segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A Educação pela Vivência, sem cartilhas...


Aranauan, Saravá meus irmãos planetários,

É com grande satisfação e alegria que acessamos a publicação 110 "Contos, encantos e encontros num ritual de fundamento da Escola de Síntese" e a publicação 111 "A Hierarquia Divina na Umbanda na visão da Escola de Síntese" do Blog Espiritualidade e Ciência disponível em:
http://espiritualidadeciencia.wordpress.com

Em ambas as publicações observamos uma apresentação natural de ideias, algo que reflete o sacerdócio forjado no terreiro passando por uma linha de transmissão, uma raiz de fato e direito. Isto não é privilégio de uma, mas de todas as Escolas. Nossa tradição oral nos conduz ao contato constante e verdadeiro entre discípulo e Mestre, filho e pai de santo. Algo que não pode ser substituído por apostila ou curso de formação mediúnica ou sacerdotal.

Lógico que entendemos e achamos justíssimos os templos que oferecem cursos para os seus médiuns, mas nos referimos especificamente àqueles que tentam passar uma visão distorcida para a comunidade das religiões afro-brasileiras. Compreendendo a importância do tema, penetremos no nosso diálogo para algo muito sério e delicado que é a educação infantil dos religiosos afro-brasileiros.

Apenas como exemplo hipotético, imaginemos um livro ou apostila que assumisse para si o ensino de nossas crianças em formato de "cartilha infantil" da Umbanda. Não bastasse o perigo da codificação das religiões afro-brasileiras, algo impossível que as Escolas nunca tentaram fazê-la, será possível alguém tentar uma codificação infantil?

Logo a criança, um ser recém encarnado, que está em uma fase de construção da sua personalidade, do seu caráter ter sua liberdade tolhida por uma visão única e equivocada de contatar o Sagrado?

Nem todos são pais, mas certamente todos são filhos e, neste sentido, sabem que a melhor forma de educar é pelo exemplo. Não adianta falar ou escrever uma coisa e fazer outra, a criança aprende aquilo que seus pais praticam.

Esta naturalidade da família cosanguínea analogicamente é a base da família espiritual. Os filhos espirituais vão aprendendo com seus irmãos mais velhos, com o sacerdote e os guias que baixam no terreiro. Com a criança não é diferente. Não precisam de catecismo umbandista, precisam aprofundar o contato com os ancestrais, com o sacerdote. Isto não dá para ser transmitido pela apostila ou mesmo livro de "evangelização infantil".

Por falar em Evangelho, naturalmente a figura do Cristo surge em nossa mente. Não o Jesus esculpido por interesses escusos ao longo da história antiga e recente, mas o Cristo Cósmico. Este Sábio usou a Sua vida como exemplo para todos. Respeitou e defendeu a liberdade com responsabilidade, assumiu posições que muitas vezes iam contra o status quo, enfim expressava pelas palavras aquilo que vivia. Qualquer semelhança com a Iniciação nas Religiões Afro-brasileiras não é mera coincidência, é coerência com a Tradição Oral.


E deixa a Gira girar!

 Ps: Esta é a visão que aprendi com meu pai espiritual, Pai Rivas, dentro do terreiro na Escola de Síntese 


Aranauan, Saravá Fraternal,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

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