Aranauna, Saravá, Axé!
Acompanhando atentamente o twitter do Pai Rivas (http://twitter.com/rivasneto), observamos a satisfação que a FTU (Faculdade de Teologia Umbandista) possui em receber e continuar recebendo sacerdotes em suas salas de aula. Foram e serão sacerdotes com formação acadêmica em teologia! Maravilhoso, não é mesmo?
Isto reforça a postura que a FTU sempre adotou de não formar sacerdotes em sua instituição. Sacerdote não é formado em curso de qualquer espécie, mas sim no terreiro seguindo as orientações do plano espiritual e do sacerdote que o iniciou.
Ao mesmo tempo é motivo de alegria saber que sacerdotes consumados estão procurando compreender outros ângulos das Religiões Afro-brasileiras que o senso crítico exercitado na FTU permite acessar. Os sacerdotes que hoje já são teólogos têm feito diferença na sua comunidade. Já eram lideranças importantes e aprenderam na faculdade como exercitar com sustentação este diálogo pacífico com outras Escolas das Religiões Afro-brasileiras, outros setores religiosos, com a Ciência, com a Filosofia e até mesmo com o ramo da Arte.
Na academia existe um termo chamado empowerment que é utilizado em várias disciplinas. Aqui vamos usar na conotação empregada pelas Ciências Sociais. Em um processo de adaptação à nossa língua, este termo surge como "empoderamento". Em boa Sociologia temos que o empoderamento de setores excluídos é a chave para o processo de Inclusão Total. A constituição, distribuição e exercício do poder de forma igualitária, ao mesmo tempo em que respeita a diversidade é fundamental para reverter as desigualdades de ordem espiritual, cultural, social, política e econômica. Logo, devolver o poder para o povo começando pelos mais miseráveis é fundamental.
A Teologia da Convergência sustentada pela FTU estimula este empoderamento das Religiões afro-brasileiras. Ela transmite um novo pensar sobre a sociedade em seus vários níveis, não só informando, mas principalmente formando multiplicadores, disseminadores da possibilidade de convivermos em paz realizando mudanças não só na epiderme social, mas principalmente na estrutura da esfera pública.
Por que na estrutura? Porque a FTU atua na Educação. A educação é uma chave determinante de quanto podemos realmente resolver as chagas da sociedade. No caso da Teologia, além do processo educacional acadêmico, Ela possui um "braço" – lembrando as palavras do Pai Rivas – na religião. Logo é uma formação educacional e espiritualizada.
Além disto possuímos uma oportunidade ímpar em transitar por todo este "sistema", uma vez que as Religiões Afro-brasileiras estão em todas as camadas da sociedade. Sendo assim, se o teólogo adepto das religiões Afro-brasileiras recebe todo este empoderamento para atuar nas nossas comunidades e na sociedade como um todo, imagine o sacerdote? O sacerdote teólogo pode fazer muito mais, pois ele é um formador de opinião da sua comunidade, portanto muito influente, que além de transmitir os seus valores adquiridos no terreiro, poderá dialogar de igual para igual com qualquer outro setor religioso (no momento que aprende de forma crítica a compreender o fenômeno religioso em suas várias expressões) e até mesmo acadêmico (quando na sua formação estuda os vários ramos da Ciência, Arte e Filosofia).
Perceba meus irmãos como o Terreiro e a Academia Espiritualizada, por meio do sacerdote teólogo, podem fazer muito para o bem de todos nós. Como diz um irmão de santé: Bonito, bonito, bonito...
Aranauan, Saravá Fraternal,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)
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