terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Dialogando com as comunidades da Umbanda ou Religiões Afro-brasileiras - Texto I

Aranauan, Saravá, Axé!

Gostaríamos de divulgar 3 textos importantes para reflexão sobre os assuntos recentemente circulados na internet.

Aranauan, Saravá Fraternal,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)


---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Aratish <aratish@uol.com.br>
Data: 31 de janeiro de 2011 23:23
Assunto: [apometria_umbanda] Ainda sobre a codificação
Para: "apometria_umbanda@yahoogrupos.com.br" <apometria_umbanda@yahoogrupos.com.br>


 

Aranauan, Saravá a todos,

Como dissemos anteriormente, a codificação representa uma violência porque sempre envolve a hegemonia de um grupo ou de alguns grupos sobre a totalidade da comunidade religiosa - a história das religiões demonstra este fato de forma inconteste.

No caso particular das Religiões Afro-brasileiras, o simples exame de suas origens, seu desenvolvimento e a constatação de sua diversidade em nossos dias, são indicativos seguros e irrefutáveis de que a codificação repetiria a regra histórica. A codificação é excludente - quer separar a Umbanda das Religiões Afro-brasileiras.

Seus defensores, por outro, encenam outra confusão: que a codificação pode ser uma ação orientada para um grupo específico, mas por definição, o objetivo desta é sempre coletivo. Tais alegações procuram confundi-la com algum tipo de padronização de normas internas que um determinado templo tem com os templos que lhe são associados. Estabelecendo, por exemplo, tipo de roupa, o horário de atendimento público, frequência dos ritos públicos e internos, forma de higienização física e astral do templo e dos médiuns, etc.

Codificação não se confunde com normatização de procedimentos internos.

Codificação também não é uma norma orientadora, mas uma imposição a ser acatada, que visa produzir um monólogo, onde só um fala para que todos "falem a mesma língua", o mesmo código. Ela nega a interdependência - portanto não é ética - pois todos passam a depender de um ou de alguns; deixa de ser a "Umbanda de Todos Nós" para impor a "banda do um".

Sua meta é oficializar uma única forma de conhecimento (aniquilação da episteme) em oposição ao verdadeiro conhecimento – que sempre se faz por algum paradigma provisório – impondo uma única forma de conhecer que pretende ser absoluta e não possa ser questionada (anulação do senso crítico). A codificação sempre produz alguma forma de dogma.

A codificação impõe a fé e nega a razão; é ilógica, insensata e excludente, por isso violenta.

 

Axé

Antonio Luz (Aratish)
Teólogo Umbandista
Discípulo de Pai Rivas

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Atividade nos últimos dias:
Umbanda: Uma forma inteligente e espiritualizada de se bem viver
por Pai Rivas
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