segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O livro esclarece e a fé ilumina!

Aranauan, Saravá meus irmãos planetários,

Ultimamente as notícias sobre novos e reedições de livros marcaram o início deste ano. Qual será o motivo para estes autores dos dois lados da vida publicarem conteúdo que prima a qualidade e não a quantidade?

Inicialmente poderiam os irmãos considerar uma justificação da fé. Conversando com Pai Rivas temos absoluta certeza que não. A fé é adquirida, construída no terreiro para aqueles que são adeptos das religiões afro-brasileiras. Não é necessário de livro, não precisa de justificativa. Basta o encontro com o sacerdote sério, com o Ancestral Ilustre e a fé se instala na alma de forma plena.

Os livros produzem argumentos baseados na lógica e bom senso que permitem aos seus adeptos e mesmo irmãos de outros setores compreenderem elementos importantes da doutrina, realizar um processo de aprendizagem complementar, enfim vivenciar o diálogo como terapia nas palavras do Pai Rivas. Fica claro que, para tanto, estas obras em questão não podem desinformar, apresentando invenções distantes da nossa tradição, e muito menos registrar erros acadêmicos, filosóficos ou deturpações artísticas. Agindo assim promovem o efeito oposto que buscam os sérios escritores das religiões afro-brasileiras.

Para auxiliar este processo de compreensão crítica, evocamos a Faculdade de Teologia Umbandista. Esta mesma faculdade que, seguindo as prerrogativas do MEC (Ministério da Educação), poderia formar sacerdotes e optou por não fazê-lo. Afinal, a faculdade é uma das mais vigorosas defensoras do sacerdócio forjado no terreiro passando pelas mãos de um pai ou mãe espiritual que passou pelo mesmo processo. A FTU forma apenas teólogos.

Observem bem meus caros. A FTU é uma faculdade que pode formar sacerdotes, porém não procede desta maneira em nome da valorização das suas Escolas. Ao passo que existem grupos de pessoas que não possuem uma faculdade de teologia e usam o nome da teologia (sem regulamentação do MEC) para formar sacerdotes em curso. Não precisamos dizer que os mesmos se "formaram" também em cursos e a última coisa que buscam é valorizar o sacerdócio no terreiro. Como se não bastasse, alegam que só pode se matricular sacerdotes!?! Sem comentários. É lógico que não poderia ser diferente, afinal não aprenderam no terreiro. Como diz Pai Chico em perfeita incorporação no Pai Rivas: "Agô, Agô. Você ainda não é filho e já quer ser avô".

Será que os Caboclos e Pretos-velhos querem estes cursos? Certamente que não. Aqueles que evocaram os pretos-velhos para afirmar suas convicções de curso acabaram ofertando livros para a comunidade que ferem o decoro umbandista, pois se colocam acima dos demais em plena estratégia de marketing. Se as pessoas responsáveis por estes equívocos não respondem, nós que não compactuamos com estas ideias não podemos ficar calados. Lembrando que responder uma pergunta não é atacar a quem pergunta...

Falamos de marketing e é exatamente por ele que as respostas não são dadas. Como já ouvimos, estes pequenos grupos pegaram um filão da classe média interessada em cursos vespertinos e matutinos longe da gira por motivos óbvios, basta olhar e ver.

Talvez os irmãos após estas argumentações entendam melhor o despeito de alguns em relação à faculdade. Até patentear a expressão "teologia umbandista", pasmem, propriedade de todos nós tentaram. Mas citando a palavra teologia, vamos encerrar o texto com notícias alvissareiras.

A Faculdade de Teologia Umbandista vai tomar para si o colégio, pois o projeto de supletivo está avançando em passos largos e em breve anunciaremos um curso de ensino médio que inserirá o cidadão religioso afro-brasileiro cada vez mais na sociedade pela educação.

E deixa a gira Girar!


Aranauan, Saravá Fraternal,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

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