação dos Saberes Acadêmicos e Religiosos visando o Saber Popular. A Faculdade é uma Institucionalização desta Vontade do Astral. Com pensamento humilde, sentimento puro e ação efetiva teremos um belíssimo futuro pela frente. Viva a Era de Aquário!

*Maiores informações, acesse: http://www.ftu.edu.br/