domingo, 13 de fevereiro de 2011

Vamos lutar juntos! Vamos nos unir pela Umbanda!

Aranauan, Saravá, Axé!

O Astral Superior em todas as civilizações por meio de encarnações missionárias, mediunidade, intuição de grandes pensadores, entre outras formas de atuação tem concretizado o conhecimento no planeta como forma de distribuir o poder. Um Sábio, como são os Ancestrais Ilustres, utiliza o conhecimento com este propósito sempre.

 

No entanto, dentro do ângulo de cada um, ao longo da história, encontramos casos onde as pessoas acessam parte deste conhecimento e tentam fazer dele uma ideologia, uma forma de domínio sobre os demais. Aqui encontramos o "pseudo-Sábio" que não quer distribuir o poder, mas concentrar sob as suas mãos para dominar um grupo ou mesmo o todo.


É como se construíssem um cercado, um feudo que acreditam possuir com exclusividade. Esta aproximação entre poder concentrado, feudo e exclusividade enseja a criação de dogmas. Um dogma, segundo o próprio dicionário, é uma proposição incontestável e indiscutível.

 

Para compreender melhor este assunto e seus perigosos desdobramentos, evoco o raciocínio do Pai Rivas, o qual tive o prazer de ouvir algumas vezes e está claramente expresso em livros e no Blog Espiritualidade e Ciência http://espiritualidadeciencia.wordpress.com

 

Dentro dos 4 pilares do conhecimento (Religião, Filosofia, Arte e Ciência) o homem pode se posicionar mais na essência deste o que estimula uma visão universalista, respeitosa com as diferenças; ou periférica, preso ao rótulo do conhecimento. Neste caso a ortodoxia, fundamentalismo e extremismo encontram condições de se apresentarem.

 

O dogma é a base da ortodoxia. Estas visões ortodoxas são normalmente conduzidas por seitas. Entendendo seita como uma visão etnocêntrica, privilegiando a idéia de um grupo específico sobre a totalidade; misoneísta, aversão à mudança; milenarista, ao defender idéias salvacionistas; enfim, transmitem visões exclusivistas onde seus conceitos são fechados e indiscutíveis.

 

Seitas que exercitam constantemente a perspectiva ortodoxa invariavelmente se encontram com o fundamentalismo. O fundamentalista além de ter uma posição fechada sobre os assuntos que acredita ser a única e melhor visão que todas as demais, inicia algum tipo de enfrentamento aos que não concordam com ele. Todos têm que se submeter aos seus dogmas e se isto não acontece, surgem os conflitos das mais variadas ordens astrais e físicas.

 

Ao aprofundar a alienação do fundamentalismo surge o Extremismo que marcou nossa história antiga e recente com o terrorismo. Este último estágio de distanciamento do conhecimento em sua essência certamente é a pior forma de deturpação dos saberes e fazeres. O extremista simplesmente faz qualquer coisa em nome do que acredita de forma doentia. Retira até mesmo a vida física em nome do seu dogma, em nome de um fragmento da verdade que de tão distorcida simplesmente se transformou em ilusão e seus defensores são ilusionistas com ânsia de destruir a tudo e a todos.

 

Estes três posicionamentos diante do conhecimento: ortodoxia, fundamentalismo e extremismo influenciam de forma decisiva para a manutenção da miséria, da fome, da exclusão educacional, enfim das chagas sociais que sofremos enquanto comunidade planetária.

 

O que fazer para resolver estes problemas estruturantes? Mais uma vez continuo no raciocínio apresentado pelo Pai Rivas quando sustenta o diálogo como terapia ou terapia do diálogo. O raciocínio que se segue é o da minha Escola, mas pelo que será apresentado certamente todos compartilham e trabalham por isto nos seus terreiros. Vejamos:

 

Nós possuímos visões diferentes. Mas nós possuímos muito mais semelhanças. Somos umbandistas, somos das religiões afro-brasileiras e não queremos o lugar de ninguém. Queremos apenas o espaço que é nosso.

 

Neste momento temos que parar para pensar e deixar nossos problemas internos por hora buscando lutar contra aquilo que consensualmente são nossos inimigos comuns: doença, ignorância, dor, angústia, ódio, apego, enfim expressões da desigualdade que permeia a nossa sociedade.

 

Pelo menos neste ponto precisamos ter o consenso. Resolvendo este ponto comum, certamente será possível resolver todos os demais que, devemos reconhecer, são muito pequenos se comparados ao primeiro.

 

Precisamos tomar posse do nosso espaço. Certamente estamos convictos que isto todos concordam.

 

Por este motivo a FTU (Faculdade de Teologia Umbandista) que é um lugar neutro, pois privilegia todas as Escolas das Religiões Afro-brasileiras conclama todos os setores da nossa religião para uma união, um consenso que não permita em pleno século XXI a continuidade destas chagas sociais. Lembrando que a FTU é uma conquista das religiões afro-brasileiras. Esta conquista se deve, pois inclui pela Educação. Insere o adepto das religiões afro-brasileiras, historicamente excluído, na sociedade com cidadania espiritualizada.

 

Convidamos a todos os religiosos afro-brasileiros para reflexão. Vamos nos unir, vamos dialogar, vamos juntar forças para concretizar a palavra do Caboclo, do Preto-Velho e de todos os Guias que trabalham para realizar a felicidade coletiva neutralizando as desigualdades.


Aranauan, Saravá Fraternal,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

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