quarta-feira, 23 de março de 2011

Razão e Paixão não estão em concorrência, mas sim em Convergência!

Aranauan, Saravá, Axé!

 

Interessante que o assunto Religião se apresenta até mesmo para alguns religiosos como tabu. Parece que o pensamento de Kant ainda vive em muitas mentes nos dias de hoje. Afirmamos isto, pois Kant colocou a razão como superior ao sentimento e mais, aproximou o pensamento racional aos homens e o passional às mulheres*. Logo...

 

Seja no paradigma "pós-moderno" ou "pós-secular", certamente não é mais possível afirmar diretamente ou indiretamente pressupor que os aspectos críticos, racionais são "melhores" que os aspectos passionais (as paixões), emocionais. Se isto já é amplamente aceito na Academia, causa estranheza observar este discurso no meio religioso que busca justamente alcançar a Espiritualidade passando por este lado inerente a todo ser humano.

 

Neste sentido o vídeo do Pai Rivas Finalidades da Teologia na sociedade disponível no site http://www.youtube.com/pairivas#p/u/3/gwjAXv7hj74 vai contribuir para este olhar contemporâneo, onde existe menos concorrência e mais cooperação. Pelo menos é isto que nossos Guias e Sacerdotes nos orientam no terreiro. Por falar no templo, vamos ler o que Pai Rivas fala no vídeo sob este tema?

 

Entre 09min 31seg e 10min 23seg é colocado que ao observarmos as crenças religiosas nas Religiões Afro-brasileiras, encontramos o terreiro. No terreiro é onde existe a Iniciação. Só na Umbanda Iniciática que tem Iniciação? Não, Iniciação é entrar na Religião e evoluir dentro dela podendo chegar ou não a ser sacerdote. Na iniciação você pode alcançar o sacerdócio. Onde ocorre tudo isto? Dentro da Religião. Em seus aspectos mais profundos de crença, fé.

 

Não é lindo o exposto? Não precisamos substituir a razão acadêmica pela crença religiosa e nem vice-versa. Ambos os saberes são importantes e a Teologia tem como principal função interfacear ambos promovendo uma decodificação e tradução que respeita Ciência e Religião sem colocar uma sob a outra. Pelo contrário são dois "braços" de um mesmo corpo e, portanto, podem andar de mãos dadas.

 

E deixa a Gira girar!

 

* Quem se interessou pelo tema, o mesmo é discutido na Academia. Sugiro a leitura do artigo da profa. Maria da Penha F. S. Carvalho . A MULHER NA FILOSOFIA MORAL DE KANT. Ethica (Rio de Janeiro), Rio de Janeiro, n. 2, p. 40-48, 1995.


Aranauan, Saravá Fraternal,
Yabauara (João Luiz Carneiro)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)

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