terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Dialogando com as comunidades da Umbanda ou Religiões Afro-brasileiras - Texto III

Texto III

---------- Mensagem encaminhada ----------
De: S É R G I O <sard@gold.com.br>
Data: 1 de fevereiro de 2011 06:48
Assunto: RES: ***SPAM*** [apometria_umbanda] Ainda sobre a codificação
Para: apometria_umbanda@yahoogrupos.com.br


 

Aranauam Aratish

 

 As pessoas de forma geral não perceberam que esse processo de buscar uma codificação já está acontecendo, não é uma coisa para o futuro. Quando você credencia através da produção em "massa" uma única ideologia, na verdade está espalhando um conceito que dará base de sustentação a codificação. Imagina o que é lançar em nosso meio, milhares de pessoas com uma maneira particularizada de ver as coisas da Umbanda. Este tipo de estratégia vem desde Goebbels (Ministro da propaganda alemão da segunda guerra), que afirmava que uma mentira dita muitas vezes ganhava status de verdade, ou seja, de tanta gente em nosso meio seguindo esse tipo de ideologia imposta, ela acaba tomando uma concepção de verdade (codificação), com isso, vamos perdendo o nosso senso crítico para as coisas, pois quem vai querer ir contra o que se considera "verdade"? E nem é preciso lembrar aos irmãos que toda espinha dorsal dessa linha codificadora esta apoiada em informações que se mostraram equivocadas e distorcidas. Nem é preciso ser engenheiro ou arquiteto para saber que se a base de fundação não é confiável, que dirá de tudo que se constrói sobre ela...

 

 Yorotaman

 


De: apometria_umbanda@yahoogrupos.com.br [mailto:apometria_umbanda@yahoogrupos.com.br] Em nome de Aratish
Enviada em: terça-feira, 1 de fevereiro de 2011 00:24
Para: apometria_umbanda@yahoogrupos.com.br
Assunto: ***SPAM*** [apometria_umbanda] Ainda sobre a codificação

 

 

Aranauan, Saravá a todos,

Como dissemos anteriormente, a codificação representa uma violência porque sempre envolve a hegemonia de um grupo ou de alguns grupos sobre a totalidade da comunidade religiosa - a história das religiões demonstra este fato de forma inconteste.

No caso particular das Religiões Afro-brasileiras, o simples exame de suas origens, seu desenvolvimento e a constatação de sua diversidade em nossos dias, são indicativos seguros e irrefutáveis de que a codificação repetiria a regra histórica. A codificação é excludente - quer separar a Umbanda das Religiões Afro-brasileiras.

Seus defensores, por outro, encenam outra confusão: que a codificação pode ser uma ação orientada para um grupo específico, mas por definição, o objetivo desta é sempre coletivo. Tais alegações procuram confundi-la com algum tipo de padronização de normas internas que um determinado templo tem com os templos que lhe são associados. Estabelecendo, por exemplo, tipo de roupa, o horário de atendimento público, frequência dos ritos públicos e internos, forma de higienização física e astral do templo e dos médiuns, etc.

Codificação não se confunde com normatização de procedimentos internos.

Codificação também não é uma norma orientadora, mas uma imposição a ser acatada, que visa produzir um monólogo, onde só um fala para que todos "falem a mesma língua", o mesmo código. Ela nega a interdependência - portanto não é ética - pois todos passam a depender de um ou de alguns; deixa de ser a "Umbanda de Todos Nós" para impor a "banda do um".

Sua meta é oficializar uma única forma de conhecimento (aniquilação da episteme) em oposição ao verdadeiro conhecimento – que sempre se faz por algum paradigma provisório – impondo uma única forma de conhecer que pretende ser absoluta e não possa ser questionada (anulação do senso crítico). A codificação sempre produz alguma forma de dogma.

A codificação impõe a fé e nega a razão; é ilógica, insensata e excludente, por isso violenta.

 

Axé

Antonio Luz (Aratish)
Teólogo Umbandista
Discípulo de Pai Rivas

__._,_.___
Atividade nos últimos dias:
Umbanda: Uma forma inteligente e espiritualizada de se bem viver
por Pai Rivas
.

__,_._,___

Nenhum comentário:

Postar um comentário